segunda-feira, 29 de outubro de 2007

As amizades são assim...

Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.


(Albert Einstein )

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Manoel de Oliveira

Alguns de vocês já sabem e perguntam-me: "Como é que gostas de Manoel de Oliveira?"; outros ficarão agora a saber e, provavelmente, perguntarão o mesmo.

Mas a verdade é que gosto mesmo dos filmes de Manoel de Oliveira. São filmes profundos, com diálogos fantásticos, que contêm sempre uma reflexão social, moral, religiosa.
Os filmes de Manoel de Oliveira são, normalmente, caracterizados como "parados", devido à "lentidão" com que se desenrrola a acção e aos movimentos subtis da câmara, fazendo grandes planos de objectos ou cenários. Para mim, os filmes de Manoel de Oliveira são plenos de acção, não de uma acção visual, mas de uma acção emotiva, reflexiva, onde as palavras e os conteúdos assumem o papel principal, deixando os actos em segundo lugar. O seu cinema é um cinema que comunica pelas palavras e pela imagem, não pela acção. Para entender e gostar de Manoel de Oliveira é preciso penetrar fundo nos diálogos, na história, geralmente adaptada de textos literários. Manoel de Oliveira, cria nos seus filmes, personagens , que representam, acima de tudo, conceitos, ideias, ideais, personagens irreais em cenários reais.

Sempre fui ver os seus filmes sózinha, mas é assim que me fazem sentido, em especial se forem vistos no Quarteto ou no King. São momentos únicos, momentos meus, que eu adoro.

Manoel de Oliveira tem hoje 98 anos e é um dos portugueses que eu gostaria de conhecer.


Aqui fica a sua biografia:

Manoel Cândido Pinto de Oliveira nasceu a 12 de Dezembro de 1908, no Porto, no seio de uma família burguesa (o seu pai foi o primeiro fabricante de lâmpadas português). Desde muito cedo acompanhava o pai ao cinema, o que lhe despertou o interesse pela sétima arte. Estudou no Porto, no Colégio Universal, e na Galiza, no Colégio Jesuíta de La Guardia.
Aos 20 anos, inscreveu-se na Escola de Actores de Cinema, participando como figurante num filma de Rino Lupo, em 1928 - "Fátima Milagrosa".

A 21 de Setembro de 1931 estreou no Congresso Internacional da Crítica a versão muda de "Douro, Fauna Fluvial". Em 1933, é mais uma vez actor, no filme "Canção de Lisboa" e em 1934 estreou a versão sonora de "Douro, Fauna Fluvial".

Manoel de Oliveira destaca-se, entretanto, no automobilismo, chegando mesmo a vencer a "II Rampa do Gradil", em 1938. Casa-se com Maria Isabel Brandão Carvalhais, em 1940.

A sua primeira longa-metragem "Aniki-Bóbó" é realizada em 1942. Na década de 50, por falta de apoios financeiros não realiza alguns filmes que já existiam no papel, tendo-se dedicado então, à produção agrícola da família, na região do Douro. Em 1955 realizou um estágio intensivo na Alemanha, nos laboratórios da AGFA, com o objectivo de estudar a cor aplicada ao cinema. A década de 60 é a década da consagração internacional - Homenagem no Festival de Locarno, Itália, em 1964 e passagem da sua obra na Cinemateca de Henri Langlois, Paris, em 1965.
Em 1980 recebeu a Medalha de Ouro pela sua obra, atribuída pelo CIDALC, e em 1985 o seu filme "Le Soulier de Satin" é galardoado com o Leão de Ouro no Festival de Veneza.

Em 1988 apresentou, no Festival de Cannes, o folme "Os Canibais" e em 1990 "Non ou a Vã Glória de Mandar" foi exibido extra concurso, com uma menção especial do júri oficial. São várias as homenagens que tem recebido - Veneza (1991), La Carmo (1992), Tóquio (1993), São Francisco e Roma (1994), entre outros. A Sociedade Portuguesa de Autores atribuiu-lhe, em 1995, o Prémio Carreira e em 1997, a SIC e a revista CARAS atribuiram-lhe o Prémio de Melhor Realizador.

(para a biografia foram consultados: www.citi.pt e pt.wikipedia.org)


Num próximo post colocarei a filmografia completa de Manoel de Oliveira, com uma breve sinopse de cada um dos filmes.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

A POMBA - Patrick Suskind

"Já quase transpusera a soleira, levantara já o pé, o esquerdo, a perna já começara a dar o passo - quando a viu. Estava pousada diante da porta, a menos de vinte centímetros da soleira, iluminada pelo pálido reflexo da luz matinal que entrava pela janela. Estava encolhida, com as patas de garras vermelhas assentes no pavimento do corredor, no ladrilho encarnado, cor de sangue de boi, com a sua plumagem lisa, cinzenta-chumbo: a pomba.
(...)

Enquanto se barbeava, foi raciocinando sobre os factos. "Jonathan Noel", disse de si para si, (...)Que fazes se conseguires passar pelo bicho medonho que guarda a tua porta, alcançar as escadas incólume e pôr-te a salvo? Poderás ir trabalhar, poderás chegar ileso ao fim do dia - mas que fazes depois? Para onde vais esta noite? Onde dormes?"Porque de uma coisa tinha ele a certeza absoluta, de não querer encontrar a pomba uma segunda vez (...)"


Terminei de ler este livro. Um livro pequeno, de 89 páginas, sobre o qual li num fórum de literatura. O autor, já conhecia, de um outro livro que li e sobre o qual um destes dias escreverei - "O Perfume".
"A Pomba" é um livro ligeiro, bem escrito, de uma linguagem simples, mas cujo conteúdo, também simples, nos leva a reflectir sobre a nossa existência.
Jonathan Noel leva uma vida monótona entre o seu trabalho como segurança num banco e o seu pequeno quarto alugado. Os seus dias são pautados pela rotina, os seus movimentos constituem rituais que lhe conferem estabilidade e segurança. Uma vida racional, onde as emoções e as relações pessoais não encontram espaço. Até que um dia, esta vida monótona é abalada por um acontecimento inesperado - de manhã cedo, ao abrir a porta do seu quarto para se dirigir à casa de banho comum, Jonathan Noel encontra uma pomba no corredor. Algo simples para qualquer comum mortal, mas não para ele... para ele, este acontecimento provoca uma quebra no seu dia-a-dia sempre igual, abalando a sua vida.
Uma reflexão existencial simples, mas ao mesmo tempo profunda., que nos coloca uma questão: por vezes, simples acontecimentos inesperados, podem mudar a nossa vida e a nós próprios. Estamos preparados?

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O PSICANALISTA - John Katzenbach


"Um 53.º aniversário muito feliz, senhor doutor. Seja bem vindo ao primeiro dia da sua morte. Existo algures no seu passado. O senhor destruiu-me a vida. Pode não saber como, nem porquê, nem sequer quando, mas destruiu. Desgraçou e entristeceu cada segundo da minha existência. Destruiu-me a vida. E agora eu tenciono destruir a sua.(...)
Mate-se, doutor.(...)
Portanto vamos jogar o seguinte jogo: O senhor tem exactamente quinze dias, a contar das seis horas de amanhã, para descobrir quem sou.(...) Se não conseguir, então... Essa é que é a parte divertida.(...)"


Ricky Starks, um psicanalista de Nova Iorque, recebe uma carta no dia do seu 53.º aniversário. Nessa carta, alguém que o conhece e à sua rotina diária, mas cuja identidade ele desconhece, define uma espécie de jogo em que o prémio é a vida ou a morte do psicanalista. Se descobrir quem é o autor da carta, sobrevive; se não descobrir terá de se matar ou alguém da sua família será destruído. Ricky Starks tem 15 dias para viver ou morrer.

"O Psicanalista" é um livro sobre o mal e a vingança; é um livro em que o passado procura acertar contas no presente, em que o ressentimento não tem limites... Para compreender o que está a acontecer, Ricky Starks terá de viajar até ao seu passado, ao início da sua carreira como psiquiatra e psicanalista, terá de pensar como o assassino que o persegue, terá de aprender a não confiar, terá de renascer...

Uma história brilhante de corrida contra o tempo, um perverso jogo de vingança que nos prende da primeira à última página.

De acordo com The Washington Post: "Em parte thriller, em parte tratado existencial, em parte registo freudiano do inferno... Um ritmo tenso, com um impecável sentido do tempo... A prosa ágil de Katzenbach é densa de atmosferas."

Já li e adorei. Um livro ao meu estilo: frio, intenso, onde as emoções e a racionalidade se cruzam, na busca da verdade, na busca da vida.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Aung San Suu Kyi





Não consigo ficar indiferente à luta desta mulher, de ar terno, que trava uma batalha memórável pela libertação do seu povo. São pessoas assim que merecem a minha admiração.

Um pouco da sua história:

Nasceu eu Rangum a 19 de Julho de 1945, filha de Aung San, herói nacional da independência da Birmânia, assassinado quando Aung San Suu yi tinha apenas dois anos de idade. Estudou nas melhores escolas de Rangum, na Índia e foi assistente da Ecola de Estudos Orientais de Londres.

Casou, em 1972, com o britânico Michael Aris, universitério especialista em Tibete e Budismo, com quem teve 2 filhos.

Em 1988, devido a problemas de saúde que levaram à morte de sua mãe, regressou à Birmânia, regresso esse que coincide com a eclosão de uma revolta popular espontânea contra 26 anos de repressão política e regressão económia do país. Nesse mesmo ano, como consequência das medidas de repressão adoptadas pelo regime birmanês, morreram 10.000 pessoas.

Nas eleições de 1990, o partido de Aung San Suu Kyi - Liga Nacional para a Democracia - obtém uma vitória esmagadora.

Esteve em prisão domiciliária desde 1989 até 1995, altura em que teve um período de "liberdade" até 2000, ano em volta a ser confinada ao seu domicílio por mais 19 meses. Presa novamente em Maio de 2003(após uma tentativa de assissanato no seu automóvel), mantém-se até hoje, em prisão domiciliária.

Em 1990 ganhou o prémo Sakharov de Liberdade de Pensamento, e m 1991 foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz.

O regime de sanções imposto pela União Europeia e pelos Estados Unidos, há uma década, mostra-se ineficaz contra outros "gigantes" que mantém relações com a Birmânia - China, Índia e Tailândia.

Não será de mais referir que a Birmânia tem grandes fontes de energias naturais, especialmente de gáz natural!






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