segunda-feira, 30 de junho de 2008

"Obsessão" - Dick Haskins

Quando Pedro Castro, escritor de policiais e a sua mulher, Vera, desembarcaram na Grã-Bretanha, com destino a Londres, não imaginavam que aquela viagem de sonho se podia transformar num pesadelo.

Para Pedro, aquela viagem era a realização de um sonho. Finalmente estava na cidade que tantas vezes tinha servido de cenário às suas histórias, cujas ruas tinha descrito recorrendo a folhetos turísticos. Mas agora, ele próprio respirava o ar de Londres.

Tinha chegado à cidade há poucas horas quando, sentado num bar, foi chamado à atenção pelo barman para uma rapariga que, segundo este, estava aterrorizada. Sem saber porque razão, Pedro deu por si a seguir a rapariga, até que esta entra num prédio... as luzes de um apartamento são acesas e Pedro vê a rapariga a mirar-se num espelho. Mas... no momento a seguir vê um homem que aponta uma arma ao espelho... à rapariga... ouve os tiros e vê a rapariga a cair atingida pelos projécteis. Numa reacção irreflectida corre para a casa e no escuro do átrio de entrada cruza-se com o assassino de quem apenas sente uma pancada antes de mergulhar na inconsciência.

Quando retoma a consciência, decide alertar a Scotland Yard para o acontecido, mas como não quer problemas durante a sua visita turística fá-lo, anonimamente, numa chamada telefónica.

Será que Pedro se vai conseguir abstrair do que viu? Será que se consegue manter anónimo? E como é que vai lidar com um pormenor do crime que só ele conhece?

Uma história de suspense, bem ao jeito de Dick Haskins, em que um homem começa por querer a descoberta da verdade e acaba a lutar pela sua própria vida e pela vida da mulher que ama.

Só senti falta de uma coisa nesta história: o meu querido detective Dick Haskins não é protagonista.

6 de Julho - Dia Internacional pelo TIBETE

Clique na imagem para ampliar e conseguir ler o programa.

domingo, 29 de junho de 2008

"Encontro em Lisboa" - Tom Gabbay

"Encontro em Lisboa" é um livro de espionagem, escrito por Tom Gabbay. No seio da Segunda Grande Guerra, em Julho de 1940, entre Hollywood, Lisboa e Paris, vai-se desenrolando uma história de amizade, amor, traições, interesses, política e conspirações.
Lili Sterne, estrela de cinema em ascenção, parte de Hollywood com rumo a Lisboa, à procura de uma amiga de infância. Mas não vai sozinha: leva consigo um seu amigo, Jack Teller, duplo de cinema, com capacidade dedutiva digna de um detective mas que se perdeu de amores por uma casada. Afinal, o convite de Lili para viajar até Portugal deu-lhe um bom motivo para desaparecer do caminho do marido traído que o quer matar.
Em Lisboa, cruzam-se com o Capitão Catela, capitão da GNR, fiel ao regime de Salazar, mas que por uma boa quantia é capaz de esquecer alguns procedimentos; Ricardo Espírito Santo, aristocrata de Cascais; os duques de Windsor; espiões alemães e jornalistas ingleses.
A procura de Eva Lange, a amiga desaparecida, conduz-nos a uma história de espionagem que envolve Berlim, Londres, Paris e Lisboa, e onde todos estão comprometidos.
Mais uma história interessante, que tem como cenário principal de toda a acção a cidade de Lisboa.

domingo, 22 de junho de 2008

Histórias de Portugal - Autores Estrangeiros

Estou a ler um livro, cuja acção é passada em Lisboa, durante a Segunda Guerra Mundial. É uma história de espionagem, interessante, escrita por um autor que não é português.
E este facto fez-me pensar: porque é que os portugueses não escrevem sobre Portugal? Há tempos li um livro belíssimo sobre D. Sebastião, mas que também era escrito por uma autora estrangeira.
É claro que existem excepções: António Andrade Albuquerque retrata em "O Expresso de Berlim", os meandros da espionagem em Lisboa, durante a Segunda Guerra Mundial (muito à semelhança do que estou actualmente a ler), Domingos Amaral também aborda esse tema no seu livro "Enquanto Salazar Dormia"...
Também vão surgindo alguns livros cujas histórias se baseiam em investigações policiais reais (escritos por ex-inspectores da Polícia Judiciária ou jornalistas de investigação), uns mais ficcionados que outros. Estou-me a lembrar, por exemplo, dos livros do Pedro Rosado "Ulianov e o Diabo", "O Clube Macau" e "Crimes Solitários".
Mas é preciso mais, é preciso que os portugueses, de uma vez por todas, encarem as épocas da sua história de frente e escrevam sobre elas, criem romances, thrillers, policiais, sobre a nossa realidade.
É bom ler um livro, cujas paisagens descritas nos fazem sentido, em que heróis e vilões pisam as calçadas das nossas cidades, em que as histórias nos mostram um Portugal, que apesar de ficcionado, bebe da realidade que faz a nossa história, que faz o nosso dia-a-dia.
Gostava de ver mais publicações de autores portugueses, com histórias passadas em Portugal e, essencialmente, escritas num bom português!

domingo, 15 de junho de 2008

"Lisbon Killer..." - Rui Araújo

Lisbon Killer, é um policial português, que nos dá uma visão de como se desenvolve uma investigação no seio da Brigada de Homicídios da Polícia Judiciária.

Baseado num caso verídico, a histórica é narrada na primeira pessoa, num linguagem simples, mas dura, de quem combate o crime nas ruas de Lisboa.

No espaço de uma semana, três mulheres são assassinadas, violadas e estranguladas - o mesmo modus operandi, o que conduz ao mesmo assassino. No entanto, a Brigada do inspector Miguel Neves vê o seu trabalho dificultado pela ausências de quaisquer pistas deixadas nos locais do crime, e pela presença de uma jornalista, a desenvolver uma reportagem sobre serial killers.

Um marido que se diz loucamente apaixonado, um fuzileiro que gosta de investigar, um funcionário público solitário e os seus amigos, são algumas das personagens deste livro.

Uma história real do crime português.

Este é o segundo policial escrito por Rui Araújo, jornalista de investigação, co-fundador da revista "Grande Reportagem" e o primeiro jornalista português a entrar em Timos após a invasão. O seu primeiro romance policial intitula-se "À Queima-Roupa".

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Bendito seja eu por tudo o que não sei...

Fernando António Nogueira Pessoa nasceu às quinze horas e vinte minutos, do dia 13 de Junho de 1888, em Lisboa, no n.º 4, do Largo de São Carlos. O pai, Joaquim de Seabra Pessoa (38 anos), era funcionário público do Ministério da Justiça e crítico musical do "Diário de Notícias" e a mãe, Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa (26 anos), era natural da Ilha Terceira - Açores. O agregado familiar era composto, para além do próprio e de seus pais, pela avó Dionísia, doente mental e duas criadas, já idosas, Joana e Emília.

O seu nome Fernando António deve-se a Santo António, a quem a família se dizia relacionada genealogicamente. Para além desta ligação, Fernando Pessoa nasceu no dia consagrado ao padroeiro da cidade de Lisboa.

Com apenas cinco anos de idade ficou orfão de pai, que faleceu aos 43 anos, vítima de tuberculose. No ano seguinte, morre também o seu irmão Jorga, sem completar um ano de idade. Com a morte prematura do pai, a família vê-se obrigada a mudar de casa, para uma habitação mais modesta, na Rua de São Marçal, n.º 104, 3.º andar.

Segundo o próprio relata numa carta a Adolfo Casais, datada de 1935, foi também nesta altura que surge o seu primeiro heterónimo - Chevalier de Pas - e que escreve o seu primeiro poema, "À Minha Querida Mamã".

Em 1895, a sua mãe casa-se pela segunda vez, por procuração, com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban (África do Sul), país onde Pessoa passa a maior parte da sua juventude e onde começa a demonstrar possuir talento literário.

Em Durbam, recebeu uma educação britânica, o que lhe proporciona um profundo conhecimento da língua e literatura inglesas, através de autores como Shakespeare, Lord Byron ou Edgar Allan Poe.

É um jovem dedicado a momentos reflexivos e isolados, talvez por ter de dividir a atenção da mãe com os filhos deste segundo casamento e o padrasto.

O ensino primário é feito na escola de freiras irlandesas da West Street, onde em três anos fez o percurso de cinco. Em 1899, ingressa na Durban High School, onde permaneceu durante três anos, destacando-se como um dos melhores alunos da sua turma. Nesse ano criou o pseudónimo de Alexander Search, enviando cartas a sí mesmo, em nome do pseudónimo.

No ano de 1901 foi aprovado com distinção no primeiro exame da Cape School Examination e escreveu os primeiros poemas em inglês. Esta época é marcada por mais uma morte - a sua irmã Madalena Hentiqueta, de dois anos de idade.

Ainda em 1901, regressou a Lisboa, de férias, instalando-se a família em Pedrouços e posteriormente na Av. D. Carlos I, n.º 109, 3.º andar esquerdo. Foi em Lisboa que nasceu o seu irmão João Maria, o quarto do segundo casamento da mãe. Neste período escreveu o poema "Quando ela passa".

Em 1903 candidatou-se à Universidade do Cabo da Boa Esperança, mas apesar de ter obtido a melhor nota do ensaio de estilo inglês (entre 899 candidatos), não obteve uma boa classificação. No entanto, recebeu o Queen Victoria Memorial Prize. Um ano depois surgiram os heterónimos Charles Robert Anon e H. M. F. Lecher.

Regressou a Portugal, sózinho, em 1905, onde viveu com a avó Dionísia e duas tias, na Rua da Bela Vista, 17. Em 1906 matriculou-se no Curso Superior de Letras, que abandonou antes de completar o primeiro ano.

A avó Dionísia morreu em 1907, deixando-lhe uma pequena herança, com a qual investiu numa pequena tipografia na Rua da Conceição da Glória, 38, 4.º. Mas o tempo de vida da tipografia "Empresa Íbis - Tipografia Editora - Oficinas a vapor" foi curto e rapidamente o negócio faliu. Dedicou-se, a partir de 1908, à tradução de correspondência comercial, actividade que durariou toda a sua vida.

Em 1912 iniciou a sua actividade de ensaísta e crítico literário na revista "Águia", com a publicação do artigo "A nova poesia portuguesa sociologicamente considerada".

Em 1915, com Mário de Sá-Carneiro, Luís de Montalvor, e outros poetas e artistas plásticos que formaram o grupo "Orpheu", lançou a revista "Orpheu", marco do modernismo português e onde publicou alguns dos seus poemas.

A sua paixão confessa - Ophélia Queirós - foi, talvez, a única pessoa a conhecer o lado menos introspectivo e melancólico de Fernando Pessoa.

Fernando Pessoa possuía ligações com o ocultismo e o misticismo, destacando-se a Maçonaria e a Rosa-Cruz, tendo defendido publicamente as organizações iniciáticas, num texto publicado no "Diário de Lisboa" a 4 de Fevereiro de 1935. Era também, conhecedor e praticante da astrologia.

A 9 de Novembro 1935 foi internado no Hospital de São Luís dos Franceses, com diagnóstico de "cólica hepática", possivelmente associada a uma cirrose hepática provocada pelo excesso de álcool ao longo da sua vida.

Morreu a 30 de Novembro de 1935, com 47 anos, e o seu corpo foi enterrado no Cemitério do Prazeres. Em 1988, por altura das comemorações do centenário do seu nascimento, os seus restos mortais foram transladados para o Mosteiro dos Jerónimos.

Nos últimos momentos da sua vida, pediu os seus óculos e clamou pelos heterónimos. A sua última frase foi escrita em inglês:

"I know not what tomorrow will bring"
("Eu não sei o que o amanhã trará").

terça-feira, 10 de junho de 2008

"O Papa que nunca existiu" - António Andrade Albuquerque

Ontem terminei de ler mais um livro de António Andrade Albuquerque, "O Papa que nunca existiu", exemplar oferecido pelo autor.

Mais uma vez se consagra um grande escritor, capaz de captar a atenção do leitor desde a primeira página. A história é escrita de uma forma absolutamente fascinante, quer no que respeita à forma, quer ao seu conteúdo (e hoje em dia já vai sendo raro encontrar boas histórias escritas em bom português).

António é um jovem de treze anos, filho de José e Maria, que numa pequena aldeia de Vouzela surpreende todos com a sua eloquência e perspicácia. Dotado de inteligência e cultura invulgares, e um sentido de justiça e humanismo incomuns, desenvolve uma forte personalidade e encontra no Padre Albano, o pároco da aldeia, um amigo com que pode falar sobre as dúvidas que o assolam. O padre Albano admira António, e vaticina-lhe um futuro promissor.

No entanto, a morte inesperada do pároco, conduz António para uma revelação surpreendente, que leva o leitor para uma outra obra do mesmo autor - O Expresso de Berlim.

António, o menino que os professores diziam que se formaria em medicina, decide ser padre, decisão também tomada por José, o seu amigo de infância, cuja infelicidade tornou seu irmão.

Aos trinta e um anos, António é Cardeal Patriarca de Lisboa e participa no Conclave que se segue à morte do Sumo Pontífice e é eleito Papa, por unanimidade. O seu dinamismo, as suas atitudes imprevisíveis, o facto de se colocar ao lado da humanidade e as reformas que propõe para a Igreja, faz com que o apelidem de "o papa que nunca existiu"...

Mas que futuro terá este Papa, adorado pelo povo, mas olhado com desconfiança pela própria igreja?

Um livro apaixonante!

"A Filha do Capitão" - José Rodrigues dos Santos


Um leitor do "Conta-me Histórias", o Ricardo, sugeriu este livro, referindo:

"A Filha do Capitão, de José Rodrigues dos Santos: Para mim, dos melhores romances que já li. Conta a historia de 2 personagens, um portugues e uma francesa, cujos destinos acabam por se cruzar em tempo de guerra - 1ª Grande Guerra. Num linguagem acessivel (apesar do susto inicial ou ver a grossura do livro) acaba por ser uma leitura bem agradavel. O livro acaba por ficar bem recheado com outros factos historicos da epoca. Um dos melhores romances historicos da literatura portuguesa, que se encontra na lista do 10 melhores livros da Fnac."

Também já o li e gostei bastante. Bem escrito, com uma história interessante é um romance que nos faz lembrar os clássicos Os Maias ou Ana Karenina.

A Filha do Capitão narra a história de duas personagens que se cruzam num cenário imprevisível. Afonso Brandão é o sexto filho de Rafael e Mariana, uma típica família ribatejana, nascido em 1890. Um ano depois, em França, nascia Agnés Chevallier, no seio de uma família aristocrata.

Afonso faz os seus estudos num seminário, em Braga, afastado da família, até ingressar na vida militar, que o levará a combater nas trincheiras francesas, durante a Primeira Guerra Mundial, enquanto Capitão Afonso. E é em terras francesas, durante a guerra, que conhece uma deslumbrante baronesa. Desse encontro nasce uma atracção irresistível, um amor proibido entre o oficial português e a deslumbrante francesa.

Será capaz de um amor sobreviver à guerra? Como lidar com o desespero, com a solidão, com a ausência de quem se ama, ou das suas palavras?

Uma história de amor, mas também um relato histórico da época, onde vida e morte, sagrado e profano, arte e ciência, acaso e destino se cruzam a cada página.

domingo, 8 de junho de 2008

Marguerite Yourcenar

A 8 de Junho de 1903, nascia em Bruxelas (Bélgica), Marguerite Yourcenar. Yourcenar é um anagrama do verdadeiro apelido da escritora - Crayencour.

Nascida no seio de uma família aristocrática, não chega a conhecer a mãe que morreu poucos dias após o seu nascimento. Criada pelo pai, teve uma educação marcada pelo estudo das línguas e das civilizações antigas. Viaja com o pai durante a infância e começa a escrever ainda durante a juventude. Publica o seu primeiro livro com apenas dezassete anos - O Jardim das Quimeras.

Após a morte do pai, Marguerite Youcenar, então com vinte e seis anos, inicia uma série de longas viagens, visitando países como a Itália, a Grécia ou os Estados Unidos.

Ao longo de toda a obra, transparece a sua vasta cultura e erudição, que fazem dela uma escritora clássica.

Em 1951 publica o romance histórico Memórias de Adriano, e é então que o seu nome se torna conhecido.

Com o início da Segunda Guerra Mundial, Yourcenar fixa residência nos EUA e naturaliza-se cidadã norte-americana em 1947.

Em 1981, foi a primeira mulher a ser recebida na Academia Francesa, nove anos depois de se ter tornado membro estrangeiro da Academia Bega de Língua e Literatura.

Morreu em 1987, nos Estados Unidos da América, deixando uma vasta obra de ficção e ensaio.

sábado, 7 de junho de 2008

"Os livros são os amigos mais sossegados e fiéis; são os conselheiros mais acessíveis e sábios; e os professores mais pacientes."

(Charles W. Elliot - 1834/1924)

As minhas compras de hoje

Olá amigos e leitores!

Hoje fui comprar livros. Fui à Feira da Vandoma, à FNAC e à Feira o Livro. Comprei 9 livros!

Aqui ficam os títulos:

  • "Eu, Gangster!" (Mickey Spillane)
  • "O coxo da Ponte Guillain" (Ray Lasuye)
  • "A desaparição de Fandor" (Pierre Souvestre e Marcel Allain)
  • "Lua-de-mel Sangrenta" (Lawrence Block)
  • "O caso de Leicester Square" ( W. Strong-Ross)
  • "Chantagem" (Stephen Ransome)
  • "Encontro em Lisboa" (Tom Gabbay)
  • "Lisbon Killer" (Rui Araújo)
  • "A Ilha das Trevas" (José Rodrigues dos Santos)
Mais nove livros para adicionar aos doze que tenho em lista de espera!

Já sabem, à medida que os for lendo, vou aqui dando o meu parecer, de simples leitora.

Deixem também as vossas sugestões, aqui http://wwwcontamehistorias.blogspot.com/2008/04/as-vossas-sugestes-literrias.html
ou através do endereço homemdoleme@live.com.pt

Boas leituras para vós... e para mim...

domingo, 1 de junho de 2008

"Kafka à beira-mar" - Haruki Murakami

Já há algum tempo que tinha curiosidade em ler algo deste autor. Como gosto de gatos e de Kafka, comecei por este, e não me arrependo. O livro é FANTÁSTICO.

Fantástico, quer pela imaginação do autor, quer pela história, ou histórias, que narra.

Um jovem de quinze anos foge de casa para cumprir uma estranha profecia, legada pelo seu pai.

Um idoso, que fora uma criança "normal" antes de um acidente nas montanhas, mas que agora sofre de uma deficiência mental acentuada, e que fala com gatos, pedras e consegue fazer cair do céu peixes e sangessugas.

As vidas destas duas personagens cruzam-se numa dimensão que ultrapassa o real, onde conceitos assumem formas, passado e presente co-existem e interagem.

Uma viagem ao mundo interior de cada uma das personagens, onde real e fantástico se misturam, onde vida e morte não têm uma fronteira bem definida, onde basta não chegar a tempo à Pedra de Entrada para que tudo seja diferente.

Um livro muito diferente daquilo a que estou habituada, mas que me deixou com vontade de ler mais deste autor.

Aqui fica uma frase deste livro:

"- Escuta uma coisa. Todos os bens materiais se encontram em circulação. A terra, o tempo, os conceitos, o amor, a vida, a fé, a justiça, o mal - são tudo coisas fluidas e em transição. Não cristalizam eternamente num mesmo lugar e debaixo de uma mesma forma. No fundo, o próprio universo não passa de uma espécie de monumental serviço de transporte e logística, tipo FedEx."

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin