domingo, 25 de janeiro de 2009

"A Hora da Morte" - Lisa Gardner

Sinopse:
"O que farás quando o tempo chegar ao fim?

Dia após dia, esperava que o primeiro cadáver fosse descoberto - um corpo contendo todas as pistas de que os detectives precisavam para encontrar a segunda vítima, que agardava uma morte lenta, mas certa.

A s horas passavam - o salvamento era possível, mas a polícia nunca chegou a tempo. Passaram-se anos, porém, para este assassino o tempo parara. Quando uma vaga de calor se abate sobre a região, o jogo recomeça. Duas raparigas desaparecem - e as horas continuam a passar.

A agente do FBI Kimberly Quincy sabe que terá de infringir algumas regras para vencer um criminoso cruel no jogo que ele aperfeiçoou. A hora da morte chegou"

Mais um policial de Lisa Gardner. Mais uma leitura empolgante. Esta é a história de um assassino, que rapta sempre duas jovens. Uma aparece sempre morta junto de uma estrada e com todas as pistas para que a segunda rapariga seja encontrada. Para ele é um jogo, iniciado com o rapto, e onde a primeira vítima é como um mapa, através do qual, se poderia salvar a segunda vítima, que terá uma morte lenta e sádica.

As pistas que o assassino deixa no primeiro corpo, não são de interpretação fácil, nem imediata, pelo que a Polícia necessitou de tempo para se aperfeiçoar. Em 10 jovens, uma foi encontrada com vida e salva.

Agora, o assassino aperfeiçou-se, tornou-se mais ousado e colocou o corpo da primeira vítima no interior da base de treinos do FBI, em Quantico, onde Kimberly faz o seu estágio. Mac McCormack, polícia que acompanha o caso deste assassino à vários anos, também está em Quantico.

O tempo urge para que se salvem as outras vítimas. Mac e Kimberly, contrariando todas as regras, encetam uma busca por conta própria, que nos conduzirá à descoberta do assassino. Pelo meio, Kimberly vai enfrentando o seu passado e aprendendo a viver com ele, aceitando a morte da irmã e da mãe e lidando com sentimentos que lhe surgem pela primeira vez.

Um policial interessante, contagiante , que não se consegue parar de ler.

sábado, 17 de janeiro de 2009

"A Vida num Sopro" - José Rodrigues dos Santos

" Portugal, anos 30.
Salazar acabou de ascender ao poder e, com mão de ferro, vai impondo a ordem no país. Portugal muda de vida. As contas públicas são equilibradas, Beatriz Costa anima o Parque Mayer, a PVDE cala a oposição.
Luís é um estudante idealista que se cruza no liceu de Bragança com os olhos cor de mel de Amélia. O amor entre os dois vai, porém, ser duramente posto à prova por três acontecimentos que os ultrapassam: a oposição da mãe da rapariga, um assassinato inesperado e a guerra civil de Espanha.
Através da história de uma paixão que desafia os valores tradicionais do Portugal conservador, este fascinante romance transporta-nos ao fogo dos anos em que se forjou o Estado Novo.
Com A Vida Num Sopro, José Rodrigues dos Santos confirma a sua mestria e o lugar que já ocupa nas letras portuguesas."

Li este livro num sopro. Porque nos prende desde a primeira página e quando chegamos ao fim temos pena que tenha acabado.Comigo foi o que aconteceu.

"A Vida Num Sopro" é a história de Luís e Amélia, que se conhecem ainda adolescentes, num liceu em Bragança. A amizade de ambos rapidamente dá lugar a uma paixão de adolescentes, vivida no caminho entre a esquina da rua da casa de Amélia, onde Luís a espera todos os dias, e a porta do liceu, onde rapazes e raparigas têm aulas separadas.

No entanto, o entusiasmo do namoro dos jovens não é partilhado pela mãe da rapariga, que tem outros planos para a filha. Planos esses, que ignorando a vontade e a felicidade de Amélia visam um casamento conceituado socialmente, onde a filha desempenhará o seu papel de esposa dedicada. E é assim que Luís se vê separado da sua amada, de forma inesperada e abrupta.

Mas, se a separação foi conseguida, os sentimentos de Luís não foram apagados, e mesmo em Lisboa, enquanto estudante de Medicina Veterinária, é Amélia quem ele procura nas relações fugazes que vai mantendo.

Discreto, mas de ideias próprias formadas, Luís não concorda com o caminho que o país está a tomar e emite as suas opiniões, o que lhe vai trazer alguns dissabores futuros e encontros com a PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), sendo este organismo o responsável pelo fim inesperado desta hstória.

Apesar de casado com Joana, irmã de Amélia e responsável pelo reencontro dos dois, é Amélia a mulher que ele sempre amará. Amélia, casada com um superior hierárquico de Luís, nunca esqueceu a paixão de juventude. O encontro entre ambos e o sentimento que os une vai levá-los a uma vida clandestina, que apesar de curta será marcada pela tragédia: um assassinato, a que ambos assistem e que terão de ocultar, a bem dos bons costumes.

Uma bela história, a fazer lembrar os romances de outras épocas!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

30 anos de luta... de música... de rebeldia... de XUTOS E PONTAPÉS

Faz hoje 30 anos que os Xutos e Pontapés deram o seu primeiro concerto, no Alunos de Apolo, em Lisboa, ainda sob a denominação "Beijinhos & Parabéns".

Faz hoje 30 anos que começou aquela que é (pelo menos para mim é!) a maior banda de rock portuguesa.

Obrigado Tim, Kalú, Gui, Zé Pedro e João Cabeleira, por estarem sempre presentes na minha vida, mesmo quando tudo o resto parecia faltar.

E porque convosco aprendi a ser o Homem do Leme, deixo aqui estas magníficas músicas em jeito de homenagem aos cinco, que construiram uma carreira e uma vida sempre a Remar, Remar, forçar a corrente:

Em 2007, ao vivo no Campo Pequeno:




"Conta-me Histórias" ao vivo, em 1988




Em 2004, ao vivo na Cordoaria Nacional (duas músicas lindas)




quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

"Uma Vida Normal" - Paulo Azevedo

A minha equipa de trabalho ofereceu-me este livro este Natal. Li-o em dois dias (ou melhor, em bocadinhos de dois dias). É a história, escrita na primeira pessoa, de um jovem que nasceu sem pernas e sem mãos.


Normalmente, tenho alguma resistência a este tipo de livros, pois considero sempre que vão cair na piedade, no "coitadinho", na vitimização, e, confesso, não tenho paciência. Mas este livro surpreendeu-me pela positiva: não é, e muito bem, um livro de um jovem coitado, mas sim a história de um jovem normal, que apenas não tem pernas nem mãos. É o relato de como foi o crescimento e o desenvolvimento de uma criança e jovem, que apesar de ser diferente, mostra a todos o que o lerem, que é normal, feliz, com defeitos e qualidades, igual a todas as pessoas.


Paulo Azevedo mostra ao mundo que ser diferente não é nenhum estigma, nem sinónimo de discriminação. Quando se acredita e se quer, todos podem ser iguais - temos é de lutar por isso. E foi o que Paulo fez, assumindo a sua diferença mas nunca a usando para daí retirar qualquer benefício ou pena.


Um exemplo de força de vontade!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Mais um prémio atribuído ao "Conta-me Histórias"


Esta é sem dúvida uma boa maneira de começar o ano: com um Prémio. Este foi atribuído pelo blogue "Um Dia Depois do Outro", que me deixou "babada".
Consiste num presente só para blogues femininos (o que é verdadeiramente uma pena) e as regras são as seguintes:

- copiar o prémio e colocar no blogue
- fazer referência do nome de quem atribuíu o prémio e colocar no blogue
- presentear seis mulheres cujos blogues sejam uma insiração para si
- deixar um comentário nesses blogues para que saibam que receberam o prémio
Assim, aqui vão as minhas nomeadas (com um grande peddo de desculpa e sentimento de injustiça aos blogues feitos por homens e que me inspiram):

Estes blogues merecem este prémio pelo bom trabalho que fazem na divulgação da literatura, livros e autores, tão variados, mas sempre tão bem comentados. O "Sónia Lx" merece este prémio por ser um blogue de uma Mulher com M grande, de uma Pessoa com P grande, que ousa sonhar e perseguir os seus sonhos, que acredita na possibilidade de um Mundo melhor e que só com a sua existência melhora este mesmo Mundo. Obrigado amiga, por existires e fazeres parte do meu mundo.

Atribuo também a "Um Dia Depois do Outro", pelo nosso reencontro após quase vinte anos de separação, que só serviram para reforçar a amizade - a vida tem destas coisas, e não é preciso dizer mais nada. Sou uma privilegiada em te ter como amiga!



"O Cego de Sevilha" - Robert Wilson

Já há bastante tempo que tinha uma curiosidade enorme em ler algo de Robert Wilson e este livro em particular. Graças a uma troca de livros, tive a oportunidade de o ler e posso dizer que o mesmo se revelou bastante interessante.

É um trhiller psicológico intenso, emotivo, forte e até, por vezes, cruel. Tudo começa quando Javier Falcón, inspector jefe del Grupo de Homicidos de Sevilla, começa a investigar o assassínio de um homem de negócios, Raúl Giménez. Com mais de vinte anos de serviço, habituado a ver pessoas mortas, assassinadas, nada previa que aquilo que ia ver seria responsável por uma dolorosa e inquietante descoberta pessoal.

Ao ver o rosto do homem, completamente desfigurado, auto-mutilado e sem pálpebras, Javier Fálcon sentiu um impacto que quase o derrubava e que o surpreendeu: não conhecia a vítima, era apenas mais um caso para investigar. Seria? Mas foi quando descobriu uma foto do seu pai, o pintor Francisco Fálcon, entre os pertences da vítima, que Javier Fálcon iniciou uma penosa descoberta de si próprio através dos segredos bem guardados nos diários do seu falecido pai.

Paralelamente à investigação criminal Javier Fálcon investiga um passado do qual tem apenas imagens difusas e recordações sensoriais - a sensação de ser elevado no ar por alguém de quem não recorda o rosto, os passos da sua madrasta (a quem chama segunda mãe) a afastarem-se para sempre, o cheiro a leite de amêndoas que o faz, ainda hoje, não suportar sequer a visão de produtos lácteos.

A caminhada iniciada por este homem habituado a ser duro, racional e pouco impressionável vai ser bastante dolorosa, chegando a ser questionada a sanidade mental do seu autor, pois as revelações que o seu pai faz através dos seus diários coloca em questão toda uma existência.

Um livro muito bem escrito, uma história fascinante, onde várias vidas se cruzam para revelar uma vida que esteve muito para além do que os olhos podiam alcançar, muito para lá dos quadros do artista.

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