domingo, 31 de agosto de 2008

"O Egiptólogo" - Arthur Phillips

Julgo que, pela primeira vez, não sei o que escrever sobre um livro. Terminei de ler este título na sexta-feira e confesso que me foi um pouco difícil terminar a sua leitura, porque não me conseguiu "prender". Não posso dizer que é um mau livro, porque não é, mas é apenas um livro. Deixo aqui a sua sinopse:


"Em 1922, Howard Carter fez a mais importante descoberta arqueológica de todos os tempo: o túmulo do faraó Tutankhamon, com os seus tesouros relativamente intocados. Os objectos viajaram de continente em continente e foram incessantemente fotografados, discutidos e reproduzidos. O Egiptólogo que dá o título ao livro de Arthur Phillips não é Carter, embora Carter apareça no livro. Ralph Trilipush é o anti-Carter, uma caricatura, um Carter de outro planeta. Como Carter, Trilipush está à procura de um túmulo de um efémero faraó. O de Trilipush chama-se Atum-adu. que ele traduz por «Atum está excitado». Deparamo-nos com Trilipush logo no início do livro, numa carta que ele escreve à noiva, que está em Boston, e bastam essas três páginas para alertar o leitor relativamente ao carácter de Trilipush - egoísta, hipócrita, paranóico quanto baste. As suas cartas e diários fazem parte da narrativa. A sua reputação académica reside fundamentalmente na sua tradução da poesia erótica de Atum-adu (estas traduções, transcritas no livro, constituem outras tantas brincadeiras do autor; as versões libertinas de Trilipush contrastam divertidamente com os eufemismos vitorianos usados nas primitivas traduções destes poemas).


Usando o seu background académico, Trilipush conseguiu ficar noivo de uma beldade de Boston, Margaret Finneran, cujo pai é um milionário snob. Com a ajuda do futuro sogro, Trilipush constitui uma empresa para financiar a sua busca do túmulo perdido.


Um detective australiano reformado, Harold Ferrell, escreve uma segunda narrativa paralela, dando conta de um caso que investigara 30 anos antes, relacionado com um fabricante de cerveja milionário, Barnabas Davies, que, sabendo que só tinha alguns meses de vida, decidira deixar parte da sua herança aos filhos, 38 no mínimo segundo Ferrell, que eventualmente deixara pelo mundo, fruto das ligações temporárias que mantivera durante a sua juventude de embarcadiço.


A tarefa de Ferrell é encontrar uma das potenciais mães, que vive em Sidney. Encontra-a, miserável e repulsiva e confirma que ela realmente teve um filho de Davies, Paul Caldwell. A sua procura do rapaz leva-o do circo a uma biblioteca e depois à prisão, e finalmente à Força Expedicionária Australiana no Egipto, na qual Caldwell serviu durante a Primeira Grande Guerra. Infelizmente para o detective, que estava a ganhar bom dinheiro com as suas buscas, Caldwell desaparecera em 1918 e fora dado como morto.


A confluência destas histórias aparentemente separadas resulta num final explosivo, ao mesmo tempo inevitável e completamente imprevisível"

domingo, 24 de agosto de 2008

André Kertész: On Reading

André Kertész nasceu em Budapeste, Hungria em 1894 e morreu nos Estados Unidos em 1985. Foi ioneiro na "fotografia de rua", fotografando cenas da vida quotidiana. E são algumas dessas líndissimas fotos que aqui vos deixo (podem ver mais em (http://homepage.mac.com/curatorial1/Kertesz%20web%20gallery/large-1.html)



Foi há 20 anos

Lembro-me bem deste dia... Quando os directos e as emissões especiais tinham razão de ser....






E quando as notícias eram comunicadas sem interferência das opiniões pessoais dos jornalistas nem comentários desnecessários... As imagens falam por sí...



quarta-feira, 13 de agosto de 2008

"Trevas Satânicas" - Marion Zimmer Bradley

Já tinha este livro há algum tempo na prateleira, e agora decidi lê-lo. É um livro pequeno (189 páginas) e de fácil leitura.

Jock Cannon é escritor e deve o seu sucesso aos livros que escreveu sobre bruxaria e fenómenos paranormais. Agora, que está prestes a ver editado o seu último livro, pede ao seu editor, James Melford, para que não o publique. Porquê? Porque tem sido alvo de ameaças desde que o escreveu. No entanto, James insiste em que o livro seja publicado, pois nem acredita nessas histórias que Jock conta e nas quais parece ele próprio acreditar. Mas, quando Jock morre, James começa a ter outra visão dos acontecimentos.

A sua mulher começa a comportar-se de uma forma estranha, os seus medos mais profundos parecem materializar-se a cada momento que passa, toda a sua vida parece estar em perigo.

Uma história sobre rituais de magia nos tempos modernos, e como o poder da sugestão pode transformar a realidade.

Um livro engraçado, mas que não me preencheu enquanto leitora.

domingo, 10 de agosto de 2008

"Brincadeira de Crianças" - Carmen Posadas

" Luísa, uma escrtitora de thrillers, mulher emancipada e mãe solteira de uma filha pré-adolescente, trabalha num romance em que investiga a morte de um rapazinho. Todavia, aos poucos, Luisa apercebe-se de que o enredo do seu livro tem muito a ver com um episódio obscuro do seu passado, o qual parece estar também a repetir-se na vida da filha. Carmen Posadas constrói um romance de mistério em que reflecte sobre os perigos de se ultrapassar a fronteira, sempre ténue, que separa a verdade da mentira"

Luísa é escritora e mudou-se há pouco tempo para uma casa nova, uma casa à medida do seu sucesso. A filha Elba, irá frequentar o Colégio Inglês, o mesmo que Luísa frequentara, há quarenta anos atrás.

Elba julga ser adoptada, pois é essa a história que a mãe lhe contou, para esconder da avó que engravidara, naquela que denominou "viagem de acasalamento", um período de ausência, em que procurou um pai para a filha que desejava. Quando decide contar a verdade a Elba, esta demora algum tempo a aceitá-la.

Com a ida da filha para o Colégio onde ela própria estudara, Luísa reencontra dois antigos colegas - Miguel e Sofia. Um reencontro inesperado, mas que leva as três personagens a reviverem um episódio ocorrido quando tinham a mesma idade de Elba: o irmão gémeo de Miguel, António, morrera numa queda em consequência de uma brincadeira entre o grupo. No entanto, parece que aquele "acidente" não é visto da mesma maneira por todos .

Elba desenvolve uma forte amizade com Avril, filha de Sofia, mantendo à margem Miki, o filho de Miguel, a quem chamam "girino". Mas um dia, Miki aparece morto, no Colégio, em circunstâncias que levam Luísa a reviver o episódio da sua própria infância. Será apenas uma mera coincidência?

Um livro intenso, onde a verdade e a mentira se confundem e entrelaçam, originando confissões inquietantes e perturbadoras. Uma história sobre a maldade infantil, onde as crianças são capazes de uma crueldade assustadora, e onde não há lugar para finais felizes.

Gostei.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

"Pânico" - Jeff Abbott

"A vida não poderia estar a correr melhor a Evan Casher: com apenas 24 anos, é já um realizador de documentários famoso e é feliz com a namorada, Carrie. Após um telefonema urgente da mãe, faz uma viagem inesperada a Houston. Aí encontra a mãe brutalmente assassinada e escapa por pouco a uma tentativa de homicídio. Raptado do local do crime por um mercenário enigmático movido por razões desconhecidas, Evan vê-se confrontado com a dura realidade: toda a sua vida não passa de uma mentira meticulosamente construída."

Quando Evan atendeu a chamada da sua mâe e recebeu os seus e-mails, nunca pensou que a sua vida, a partir desse preciso momento, iria mudar para sempre.

O que sempre fora até aí, os seus pais, a namorada, a história da sua infância, tudo será destruído para que a verdade impere.

Os pais trabalhavam para a CIA, ou melhor, para um grupo de dissidentes no interior da própria CIA, os Deeps, coordenados por Jargo, e por isso a mãe está morta e o pai desaparecido... A namorada não é uma estudante de cinema, mas sim, uma agente infiltrada, que trabalha para os Deeps e para a CIA.

Evan encontra-se entre a verdade e a mentira, sem saber, por vezes, onde está uma e onde se enconde a outra, mas de uma coisa tem a certeza: vai descobrir o seu pai, e trazê-lo de volta. Será que vai conseguir?

"Pânico" desenvolve-se a um ritmo alucinante de revelações. Prende o leitor pela acção permanente, quase de um estilo "cinematográfico" em que conseguimos ver as imagens que nos são descritas nas palavras. No entanto, as personagens têm relações entre si que poderiam ter sido mais exploradas, o que teria dado mais profundidade e humanidade à história. Gostava que as relações amor-ódio entre Jargo e o seu filho Dezz, ou entre Jargo e o pai de Evan, tivessem sido mais exploradas. Gostei do livro, mas fiquei com a sensação de que lhe falta algo para me preencher enquanto leitora.

Em conclusão, um bom livro de acção, que tem história para ser um bom thriller psicológico, mas que ficou a meio caminho.

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