sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

REENCONTRO

Na irrequieta juventude
Foste amigo verdadeiro
Confidências trocadas
Músicas partilhadas
Rebeldes - mas com causa
Onde a amizade era o reino

Separados pela vida
Dezassete anos passados
Muita vida vivida
Recordamos lembranças
De momentos partilhados

Na irrequieta vida adulta
O inesperado aconteceu
O reencontro desta amizade
Que o tempo não adormeceu

Rebeldes - mas sempre com causa
Partilhamos gostos
Desfrutamos da vida
Sentimos que o tempo
Não nos perdeu
Porque tu continuas TU
E eu continuo EU.






No teu olhar
Um sonho eu vi
Num brilho lunar
Ofuscante em ti

Mas o hoje é tudo o que temos
Amanhã a lua trará
Risos felizes, sombras passadas
Imagens de um tempo que não mais virá
Amanhã acordo e bebo
No cálice da nossa amizade
Olvidada no mundo, vive na eternidade

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Um Poema e uma Pintura de Xanana Gusmão

AVÔ CROCODILO
Diz a lenda
e eu acredito!

O sol na pontinha do mar
abriu os olhos
e espraiou os seus raios
e traçou uma rota

Do fundo do mar
um crocodilo pensou buscar o seu destino
e veio por aquele rasgo de luz

Cansado, deixou-se estirar
no tempo
e suas crostas se transformaram
em cadeias de montanhas
onde as pessoas nasceram
e onde as pessoas morreram

Avô crocodilo

-diz a lenda
e eu acredito!
é Timor!

(Cipinang, 8 de Outubro de 1995)








Poema e Pintura retirados do livro de Xanana Gusmão, "Mar Meu, Poemas e Pinturas" da Granito - Editores e Livreiros.


domingo, 13 de janeiro de 2008

PARABÉNS XUTOS


PARABÉNS pelos 29 anos de esforço, suor, risos, lágrimas, dificuldades superadas, sucesso, e acima de tudo, sonhos!


OBRIGADO pelo que sempre troxeram de bom ao rock nacional.


OBRIGADO por tudo, por me acompanharem, através das vossas músicas, nos bons e maus momentos, pelas letras que tantas vezes me chamaram à razão e não deixaram, nunca, cair num marasmo soocial, bem mais cómodo que este inconformismo rebelde.


PARABÉNS e OBRIGADO!!!






Um encontro inesperado

Há dois dias, fui surpreendida por uma mensagem de um amigo que já não via e com quem não falava há 17 anos.

Mas como as amizades não se perdem, apesar do tempo que passa, já pusemos a conversa em dia.

E como forma de celebrar este encontro, deixo aqui umas fotos da autoria deste meu mano.




sábado, 5 de janeiro de 2008

"Enquanto Salazar Dormia..." - Domingos Amaral

"Nunca esperei regressar a esta rua, e nunca esperei que o meu velho coração sentisse tanta emoção ao pisar os passeios da Lapa.
(...)
Nada, de repente, existia. A não ser Lisboa, 50 anos atrás. A minha Lisboa, onde amei tanto e tantas vezes.

A minha Lisboa, das pensões e dos espiões, dos barcos ingleses e dos submarinos alemães; a Lisboa das ligas da Mary em cima de um lençol branco; a Lisboa dos cocktails no Aviz, enquanto eu perseguia Alice; a Lisboa do penteado "à refugiada" da minha noiva, a Carminho; a Lisboa dessa menina linda, frágil e alemã, Anika, por quem eu arrisquei o pescoço; a Lisboa de Michael..."

Assim começa esta história.

Estamos em Junho de 1995, dia 22, na Lapa, em Lisboa. Jack Gil Mascarenhas, 85 anos de idade, regressou a Portugal para o casamento do seu neto, Paul. Mas com o seu regresso, regressaram também imagens de um passado...
... Lisboa, 1941... Numa Europa fustigada pelos horrores da II Guerra Mundial, Lisboa vê-se "invadida" por milhares de refugiados, milionários, actrizes, judeus e espiões.

Jack Gil Mascarenhas é um espião luso-britânico, cuja missão é desmantelar as redes de espionagem nazis que actuavam em todo o país. Nas noites de Lisboa conspirava-se, amava-se, faziam-se negócios com a resistência; no Hotel Aviz,num ambiente luxuoso, cruzavam-se espiões, embaixadores, reis, membros da polícia política e taxistas, num mundo secreto e oculto.

Juntamente com Michael, também ele espião do MI6, Jack Gil fazia coisas acontecer durante a noite. Durante o dia, a sua vida dividia-se entre o homem espião e o homem que estava noivo de Carminho, uma jovem de saúde frágil, filha de um admirador de Churchill, irmã de Luís e António, militares que idolatravam Musolini e Hitler, e de Luísa,uma amante de cinema.

E "enquanto Salazar dormia...", Lisboa ficava bem acordada, revelando-se ora fria e calculista, ora sedutora e vuluptuosa. Uma Lisboa desconhecida de muitos, mas vivida intensamente por outros.

O autor é Domingos Freitas do Amaral e a editora a "Casa das Letras".

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