segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Prendas de Natal

As prendas literárias deste Natal





"Messias" - Boris Starling



Sinopse:

"Londres, Maio de 1998. Uma onda de calor sufoca a cidade: dias abafados, estranhas noites de nevoeiro e os passos furtivos de um assassino pelas ruas. Três pessoas aparecem misteriosamente assassinadas sem que qualquer pista indique uma relação entre os crimes: nada as une nem as liga... a não ser o facto de os seus cadáveres aparecerem com uma colher de prata no lugar onde anteriormente tinham a língua... No encalço deste carniceiro está o superintendente Red Metcalfe, um investigador de reconhecidos méritos, capaz de se colar à pele e entrar na mente dos assassinos que persegue.

Messias é o triller ,ais empolgante dos últimos anos e assombrará garantidamente os seus sonhos!"

Acaei este livro no dia 25 de Dezembro e só tenho uma palavra para o descrever: Brilhante!

Um policial mesmo ao meu estilo, arrepiante, perturbador. "Messias" é um livro que assombra mesmo os nossos sonhos.

Red Metcalfe, superintendente da Scotland Yard está envolvido na busca do assassino de três pessoas, onde nada parece comum, não fosse todos terem sido encontrados com uma colher de prata na boca e com a língua removida. Do assassino, nem uma única pista...

Red organiza uma equipa de trabalho e à medida que a investigação avança no tempo mas não em resultados, as vítimas aumentam, até que o superintendente consegue, por mero acaso, descobrir o que as une: o nome e a profissão, coincidentes com os apóstolos-santos de Jesus Cristo e com as profissões das quais são patronos. Após esta descoberta, a investigação segue um caminho de caça ao homem avassalador.

Enquanto a investigação se desenvolve, Red é confrontado com o seu passado - um irmão assassino, a sua traição, o seu crime, ... Red tem um passado que o persegue e será que este assassino também?

Uma narrativa viciante, que nos faz sentir medo, impaciência, ódio, compreensão, revolta. Uma história com um final bem diferente do habitual. Afinal se na vida, os finais nem sempre são cor-de-rosa, porque é que o devem ser nos livros?

Recomendo sem qualquer dúvida!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Uma prenda de Natal antecipada....

O meu amigo e escritor que tanto admiro, António Andrade de Albuquerque, ofereceu-me um exemplar da novíssima edição brasileira do seu livro "O Papa que nunca existiu". E com direito a dedicatória!
Olhem para mim toda orgulhosa...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

"À Queima-Roupa" - Rui Araújo

" Há um irlandês casado e cansado com uma irlandesa que, há uns tempos, descansa seu cansaço em Portugal. Há uma portuguesa descasada e cansada, e que acaba por descansar em paz. Há a tal irlandesa casada com o irlandês cansado, cuja vida é uma canseira, lá para as bandas de Cork City, na Irlanda. Há um filho do irlandês e da irlandesa precocemente cansado pelo cansaço dos seus progenitores... E há também um detective da PJ cansado mas que não descansa enquanto se não cansa do cansaço do ofício.
E, para descanso deste policial de cerrados dentes e serrados canos, há negros que se vêem gregos, um homossexual todo inteiro e um homossexual dividido, uma esposa distraída, um empreiteiro empreitado, um compoanheiro engraçado, uma velha bairr'altina, monos, pintas e geninhos, uma jovem operadora de sistemas, de pernas esguias e bronzeadas e a filha da morta mortinha por... gritar p'la mamã.
Tudo isto à queima-roupa ou seja, à flor da pele, porque, caro leitor, tu - ó mistério dos mistérios! - és o último reduto da dignidade humana."


Este é o segundo livro que leio de Rui Araújo (repórter de investigação, português) e é o segundo bom momento que passo na companhia das letras deste autor.

A história é simples e depretensiosa, e é por isso que prende o leitor. Porque se passa em Portugal, em terras que conhecemos (Lisboa, Rio de Mouro,... ), com protagonistas que falam a mesma língua que nós, leitores.

Este livro é mais uma história, (das muitas reais histórias) da nossa Polícia Judiciária. Neves, Chancela, Casqueiro e Antero têm em mãos um crime por resolver - uma portuguesa morta à queima-roupa, na sua própria casa. O marido, afredido na cabeça, descreve os homicídas com grande lucidez... Huummmm.... e aqui começa o mistério e as peças deste puzzle que não encaixam. Pelo caminho resolvem o caso do tronco humano que aparece lá para os lados da Praça do Chile e ao qual tentaram pegar fogo. Fica também uma viagem à Irlanda e o valente susto que pregam ao Fafá Preto!

Histórias contadas em português, de um quotidiano real, onde reside "o último reduto da dignidade humana".

sábado, 12 de dezembro de 2009

Mais umas compras...

Hoje, aproveitei a minha folga e fui até à Feira da Vandoma. É sempre agradável passear no meio de tantas coisas, antigas ou nem por isso, mas onde existem sempre uns locais que têm livros - e são esses os que mais me atraem.
Conclusão: comprei 3 livros:
  • "O Deus das Moscas", livro sobre o qual tenho bastante curiosidade (1,00€)
  • "A Chantagem do Vixen 03", que foi a escolha do marido (1,00€)
  • "Dia de Cães", um livro que já li há alguns anos e gostei bastante. Infelizmente emprestei-o (juntamente com outro da mesma autora) e nunca mos devolveram. (2,00€)

Digam lá se eu não faço boas compras?!





sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

"O Pintor de Sombras" - Esteban Martín

" Barcelona, finais do séc. XIX.

Um dos maiores génios artísticos de todos os tempos é revelado ao mundo: Picasso. Desde criança que o seu talento irrequieto é avassalador. Picasso é um jovem rebelde que cedo vê os seus estudos académicos serem prejudicados pela sua irreverência. Depois de se apaixonar loucamente por uma mulher, ela abandona-o sem deixar rasto. Ela era a sua musa, a sua inspiração, a primeira mulher que amou verdadeiramente na vida.

De coração partido, Picasso começa a procurar consolo na vida boémia e nos bordéis da rua Avignon. Mas tudo se complica quando alguém parece seguir os seus passos, deixando entre as prostitutas um rasto de mortes violentas que apontam Picasso como o principal suspeito.

Uma por uma, as estranhas mortes vão-se tornando cada vez mais violentas e assemelham-se em tudo às que 10 anos antes assombraram as ruas de Londres.

Poderá Jack, o Estripador, ter chegado a Barcelona? Quem quer incriminar Picasso? Restará alguém em quem ele possa confiar?"


Comecei a ler este livro com grande expectativa, devido às críticas que tenho lido sobre o autor e um outro seu livro "A Chave de Gaudi". No entanto, não correspondeu às expectativas. Não é um mau livro, mas também não me prendeu nem preencheu.

A história é interessante, apesar do tema não ser original. Já muito se escreveu baseado nos crimes de Jack, o Estripador, e alguns fizeram-no com um brilhantismo excelenete como é o caso de Marie Belloc Lowndes em "O Hóspede".

No entanto, o autor apresenta-nos personagens, essas sim, originais: Picasso (o principal suspeito dos horrendos homicídios), Sherlock Holmes e Watson (o detective Arrow e o seu assistente Sherrinford, que no livro são os reais inspiradores das personagens da literatura policial) e as cinco prostitutas que terão inspirado e servido de modelo para o quadro "As meninas de Avignon".

É uma história simples, dividida em capítulos pequenos, que nos transporta para a Barcelona dos finais do século XIX e para uma vida boémia, passada entre tabernas e bordéis. Simultaneamente, desenvolve-se a investigação policial, e através dela o qutor procura dar-nos a conhecer alguns factos históricos tais como a descoberta das impressões digitais e as teorias sobre Jack, o Estripador.

Um escritor que não me convenceu, mas que me entreteu enquanto o li.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Viajar no tempo...

Já não é novidade para ninguém que sou fã, super-fã, hiper-fã dos Xutos e Pontapés. E esta semana foi uma semana com alguns presentes de mim para mim que me fizerem relembrar tempos idos (para não dizer antigos, que me faz sentir velha...)
Comprei o primeiro álbum do Xutos em CD - tinha-o em cassete, gravada pelo Zé Pedro (uma lembrança da saudosa Marta Ferreira) e que guardo religiosamente na arca dedicada à banda. Sim, tantos anos de fã têm direito a uma arca exclusiva!
Ao ouvir as músicas, ainda do tempo do Francis e do Zé Leonel, até me arrepio. É como viajar ao passado e ao mesmo tempo é como se tudo fosse muito presente. É a intemporalidade da banda e das recordações que ela traz.
Brilhante!!!



E hoje, não consegui resistir e comprei a recém-publicada biografia da banda. Pai Natal, este já não precisas de encomendar!




Prenda de Natal


A Flicka do Mil Livros, Um Sonho ofereceu-me este selo. Muito obrigada Flicka, foi com grande carinho que o recebi.


Regras do selo:

1. Enumerar 5 livros que gostariam de receber no natal!
Só cinco?! Vamos lá ver... tenho mesmo de escolher cinco não é? Então aqui vai:
  • "A Terra Pura" - Alan Spence
  • "A Ignorância do Sangue" - Robert Wilson
  • "O Símbolo Perdido" - Dan Brown
  • "Sou o último Judeu" - Chil Rajchman
  • "O Cônsul Desobediente" - Sónia Louro

2. Oferecer o selo no minimo a 3 blogues.
Bem, oferecer este selo apenas a 3 blogues é injusto. E como publicar aqui todos aqueles a quem quero desejar um Bom Natal, seria uma lista exaustiva, ofereço este selo a TODOS os blogues que estão na barra lateral e que sigo atentamente.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Haruki Murakami condecorado com a Ordem das Artes e Letras


É com grande orgulho de fã que li esta notícia. Todos os prémios que lhe sejam atribuídos são, de certeza, merecidos. Até o Nobel!


Ler a notícia do The Independent


Duas aquisições no Círculo de Leitores

Um autor de quem ainda não li nenhuma obra, mas sobre o qual tenho muito curosidade




E este, porque adoro chá e sempre me fascinou tudo o que o envolve, em especial as cerimónias e rituais orientais em torno desta bebida (a propósito, ando a beber um chá marroquino que é excelente, à base de menta, canela, roseira brava e alcaçuz... huuummmm...)


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

"Sputnik, Meu Amor" - Haruki Murakami

Sinopse
"Um jovem professor primário, identificado apenas pela inicial «K», apaixona-se por Sumire, uma jovem aspirante a escritora. Quando esta entabula uma relação amorosa com Miu, uma enigmática mulher de meia-idade que a emprega como secretária, K é relegado para o ingrato papel de confidente. Sumire, porém, estando de férias numa ilha grega com a sua amante, desaparece misteriosamente, e K é chamado para ajudar nas buscas. Um estranho triângulo que oferece uma profunda reflexão sobre a solidão, os sonhos e aspirações do indivíduo e a necessidade de os adaptar à realidade."
Aqui está um livro cuja capa e sinopse são enganadoras. Se o leitor espera uma história erótica, não é de todo o que vai encontrar.
Este é mais um brilhante livro de Murakami, que nos conduz à profundeza dos sentimentos mais íntimos do ser humano e à reflexão sobre a forma como cada um vive as e nas relações que estabelece com os que são mais próximos.
Apesar da tensão erótico-sexual subjacente ao longo de toda a história, Murakami transporta-nos para um mundo de sensibilidade e emoções que transcende o profano atingindo uma dimensão quase sagrada, como se tudo se passasse numa realidade alternativa.
As personagens são de uma profundidade emocional que é difícil deixar de as sentir depois de fechar o livro - permanecem em nós como uma impressão que não nos abandona e nos faz reflectir.
Brilhante!

domingo, 29 de novembro de 2009

"A Interpretação do Crime" - Jed Rubenfeld

Sinopse

"Inspirado na única viagem de Freud aos Estados Unidos, acompanhado pelo então seu discípulo Carl Jung, A Interpretação do Crime é um thriller literário que nos faz mergulhar nos mais perversos mistérios da mente humana. Em 1909, o célebre psicanalista vienense desembarca em Nova Iorque. Ao mesmo tempo, num sumptuoso apartamento da cidade, uma jovem é encontrada estrangulada. No dia seguinte, uma outra beldade, Nora Acton, consegue escapar ao assassino, mas a histeria que a afecta impede-a de se recordar do sucedido. O doutor Younger, o mais eminente psicanalista freudiano norte-americano, irá analisá-la sob a orientação do Mestre e, a pouco e pouco, a complexa história familiar da rapariga vai sendo revelada. Dos salões de baile aos becos de Chinatown, a investigação do crime desenrola-se em paralelo com as emocionantes descobertas de Younger e a misteriosa conspiração urdida para destruir a reputação de Freud."

Fantástico! É o que me apetece dizer deste livro. Adorei!

A história é brilhante, muito bem conseguida, que nos prende desde o início e nos leva a virar a última página na expectativa de que ainda não tenha chegado ao fim. Foi, sem dúvida, uma das melhores leituras deste ano.

O livro narra a história da investigação de um crime com contornos bizarros, que ocorre durante a visita de Freud e seus acompanhantes aos Estados Unidos. Nesta viagem, Freud é acompanhado, entre outros, por Ferenczi e Jung, este último transformado numa personagem hilariante.

Ao chegar à América, Freud é acompanhado pelo seu mais ferveroso seguidor, o psicanalista Younger, que se verá envolvido numa trama policial fascinante: uma linda rapariga sobrevive ao seu assassino mas não se recorda de nada. Younger inicia assim um processo de análise, sob a orientação de Freud, que o levará a descobertas diabólicas.

Para alem de psicanalista, Younger é um apaixonado por Shakespeare, e ao longo das descobertas clínicas que faz através da análise de Nora Acton, descobre o verdadeiro significado de Ser ou Não Ser, de Hamlet.

Um livro que junta Shakespeare, psicanálise e investigação criminal de uma forma tão brilhante que faz dele um excelente policial, uma reflexão sobre Hamlet e o sentido da vida e um apaixonante estudo psicanalítico.


Para alguém que como eu seja apaixonada pela teoria psicanalítica e por policiais, este é um livro a não perder.

De regresso!!!

Olá queridos (as) leitores (as).

Parece que estou de regresso, após uma ausência forçada. É que tenho tido uns dias de loucos e quando chego a casa o cansaço é tanto que nem força tenho nos dedos para escrever no teclado. Para tornar os dias ainda "melhores" o meu computador decidiu ficar doente. Lá o tive de levar ao médico, mas como resultado perdi tudo o que tinha guardado. Só me apeteceu gritar quando vi que todos os livros que tinha digitalizados tinham desaparecido (e eram umas boas centenas)! Depois do choque só me resta deitar mãos ao trabalho e voltar a digitalizar tudo de novo... E eu que tinha tudo tão arrumadinho!
Entretanto li um livro, estou quase a acabar outro e fiz umas compras (já vos conto tudo a seguir).
Voltei!!!

domingo, 8 de novembro de 2009

"O Último Setembro em Teerão" - Dalia Sofer

Sinopse:

" Isaac Amin, um próspero joalheiro e gemologista iraniano de origem judaica, é surpreendido uma bela manhã pela presença de dois guardas da revolução, que o prendem, acusando-o de ser espião da Mossad, devido à sua riqueza - incompatível com a austeridade do regime de Ayatollah -, às suas viagens frequentes a Israel e ainda a uma ligação ao Xá deposto. Dalia Sofer descreve com vivacidade e realismo o ano que se segue à prisão de Amin, recorrendo a diferentes pontos de vista sobre os acontecimentos de acordo com a situação de cada um dos membros da família. A experiência de encarceramento, tortura e extrema insegurança vivida por Amin, a ansiedade de Farnaz, que não desistirá de procurar o marido, a epopeia da pequena Shirin que a mãe considera demasiado jovem para ter consciência dos acontecimentos e, finalmente, o drama de Parviz, o filho mais velho que luta por continuar os seus estudos universitários em Nova Iorque. Um relato profundo e delicado sobre a vida de uma família dilacerada por um conflito, cultural, social e religioso entre Setembro de 1981 e Setembro de 1982. Seleccionado pelo The New York Times como um dos 100 mais notáveis títulos do ano da sua publicação."


Este livro é daqueles que quando se termina a sua leitura deixa um aperto na alma. É uma história triste, tantas vezes ouvida nos relatos das guerras do mundo. Mas a história de Isaac Amin e da sua família, faz-nos recuar a outras épocas da nossa história e pensar se afinal, apesar de com nomes diferentes, as guerras não são todas iguais.

Isaac Amin é preso, após a instauração da República Islâmica do Irão. Qual a sua acusação? Devido à sua riqueza, acumulada pelo seu árduo trabalho, e às frequentes viagens a Israel, é acusado de ser espião da Mossad. Esta acusação vê-se fundamentada pela relação da família de Amin com o Xá deposto.

Preso em Setembro de 1981, Isaac passa pelas mais humilhantes provações e dolorosas torturas, mas nunca perde a esperança de que o bem e a verdade vençam. Sempre acreditou que um dia seria libertado.

Vamos conhecendo a mulher de Isaac, Farnaz, mulher de gostos e estilo requintados, que antes da prisão do marido sente o seu casamento a distanciar-se cada vez mais. Conhecemos também os seus dois filhos: Shinrin, de nove anos, que tem amigas cujos pais fazem parte dos Guardas da Revolução, grupo que prendeu o seu próprio pai e Parviz, o filho mais velho que estuda arquitectura em Nova Iorque, e que se arrasta indolentemente enquanto espera pelo envio de dinheiro para pagar as dívidas que vai contraindo.

Ao longo da história observamos o declínio de toda uma família, perseguida e humilhada pelo seu passado que de culpa apenas tem o ter conseguido uma vida próspera, feliz e requintada.

Entre o desepero de Farnaz, a angústia de Shirin e o acordar de Parviz para o amor, a autora vai-nos dando um retrato do Irão e do fundamentalismo religioso.

À medida que avançamos na leitura vamos sentindo um misto de sentimentos, desde a tristeza até à revolta. Conseguimos sentir o vazio que se sente quando a injsutiça impera.

Uma história que nos relata o quão ganancioso, malévolo, vingativo e arbitrário consegue ser o ser humano, quando os seus actos são justificados pela existência de uma força superior.

Um livro excelente, com uma escrita que conduz o leitor para o interior da história como se dela fizesse parte e com uma história profunda, que nos faz pensar no sentido da vida.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS NOMEADO PARA O PRÉMIO IMPAC 2010

JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS NOMEADO PARA O PRÉMIO IMPAC 2010
O MAIS INTERNACIONAL E AVULTADO PRÉMIO LITERÁRIO



José Rodrigues dos Santos, com o seu romance O Codex 632, foi nomeado para o International IMPAC Dublin Literary Award, um prémio escolhido através da votação de 163 bibliotecas de cidades de 43 países de todo o mundo. Com esta nomeação para um dos mais significativos prémios literários de âmbito internacional, José Rodrigues dos Santos obtém uma muito prestigiante distinção mundial. O galardão será entregue em Junho, durante uma gala literária em Dublin. O vencedor receberá 100 mil euros.

Para além de José Rodrigues dos Santos, foram nomeados para a edição deste ano do IMPAC Dublin Literary Award dois outros autores portugueses, José Saramago e José Eduardo Agualusa, e ainda Philip Roth, Paul Auster, Peter Carey e Salman Rushdie.

O Codex 632, um romance sobre os Descobrimentos Portugueses e a identidade secreta de Cristóvão Colombo, foi lançado em 2005 pela Gradiva, marcando a estreia da personagem Tomás Noronha, que regressaria depois emA Fórmula de Deus, O Sétimo Selo e no mais recente romance do autor, Fúria Divina.

O Codex 632 vendeu 186 mil exemplares em Portugal e tem os direitos adquiridos por editoras de 10 países – Brasil, Itália, Espanha, Estados Unidos, Polónia, Roménia, Bulgária, Estónia, Hungria e Rússia.



José Rodrigues dos Santos acabou de lançar em Portugal, no passado dia 24 de Outubro, o romance Fúria Divina, cuja quarta edição (80.000 exemplares) já se encontra em preparação estando disponível para venda ainda durante esta semana.

O IMPAC Dublin Literary Award é o mais avultado e internacional prémio literário do género e é uma iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Dublin e da empresa IMPAC. Tem por objectivo promover a literatura de qualidade e fomentar a tradução de livros, elegendo anualmente um trabalho de reconhecido mérito literário, com a colaboração de bibliotecas de todo o mundo. O Prémio Impac é administrado pelas Bibliotecas Públicas de Dublin.

(notícia via gradivanewsletter)

domingo, 1 de novembro de 2009

António Sérgio: o silêncio da voz da rádio

Morreu António Sérgio. (Público; Jornal de Notícias)

Ficou o silêncio de uma voz marcante, forte e única da rádio e da música portuguesa.

Aos 59 anos, o coração daquele que ajudou muitos corações a bater, parou. Aos 56 anos deixa um vazio na rádio de todos aqueles que como eu ainda se lembram de ouvir "Som da Frente" ou "Lança-Chamas".

Calou-se a voz de uma geração. Até sempre!


sábado, 31 de outubro de 2009

"Sozinhos" - Lisa Gardner

Sinopse:

"O agente Bobby Dodge assiste pela mira telescópica da sua espingarda a uma cena de violência doméstica: um homem armado barricou-se com a mulher e o filho, e Dodge está prestes a disparar. Vinte e cinco anos antes, Catherine Rose Gagnon foi vítima de rapto e de abuso sexual. O marido acaba de ser morto, e o sogro culpa-a pela sua morte. Um louco sobreviveu à solitária numa prisão de máxima segurança onde cumprira pena pelo mais sádico dos seus crimes. Agora percorre as ruas em liberdade, invisível, anónimo, e com uma enorme sede de vingança. Têm em comum um único acto de violência, mas estão ligados por uma paixão profunda e perigosa... e anda à solta um assassino que não descansará até os ter encurralado, até estarem sozinhos e indefesos!"

Bobby Dodge é atirador furtivo e é chamado a intervir numa situação de violência doméstica. Quando chega ao local vê uma mulher com uma criança ao colo a ser ameaçada por um homem armado. Bobby dispara e mata o homem. Assim começa esta história, fascinante e com um enredo que ultrapassa o bem e o mal.

Catherine, a mulher do homem morto, é acusada de mal-tratar o seu filho doente e de ter composto toda a cena para que o seu marido fosse morto. Quem a acusa é o sogro, um poderoso juiz que tudo faz para ganhar a custódia do neto.

No entanto, Bobby vê-se numa encruzilhada: matou um homem, presumivelmente foi usado por uma mulher fascinante e encantadora para o fazer, mas não consegue afastar-se dela e de acreditar na sua luta. Aliás, parece ser o único a acreditar em Catherine.

Será a manipuladora Catherine vítima ou agressora? Usará ela o seu filho, tornando-o doente, para que consiga atenção ou será apenas uma mãe desesperada que procura salvar a criança?

Um livro muito bom, onde tudo e todos têm algo a esconder, onde ninguém é inocente e a verdade é bem mais complexa e perigosa do que aparenta. As personagens estão muito bem construídas, vilões e heróis não se dividem em bons e maus: todos têm os dois lados e todos manipulam e são manipulados, mentem e escondem passados que interferem na realidade presente.

Uma história com um final possivelmente real, em vez de um final feliz.

Novas aquisições

Ontem era suposto ter estado de folga... ontem tive de ir trabalhar... mas antes ainda tive tempo de fazer uma visita ao Alfarrabista (eu perco-me nesta loja...). Comprei um livro da minha lista de livros a comprar e um outro, de Eça de Queiróz, para reler.







E este ofereci ao meu marido, que é fã (tal como eu) do José Rodrigues dos Santos


domingo, 25 de outubro de 2009

Vej@Blog




Por esta é que eu não esperava!!! O Conta-me Histórias foi premiado pela Vej@Blog como um dos Melhores Blogues e Sites do Brasil.

Muito obrigada pela distinção. Espero continuar a merecê-la por muito mais tempo.

sábado, 24 de outubro de 2009

"O Clube das Sobreviventes" - Lisa Gardner

Sinopse:

"O Clube das Sobreviventes... é o que lhe chamam Jillian, Carol e Meg. Não se consideram vìtimas. São sobreviventes que ajudaram na investigação que deteve Eddie Como, o homem que mudou para sempre as suas vidas. Mas agora Eddie Como foi abatido a tiro à porta do tribunal momentos antes do início do seu julgamento. Jillian, Carol e Meg ficaram radiantes - mão são também as principais suspeitas da sua morte. O detective Roan Griffin nunca teve um caso assim. Poderão três mulheres comuns ter sido levadas a fazer o impensável? Será que alguém do Clube das Sobreviventes se tornou homicida? E então outra mulher é brutalmente atacada..."


O clube das Sobreviventes é composto por Jillian, Meg e Carol, três mulheres que sobreviveram ao violador em série conhecido como o Violador de College Hill.. Sobreviveram... mas até recomeçarem a viver parece existir uma grande distância. Meg não se lembra de nada do seu passado, desde a noite em que fora violada. Carol vive apavorada, bulímica, bebendo e tomando comprimidos a mais que o desejável e recomendável. Jillian, a líder do grupo, transmite a imagem de mulher forte, mas vive atormentada com os seus fantasmas e com a imagem da irmã, que não conseguiu salvar às mãos do Violador de College Hill.

Quando Eddie Como, o detido e suspeito de ser o violador é assassinado à porta do tribunal, tudo se complica para as três mulheres. O detective Roan Griffin é chamado para tomar conta do caso, em que três sobreviventes se transformam em três suspeitas.

Eddie Como sempre reclamou a sua inocência, mas o seu ADN foi encontrado nas vítimas de violação. No entanto, o caso complica-se quando após a sua morte um novo crime acontece e... o seu ADN é encontrado na vítima.

Roan Griffin começa então uma corrida contra o tempo a fim de travar a continuidade dos crimes. Mas será que está preparado para o que vai enfrentar? Será que conseguirá ultrapassar os fantasmas do passado?

Um bom policial de Lisa Gardner, onde as personagens são bem exploradas assim como os seus conflitos interiores. No entanto, não é o seu melhor livro. Falta-lhe qualquer coisa para me agarrar como os seus outros livros fizeram.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Uma aquisição ao preço da chuva

Já chegou a última compra que fiz nos leilões da internet. O livro "Falso Alarme" da escritora Tami Hoag. Já o li há muitos anos, mas tinha sido emprestado e como sou fã desta autora, não perco uma oportunidade de completar a colecção. E este foi ao preço da chuva (que também já chegou, finalmente!): 2,50€ (516 páginas e capa dura como eu gosto)!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Diminui a liberdade de imprensa em Portugal

De acordo com a notícia do Jornal Público, a liberdade de imprensa em Portugal diminuiu este ano, do 16º para o 30º lugar.

A mim preocupa-me este resultado.

Qualquer dia chega aos blogues...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sem comprar livros... mas a namorá-los

Continuo sem comprar livros. Bem, quer dizer, sem comprar tantos livros como era costume, pois estou à espera de um que comprei na net (deve estar a chegar e depois coloco aqui) e no fim do mês vou ao Alfarrabista buscar outro que já encomendei (e que também colocarei aqui quando o tiver). No entanto, lá vou visitando as livrarias e tendo boas surpresas, isto é, encontrando maneira de aumentar a lista dos "livros a comprar". Hoje descobri estes dois livros que me despertaram o interesse.

Algum de vós já os leu? O que acharam?


«O melhor livro asiático dos últimos anos. Iluminado, comovente, misterioso.»- Literary Review

É a década de 1960 e o intelectual Chen Zhen, de Pequim, oferece-se para viver numa remota zona nómada na estepe da Mongólia Interior. Aí, descobre uma sinergia muito antiga entre os nómadas, o seu gado e os lobos selvagens que vagueiam pelas planícies. Chen fica a conhecer a rica relação espiritual que existe entre estes adversários e aquilo que podem aprender uns com os outros.

Mas quando elementos da República Popular da China aparecem em grande número, vindos das cidades, para trazerem a modernidade e a produtividade à estepe, a paz da existência solitária de Chen é destruída e o equilíbrio delicado entre humanos e lobos desfaz-se. Só o tempo poderá dizer se o meio ambiente e a cultura da estepe irão recuperar alguma vez…

Uma descrição bela e comovente de uma terra e uma cultura que já não existem, A Hora do Lobo é também um retrato da China moderna e uma visão fascinante da opinião que o país faz de si próprio, da sua história e da sua gente.

«Vencedor do Man Asian Literary Prize de 2007, O Totem do Lobo é um fenómeno literário na China, trazendo um vívido retrato da cultura, da espiritualidade, da ética e do estilo de vida dos últimos nómadas da Mongólia Interior."- Los Angeles Times



"Chil Rajchman tinha 28 anos quando foi deportado para Treblinka, em Outubro de 1942. Separado dos seus companheiros à saída do comboio, escapou às câmaras de gás tornando-se sucessivamente funcionário na triagem de vestuário, cabeleireiro, transportador de cadáveres ou «dentista». Em 2 de Agosto de 1943, participou no levantamento do campo e evadiu-se.
Após várias semanas de errância, Chil Rajchman escondeu-se em casa de um amigo perto de Varsóvia. A guerra ainda não acabou. Num caderno, contou os seus dez meses no inferno.
Na Libertação, ele foi um dos 57 sobreviventes entre os 750.000 judeus enviados para Treblinka para aí serem gaseados. Nenhum outro campo foi tão longe na racionalização do extermínio em massa.
Este texto, publicado pela primeira vez, é único. Escrito sob o signo da urgência, ainda antes da vitória sobre os nazis, inscreve-se entre os maiores dedicados ao holocausto."

Eu disse que vinha polémica pelo caminho!


Saramago disse (no Público) sobre o livro "Caim":

“na Igreja Católica não vai causar problemas porque os católicos não lêem a Bíblia". Mas admitiu que poderá gerar reacções entre os judeus.

“A Bíblia passou mil anos, dezenas de gerações, a ser escrita, mas sempre sob a dominante de um Deus cruel, invejoso e insuportável. É uma loucura!”

“O Corão, que foi escrito só em 30 anos, é a mesma coisa. Imaginar que o Corão e a Bíblia são de inspiração divina? Francamente! Como? Que canal de comunicação tinham Maomé ou os redactores da Bíblia com Deus, que lhes dizia ao ouvido o que deviam escrever? É absurdo. Nós somos manipulados e enganados desde que nascemos!”

“Mas há coisas muito mais idiotas, por exemplo: antes, na criação do Universo, Deus não fez nada. Depois, decidiu criar o Universo, não se sabe porquê, nem para quê. Fê-lo em seis dias, apenas seis dias. Descansou ao sétimo. Até hoje! Nunca mais fez nada! Isto tem algum sentido?”

O líder da Comunidade Judaica de Lisboa, Rabino Eliezer di Martino reage (no Público):

Em declarações hoje à agência Lusa, o rabino disse que o escritor José Saramago “não conhece a Bíblia nem a sua exegese”, fazendo “leituras superficiais das narrativas da Bíblia”. Eliezer di Martino garantiu que o “mundo judaico não se vai escandalizar pelo que escreve o senhor Saramago ou qualquer outro”.

O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, Padre Manuel Morujão, também rege (no Público):

“Parece-me ser uma operação de publicidade porque dizer bem da Bíblia, os grandes e os sábios o dizem como livro religioso, mas também como livro cultural. Ter uma opinião diferente e dizer que é um livro de maus costumes e onde se dizem coisas que não têm sentido nenhum causa impacto”.

“um escritor da craveira de José Saramago deveria ir por um caminho mais sério”. “Poderá fazer as suas críticas, mas entrar num género de ofensa não fica bem a ninguém, sobretudo quem tem um estatuto de prémio Nobel”



sábado, 17 de outubro de 2009

Ressurgimento dos livros de bolso

Segundo a notícia do Expresso, os livros de bolso ressurgiram em Portugal. A minha questão é: será porque são mais baratos? Mais fáceis de transportar? Eu não sou grande fã deste formato mas confesso que tenho alguns exemplares que adquiri aproveitando preços acessíveis e boas promoções.

Notícia do Expresso:

"Com grande difusão nos anos 60 e 70, "reactivado" nos anos a seguir ao 25 de Abril e sofrendo alguns abalos comerciais nos anos 90 - quando se extinguem várias colecções -, o livro de bolso ressurgiu nos últimos anos em Portugal.

Ressurgimento tímido, sem garra, na opinião de alguns. Ressurgimento ousado, para outros.

Uma coisa ou outra, a verdade é que, isoladamente ou em grupo, várias editoras deitaram mão recentemente à criação de novas colecções literárias de bolso: a Leya lançou a BIS, a Bertrand a 11/17 e o trio Assírio & Alvim, Cotovia e Relógio d'Água a Biblioteca Independente (BI). A Leya, há dias, anunciou mesmo a colocação dos livros da sua colecção à venda em máquinas automáticas, para já em Lisboa."

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"A Ofensa" -- Ricardo Menéndez Salmón

Sinopse

"Se o corpo é a fronteira entre cada um de nós e o mundo, como pode o corpo defender-nos do horror? Quanta dor pode um homem suportar? Pode o amor salvar aquele que perdeu a esperança? São estas algumas das perguntas implícitas em A Ofensa, a história de Kurt Crüwell, um jovem alfaiate alemão empurrado pelo nazismo para o vórtice de uma experiência radical e insólita."


A história deste livro é forte, intensa, triste. É sobre o mal que o ser humano é capaz de infligir ao seu semelhante. Ricardo Menéndez Salmón transporta o leitor para os horrores do nazismo, para a crueldade gratuita, para a vingança desproporcionada daqueles que num período vergonhoso da história dos nossos tempos se julgaram superiores.

Kurt é um jovem alfaiate, com uma namorada judia e uma vida pacata que é mobilizado para a guerra. No seu último jantar em família, antes de partir, Kurt recebe de seu pai um valioso conselho " O heroísmo foi inventado para os que carecem de futuro". E Kurt tinha um futuro à sua frente... No entanto, um acontecimento dramático e cruel transforma para sempre a sua vida. Ao assistir a um acto de extrema violência e desumanidade levado a cabo pelos seus companheiros, Kurt perde a sensibilidade do seu corpo; deixa de sentir. É então internado num hospital em França, onde começa uma nova vida e ganha uma nova identidade na sequência de mais um acto violento e vingativo, já no final da guerra.

Mas será que esta nova identidade o deixará viver uma vida longe do passado? Talvez não e por isso mesmo o final desta história é tão cruel e desumano como foi o conflito mundial nela retratado.

Uma história, que apesar de triste o autor consegue narrar com uma beleza linguística e uma cadência poética que transformam este pequeno livro numa grande obra.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

"A Mãe dee Um Rio" - Agustina Bessa-Luís

"Antigamente, sim, antigamente, a Terra tinha a forma quadrada, e um rio de fogo corria na superfície. Não havia aves nem plantas, as águas estavam nos ares como nevoeiro cor de ferro, e os ventos não as tinham distribuído ainda pelos quatro cantos agudos da Terra..."

Assim começa este conto de Agustina Bessa-Luís que hoje me apeteceu reler. É um conto que li pela primeira vez há cerca de dez anos, quando comprei o livro após ter visto o filme de Manoel de Oliveira "Inquietude", baseado, em parte, neste conto.

Digo-vos que adoro este conto e que me lembro dele sempre como se o tivesse acabado de ler. São 27 páginas que se lêem em poucos minutos, mas que imprimiu em mim um encantamento mágico, que perdurará para sempre.

Fisalina vive numa aldeia da qual nunca ninguém sai. Os seus habitantes casam entre si, vivem entre os seus muros e aí permanecem para além da morte. Mas Fisalina não quer esse futuro, quer sair e casar com o seu amado, um tocador de sinos de outra aldeia que conheceu numa feira enquanto acompanhava o pai na venda de meias e mantas de lã. Mas sabe que nunca tal aconteceu. Procura os conselhos da sábia mãe do rio, uma mulher que vive há mil anos, cujas pontas dos dedos são de ouro e sobre quem voam gralhas em constante agitação. Mas em vez de respostas Fisalina encontrou um futuro bem diferente do que procurava... nos seus próprios dedos de ouro.

"O povo de Alvite, a antiga aldeia de Alveus, lá está ainda. Ninguém conhece lá esta história. As mulheres, porém, usam ainda no Inverno luvas que deixam a ponta dos dedos a descoberto, dizem que para terem assim mais liberdade de movimentos e poderem fiar a lã. Mas não será porque receiam todas elas os dedos de oiro e desconfiem? Pobre, pobre Fisalina!". E assim termina "A Mãe de Um Rio".

Um livro muito pequeno (51 páginas bilingue - até à página 27 em português e depois em francês) mas com uma história grandiosa!

Agustina Bessa-Luís

Agustina Bessa-Luís faz hoje 87 anos. Parabéns!

Nascida em Vila Meã, a 15 de Outubro de 1922, Agustina desde cedo se apaixonou pelos livros, iniciando-se na leitura dos melhores autores ingleses e franceses na biblioteca do avô materno.

Em 1932 muda-se para o Porto para estudar e aí passa a sua adolescência e onde se fixa definitivamente a partir de 1950. Entre 1945 e 1950 vive em Coimbra.

A sua primeira novela Mundo Fechado, é publicada em 1948, mas é com a Sibila, em 1954 que surge o sucesso e o reconhecimento.

Sempre ligada à actividade literária Agustina envolveu-se em diversos projectos: foi membro do Conselho Directivo da Comunitá Europea degli Escrittori (1961/1962), foi directora do jornal diário portuense O Primeiro de Janeiro (1986/1987), assumiu a direcção do Teatro Nacional Dona Maria II (1990/1993), foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social , e é membro da Academie Européenne des Sciences, des Arts e des Lettres (Paris), da Academia Brasileira de Letras, e da Academia das Ciências de Lisboa - Classe de Letras.

Ao longo da sua vida foi sendo distinguida com vários prémios entre os quais, A Ordem de Sant'Iago da Espada (1980), A Medalha de Honra da Cidade do Porto (1988), o grau de Officier de L'Ordre des Arts e des Lettres (1989), e em 2004 recebeu o mais importante Prémio Literário da Língua Portuguesa - O Prémio Camões.

Na sua vasta obra contam mais de cinquenta títulos, tendo vários dos seus romances sido adaptados ao cinema pelo realizador Manoel de Oliveira: Fanny Owen (Francisca, 1981), Vale Abraão (Vale Abraão, 1993), As Terras do Risco (O Convento, 1995), A Mãe de Um Rio (Inquietude, 1998). Filipe Lá Féria adaptou e encenou para teatro, o seu romance As Fúrias, em 1995.


Bibliografia de Agustina Bessa-Luís:

Ficção



Biografias


Teatro


Crónicas, memórias, textos ensaísticos


Literatura infantil


Adaptações cinematográfica


Prémios à autora

  • 1975 - Prémio "Adelaide Ristori" (Centro Cultural Italiano de Roma)
  • 1982 - Prémio da Cidade do Porto
  • 1988 - Prémio Seiva de Literatura (Companhia de Teatro Seiva Trupe), Porto
  • 1996 - Prémio Bordalo de Literatura (Casa da Imprensa)
  • 2004 - Prémio Camões - o mais importante prémio literário da língua portuguesa
  • 2004 - Prémio Vergílio Ferreira (Universidade de Évora)
  • 2005 - Prémio de Literatura do Festival Grinzane Cinema, Turim (Itália)


Prémios às obras




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