domingo, 27 de março de 2011

" Deus das Moscas" - William Golding

Título: "O Deus das Moscas"
Autor: William Golding
Tradutor: Luís de Sousa Rebelo
Editora: Público - Colecção Mil Folhas
Edição: Maio 2002
Páginas: 222

Sinopse:

"Com 14 milhões de cópias vendidas só nos países de língua inglesa, O Deus das Moscas toma lugar de pleno direito no círculo restrito das obras da grande literatura que conseguem realizar tiragens de bestseller de enorme consumo.  Romance de estreia do então pouco conhecido William Golding, o livro foi publicado em Inglaterra, em 1954, graças ao caloroso apoio de T. S. Elliot, mas o grande sucesso chega com a edição económica publicada nos Estados Unidos em 1959, que se torna um verdadeiro objecto de culto, sobretudo junto do público jovem.

Ainda que de cativante haja bem pouco no romance: na sequência de um desastre aéreo ocorrido durante um conflito planetário, um grupo de meninos e rapazes encontra-se numa ilha deserta sem qualquer adulto. Pareceria a situação ideal para experimentar uma organização social fundada na liberdade natural, mas a pouco e pouco o grupo é invadido pelos medos e pelas inseguranças dos seus vários elementos, que afrouxam o controlo racional e deixam vir à tona um instinto agressivo e selvagem: um instinto capaz de destruir qualquer forma de colaboração ou solidariedade e que conduz a um desfecho trágico que, a partir de um certo momento, parece ser verdadeiramente inevitável.

Romance de tese sobre a naturalidade do mal, O Deus das Moscas é todavia toda uma perfeita máquina narrativa, na qual as dinâmicas incansáveis do entrecho se fundem com uma subtil e aturada análise da psicologia infantil e com uma profunda mas desolada reflexão sobre os fundamentos antropológicos da violência e da ânsia de poder."

Opinião:

Já há muito que tinha curiosidade em ler este livro. E não me arrependo nada de o ter lido. O Deus das Moscas, não é um livro doce, sobre um grupo de crianças numa ilha deserta e a sua luta pela sobrevivência. É sim, um livro duro e cruel sobre um grupo de crianças que sobrevive numa ilha ilha deserta e as suas dicotomias entre sobrevivência, salvamento, poder e liderança.

Rafael é eleito o chefe, e a sua preocupação é manter uma fogueira acesa para que o fumo possa ser visto ao largo da ilha pelos barcos que possam passar e assim, serem salvos. Jack, chefe de um grupo de miúdos que faziam parte de um coro, é um outro elemento que se destaca, cuja preocupação é caçar os porcos da ilha para se alimentarem. 

Rafael e Jack, dois líderes no mesmo espaço, dois interesses de sobrevivência: alimentação e salvamento. 

Rafael tenta organizar todo o grupo, de forma a construir abrigos e manter a fogueira acesa dia e noite. É seguido por Bucha, miúdo que pela sua aparência física (gordo e míope) sempre foi alvo do gozo dos outros, pelo que é inseguro e pouco confiante.

O grupo acaba por se dividir, de um lado Rafael, de outro Jack. Quem irá realmente sobreviver? Na luta pela sobrevivência, fogo e mortes marcarão a vida destes miúdos, para além da fera que alguns dizem ver. 

Uma história fria, cruel e que nos faz pensar na origem da mal.

Adorei!!!

Prós: A história, diferente de tudo e o estudo sociológico que a mesma contém sob a forma de romance.

Contras: sem dúvida, a tradução.

"Águas Calmas" - Tami Hoag

Título:  "Águas Calmas"
Autor: Tami Hoag
Tradutor: Maria Filomena Duarte
Editora: Temas e Debates
Edição: 1.ª Edição
Páginas: 448

Sinopse:

"Quando o cadáver de um homem assassinado cai literalmente aos pés de Elisabeth Stuart, ela consegue limpar o sangue mas não afstar o terror. Ela e o filho adolescente e problemático, recém-chegados a Still Creek, são tratados com desconfiança pela gente local, incluindo o xerife. Todavia, nada irá impedi-la de procurar a verdade... excepto o assassino. Fugindo de um divórcio atribulado, Elizabeth estava convencida de que poderia iniciar uma nova vida junto do filho numa pequena cidade de província. Mas a idílica Still Creek, encaixada no coração das searas luxuriantes dos Amish, esconde segredos suficientemente perigosos para levar alguém a cometer um crime. Agora, Elizabeth tem de arriscar tudo para desmascarar o assassino... antes que a corrente do mal que atravessa Still Creek a arraste para o fundo"

Opinião:

Já não é novidade para ninguém que sou fã da Tami Hoag, da trama das suas histórias e das suas personagens. E este livro é mais um a confirmar aquilo que gosto na sua esrita: as personagens são tão bem desenvolvidas, que ao fim de algumas páginas, a leitura torna-se um diálogo entre o leitor e as personagens da história, que passam a fazer parte do nosso imaginário de uma forma tão real que parece que as conhecemos.

A história circula em torno de um homem assassinado e da mulher que descobre o corpo: Elizabeth Stuart. Elizabeth é uma estranha na cidade, mas ela e o seu filho adolescente são olhados como se fossem a encarnação do mal. Ela, divorciada duas vezes, é vista como uma pecadora, mulher fácil e caprichosa, que usa os homens apenas para conseguir luxos. O seu filho adolescente, problemático, é o alvo perfeito para tudo o que acontece de errado na cidade.

Ao longo da história, a vida de Elizabeth cruza-se com o xerife, ex-estrela de futebol, divorciado, com uma filha adolescente e fantasmas do passado por resolver.

Uma história que é mais romance que policial, mas que cativa o leitor desde a primeira página.

Brilhante!!!

Prós: a escrita cativante de Tami Hoag e as personagens apaixonantes e tão reais.

Contras: apenas o facto de o lado policial da história ser absorvido pelo lado mais "romance"

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