sábado, 31 de outubro de 2009

"Sozinhos" - Lisa Gardner

Sinopse:

"O agente Bobby Dodge assiste pela mira telescópica da sua espingarda a uma cena de violência doméstica: um homem armado barricou-se com a mulher e o filho, e Dodge está prestes a disparar. Vinte e cinco anos antes, Catherine Rose Gagnon foi vítima de rapto e de abuso sexual. O marido acaba de ser morto, e o sogro culpa-a pela sua morte. Um louco sobreviveu à solitária numa prisão de máxima segurança onde cumprira pena pelo mais sádico dos seus crimes. Agora percorre as ruas em liberdade, invisível, anónimo, e com uma enorme sede de vingança. Têm em comum um único acto de violência, mas estão ligados por uma paixão profunda e perigosa... e anda à solta um assassino que não descansará até os ter encurralado, até estarem sozinhos e indefesos!"

Bobby Dodge é atirador furtivo e é chamado a intervir numa situação de violência doméstica. Quando chega ao local vê uma mulher com uma criança ao colo a ser ameaçada por um homem armado. Bobby dispara e mata o homem. Assim começa esta história, fascinante e com um enredo que ultrapassa o bem e o mal.

Catherine, a mulher do homem morto, é acusada de mal-tratar o seu filho doente e de ter composto toda a cena para que o seu marido fosse morto. Quem a acusa é o sogro, um poderoso juiz que tudo faz para ganhar a custódia do neto.

No entanto, Bobby vê-se numa encruzilhada: matou um homem, presumivelmente foi usado por uma mulher fascinante e encantadora para o fazer, mas não consegue afastar-se dela e de acreditar na sua luta. Aliás, parece ser o único a acreditar em Catherine.

Será a manipuladora Catherine vítima ou agressora? Usará ela o seu filho, tornando-o doente, para que consiga atenção ou será apenas uma mãe desesperada que procura salvar a criança?

Um livro muito bom, onde tudo e todos têm algo a esconder, onde ninguém é inocente e a verdade é bem mais complexa e perigosa do que aparenta. As personagens estão muito bem construídas, vilões e heróis não se dividem em bons e maus: todos têm os dois lados e todos manipulam e são manipulados, mentem e escondem passados que interferem na realidade presente.

Uma história com um final possivelmente real, em vez de um final feliz.

Novas aquisições

Ontem era suposto ter estado de folga... ontem tive de ir trabalhar... mas antes ainda tive tempo de fazer uma visita ao Alfarrabista (eu perco-me nesta loja...). Comprei um livro da minha lista de livros a comprar e um outro, de Eça de Queiróz, para reler.







E este ofereci ao meu marido, que é fã (tal como eu) do José Rodrigues dos Santos


domingo, 25 de outubro de 2009

Vej@Blog




Por esta é que eu não esperava!!! O Conta-me Histórias foi premiado pela Vej@Blog como um dos Melhores Blogues e Sites do Brasil.

Muito obrigada pela distinção. Espero continuar a merecê-la por muito mais tempo.

sábado, 24 de outubro de 2009

"O Clube das Sobreviventes" - Lisa Gardner

Sinopse:

"O Clube das Sobreviventes... é o que lhe chamam Jillian, Carol e Meg. Não se consideram vìtimas. São sobreviventes que ajudaram na investigação que deteve Eddie Como, o homem que mudou para sempre as suas vidas. Mas agora Eddie Como foi abatido a tiro à porta do tribunal momentos antes do início do seu julgamento. Jillian, Carol e Meg ficaram radiantes - mão são também as principais suspeitas da sua morte. O detective Roan Griffin nunca teve um caso assim. Poderão três mulheres comuns ter sido levadas a fazer o impensável? Será que alguém do Clube das Sobreviventes se tornou homicida? E então outra mulher é brutalmente atacada..."


O clube das Sobreviventes é composto por Jillian, Meg e Carol, três mulheres que sobreviveram ao violador em série conhecido como o Violador de College Hill.. Sobreviveram... mas até recomeçarem a viver parece existir uma grande distância. Meg não se lembra de nada do seu passado, desde a noite em que fora violada. Carol vive apavorada, bulímica, bebendo e tomando comprimidos a mais que o desejável e recomendável. Jillian, a líder do grupo, transmite a imagem de mulher forte, mas vive atormentada com os seus fantasmas e com a imagem da irmã, que não conseguiu salvar às mãos do Violador de College Hill.

Quando Eddie Como, o detido e suspeito de ser o violador é assassinado à porta do tribunal, tudo se complica para as três mulheres. O detective Roan Griffin é chamado para tomar conta do caso, em que três sobreviventes se transformam em três suspeitas.

Eddie Como sempre reclamou a sua inocência, mas o seu ADN foi encontrado nas vítimas de violação. No entanto, o caso complica-se quando após a sua morte um novo crime acontece e... o seu ADN é encontrado na vítima.

Roan Griffin começa então uma corrida contra o tempo a fim de travar a continuidade dos crimes. Mas será que está preparado para o que vai enfrentar? Será que conseguirá ultrapassar os fantasmas do passado?

Um bom policial de Lisa Gardner, onde as personagens são bem exploradas assim como os seus conflitos interiores. No entanto, não é o seu melhor livro. Falta-lhe qualquer coisa para me agarrar como os seus outros livros fizeram.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Uma aquisição ao preço da chuva

Já chegou a última compra que fiz nos leilões da internet. O livro "Falso Alarme" da escritora Tami Hoag. Já o li há muitos anos, mas tinha sido emprestado e como sou fã desta autora, não perco uma oportunidade de completar a colecção. E este foi ao preço da chuva (que também já chegou, finalmente!): 2,50€ (516 páginas e capa dura como eu gosto)!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Diminui a liberdade de imprensa em Portugal

De acordo com a notícia do Jornal Público, a liberdade de imprensa em Portugal diminuiu este ano, do 16º para o 30º lugar.

A mim preocupa-me este resultado.

Qualquer dia chega aos blogues...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sem comprar livros... mas a namorá-los

Continuo sem comprar livros. Bem, quer dizer, sem comprar tantos livros como era costume, pois estou à espera de um que comprei na net (deve estar a chegar e depois coloco aqui) e no fim do mês vou ao Alfarrabista buscar outro que já encomendei (e que também colocarei aqui quando o tiver). No entanto, lá vou visitando as livrarias e tendo boas surpresas, isto é, encontrando maneira de aumentar a lista dos "livros a comprar". Hoje descobri estes dois livros que me despertaram o interesse.

Algum de vós já os leu? O que acharam?


«O melhor livro asiático dos últimos anos. Iluminado, comovente, misterioso.»- Literary Review

É a década de 1960 e o intelectual Chen Zhen, de Pequim, oferece-se para viver numa remota zona nómada na estepe da Mongólia Interior. Aí, descobre uma sinergia muito antiga entre os nómadas, o seu gado e os lobos selvagens que vagueiam pelas planícies. Chen fica a conhecer a rica relação espiritual que existe entre estes adversários e aquilo que podem aprender uns com os outros.

Mas quando elementos da República Popular da China aparecem em grande número, vindos das cidades, para trazerem a modernidade e a produtividade à estepe, a paz da existência solitária de Chen é destruída e o equilíbrio delicado entre humanos e lobos desfaz-se. Só o tempo poderá dizer se o meio ambiente e a cultura da estepe irão recuperar alguma vez…

Uma descrição bela e comovente de uma terra e uma cultura que já não existem, A Hora do Lobo é também um retrato da China moderna e uma visão fascinante da opinião que o país faz de si próprio, da sua história e da sua gente.

«Vencedor do Man Asian Literary Prize de 2007, O Totem do Lobo é um fenómeno literário na China, trazendo um vívido retrato da cultura, da espiritualidade, da ética e do estilo de vida dos últimos nómadas da Mongólia Interior."- Los Angeles Times



"Chil Rajchman tinha 28 anos quando foi deportado para Treblinka, em Outubro de 1942. Separado dos seus companheiros à saída do comboio, escapou às câmaras de gás tornando-se sucessivamente funcionário na triagem de vestuário, cabeleireiro, transportador de cadáveres ou «dentista». Em 2 de Agosto de 1943, participou no levantamento do campo e evadiu-se.
Após várias semanas de errância, Chil Rajchman escondeu-se em casa de um amigo perto de Varsóvia. A guerra ainda não acabou. Num caderno, contou os seus dez meses no inferno.
Na Libertação, ele foi um dos 57 sobreviventes entre os 750.000 judeus enviados para Treblinka para aí serem gaseados. Nenhum outro campo foi tão longe na racionalização do extermínio em massa.
Este texto, publicado pela primeira vez, é único. Escrito sob o signo da urgência, ainda antes da vitória sobre os nazis, inscreve-se entre os maiores dedicados ao holocausto."

Eu disse que vinha polémica pelo caminho!


Saramago disse (no Público) sobre o livro "Caim":

“na Igreja Católica não vai causar problemas porque os católicos não lêem a Bíblia". Mas admitiu que poderá gerar reacções entre os judeus.

“A Bíblia passou mil anos, dezenas de gerações, a ser escrita, mas sempre sob a dominante de um Deus cruel, invejoso e insuportável. É uma loucura!”

“O Corão, que foi escrito só em 30 anos, é a mesma coisa. Imaginar que o Corão e a Bíblia são de inspiração divina? Francamente! Como? Que canal de comunicação tinham Maomé ou os redactores da Bíblia com Deus, que lhes dizia ao ouvido o que deviam escrever? É absurdo. Nós somos manipulados e enganados desde que nascemos!”

“Mas há coisas muito mais idiotas, por exemplo: antes, na criação do Universo, Deus não fez nada. Depois, decidiu criar o Universo, não se sabe porquê, nem para quê. Fê-lo em seis dias, apenas seis dias. Descansou ao sétimo. Até hoje! Nunca mais fez nada! Isto tem algum sentido?”

O líder da Comunidade Judaica de Lisboa, Rabino Eliezer di Martino reage (no Público):

Em declarações hoje à agência Lusa, o rabino disse que o escritor José Saramago “não conhece a Bíblia nem a sua exegese”, fazendo “leituras superficiais das narrativas da Bíblia”. Eliezer di Martino garantiu que o “mundo judaico não se vai escandalizar pelo que escreve o senhor Saramago ou qualquer outro”.

O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, Padre Manuel Morujão, também rege (no Público):

“Parece-me ser uma operação de publicidade porque dizer bem da Bíblia, os grandes e os sábios o dizem como livro religioso, mas também como livro cultural. Ter uma opinião diferente e dizer que é um livro de maus costumes e onde se dizem coisas que não têm sentido nenhum causa impacto”.

“um escritor da craveira de José Saramago deveria ir por um caminho mais sério”. “Poderá fazer as suas críticas, mas entrar num género de ofensa não fica bem a ninguém, sobretudo quem tem um estatuto de prémio Nobel”



sábado, 17 de outubro de 2009

Ressurgimento dos livros de bolso

Segundo a notícia do Expresso, os livros de bolso ressurgiram em Portugal. A minha questão é: será porque são mais baratos? Mais fáceis de transportar? Eu não sou grande fã deste formato mas confesso que tenho alguns exemplares que adquiri aproveitando preços acessíveis e boas promoções.

Notícia do Expresso:

"Com grande difusão nos anos 60 e 70, "reactivado" nos anos a seguir ao 25 de Abril e sofrendo alguns abalos comerciais nos anos 90 - quando se extinguem várias colecções -, o livro de bolso ressurgiu nos últimos anos em Portugal.

Ressurgimento tímido, sem garra, na opinião de alguns. Ressurgimento ousado, para outros.

Uma coisa ou outra, a verdade é que, isoladamente ou em grupo, várias editoras deitaram mão recentemente à criação de novas colecções literárias de bolso: a Leya lançou a BIS, a Bertrand a 11/17 e o trio Assírio & Alvim, Cotovia e Relógio d'Água a Biblioteca Independente (BI). A Leya, há dias, anunciou mesmo a colocação dos livros da sua colecção à venda em máquinas automáticas, para já em Lisboa."

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"A Ofensa" -- Ricardo Menéndez Salmón

Sinopse

"Se o corpo é a fronteira entre cada um de nós e o mundo, como pode o corpo defender-nos do horror? Quanta dor pode um homem suportar? Pode o amor salvar aquele que perdeu a esperança? São estas algumas das perguntas implícitas em A Ofensa, a história de Kurt Crüwell, um jovem alfaiate alemão empurrado pelo nazismo para o vórtice de uma experiência radical e insólita."


A história deste livro é forte, intensa, triste. É sobre o mal que o ser humano é capaz de infligir ao seu semelhante. Ricardo Menéndez Salmón transporta o leitor para os horrores do nazismo, para a crueldade gratuita, para a vingança desproporcionada daqueles que num período vergonhoso da história dos nossos tempos se julgaram superiores.

Kurt é um jovem alfaiate, com uma namorada judia e uma vida pacata que é mobilizado para a guerra. No seu último jantar em família, antes de partir, Kurt recebe de seu pai um valioso conselho " O heroísmo foi inventado para os que carecem de futuro". E Kurt tinha um futuro à sua frente... No entanto, um acontecimento dramático e cruel transforma para sempre a sua vida. Ao assistir a um acto de extrema violência e desumanidade levado a cabo pelos seus companheiros, Kurt perde a sensibilidade do seu corpo; deixa de sentir. É então internado num hospital em França, onde começa uma nova vida e ganha uma nova identidade na sequência de mais um acto violento e vingativo, já no final da guerra.

Mas será que esta nova identidade o deixará viver uma vida longe do passado? Talvez não e por isso mesmo o final desta história é tão cruel e desumano como foi o conflito mundial nela retratado.

Uma história, que apesar de triste o autor consegue narrar com uma beleza linguística e uma cadência poética que transformam este pequeno livro numa grande obra.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

"A Mãe dee Um Rio" - Agustina Bessa-Luís

"Antigamente, sim, antigamente, a Terra tinha a forma quadrada, e um rio de fogo corria na superfície. Não havia aves nem plantas, as águas estavam nos ares como nevoeiro cor de ferro, e os ventos não as tinham distribuído ainda pelos quatro cantos agudos da Terra..."

Assim começa este conto de Agustina Bessa-Luís que hoje me apeteceu reler. É um conto que li pela primeira vez há cerca de dez anos, quando comprei o livro após ter visto o filme de Manoel de Oliveira "Inquietude", baseado, em parte, neste conto.

Digo-vos que adoro este conto e que me lembro dele sempre como se o tivesse acabado de ler. São 27 páginas que se lêem em poucos minutos, mas que imprimiu em mim um encantamento mágico, que perdurará para sempre.

Fisalina vive numa aldeia da qual nunca ninguém sai. Os seus habitantes casam entre si, vivem entre os seus muros e aí permanecem para além da morte. Mas Fisalina não quer esse futuro, quer sair e casar com o seu amado, um tocador de sinos de outra aldeia que conheceu numa feira enquanto acompanhava o pai na venda de meias e mantas de lã. Mas sabe que nunca tal aconteceu. Procura os conselhos da sábia mãe do rio, uma mulher que vive há mil anos, cujas pontas dos dedos são de ouro e sobre quem voam gralhas em constante agitação. Mas em vez de respostas Fisalina encontrou um futuro bem diferente do que procurava... nos seus próprios dedos de ouro.

"O povo de Alvite, a antiga aldeia de Alveus, lá está ainda. Ninguém conhece lá esta história. As mulheres, porém, usam ainda no Inverno luvas que deixam a ponta dos dedos a descoberto, dizem que para terem assim mais liberdade de movimentos e poderem fiar a lã. Mas não será porque receiam todas elas os dedos de oiro e desconfiem? Pobre, pobre Fisalina!". E assim termina "A Mãe de Um Rio".

Um livro muito pequeno (51 páginas bilingue - até à página 27 em português e depois em francês) mas com uma história grandiosa!

Agustina Bessa-Luís

Agustina Bessa-Luís faz hoje 87 anos. Parabéns!

Nascida em Vila Meã, a 15 de Outubro de 1922, Agustina desde cedo se apaixonou pelos livros, iniciando-se na leitura dos melhores autores ingleses e franceses na biblioteca do avô materno.

Em 1932 muda-se para o Porto para estudar e aí passa a sua adolescência e onde se fixa definitivamente a partir de 1950. Entre 1945 e 1950 vive em Coimbra.

A sua primeira novela Mundo Fechado, é publicada em 1948, mas é com a Sibila, em 1954 que surge o sucesso e o reconhecimento.

Sempre ligada à actividade literária Agustina envolveu-se em diversos projectos: foi membro do Conselho Directivo da Comunitá Europea degli Escrittori (1961/1962), foi directora do jornal diário portuense O Primeiro de Janeiro (1986/1987), assumiu a direcção do Teatro Nacional Dona Maria II (1990/1993), foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social , e é membro da Academie Européenne des Sciences, des Arts e des Lettres (Paris), da Academia Brasileira de Letras, e da Academia das Ciências de Lisboa - Classe de Letras.

Ao longo da sua vida foi sendo distinguida com vários prémios entre os quais, A Ordem de Sant'Iago da Espada (1980), A Medalha de Honra da Cidade do Porto (1988), o grau de Officier de L'Ordre des Arts e des Lettres (1989), e em 2004 recebeu o mais importante Prémio Literário da Língua Portuguesa - O Prémio Camões.

Na sua vasta obra contam mais de cinquenta títulos, tendo vários dos seus romances sido adaptados ao cinema pelo realizador Manoel de Oliveira: Fanny Owen (Francisca, 1981), Vale Abraão (Vale Abraão, 1993), As Terras do Risco (O Convento, 1995), A Mãe de Um Rio (Inquietude, 1998). Filipe Lá Féria adaptou e encenou para teatro, o seu romance As Fúrias, em 1995.


Bibliografia de Agustina Bessa-Luís:

Ficção



Biografias


Teatro


Crónicas, memórias, textos ensaísticos


Literatura infantil


Adaptações cinematográfica


Prémios à autora

  • 1975 - Prémio "Adelaide Ristori" (Centro Cultural Italiano de Roma)
  • 1982 - Prémio da Cidade do Porto
  • 1988 - Prémio Seiva de Literatura (Companhia de Teatro Seiva Trupe), Porto
  • 1996 - Prémio Bordalo de Literatura (Casa da Imprensa)
  • 2004 - Prémio Camões - o mais importante prémio literário da língua portuguesa
  • 2004 - Prémio Vergílio Ferreira (Universidade de Évora)
  • 2005 - Prémio de Literatura do Festival Grinzane Cinema, Turim (Itália)


Prémios às obras




LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin