terça-feira, 30 de junho de 2009

"Maigret & O Assassino do Canal" - Simenon

Sinopse:

"Perto de uma eclusa, uma mulher aparece morta numa estrebaria. A sua identidade é desconhecida, ignorando-se também o que a terá levado até ali. Maigret inicia a investigação. A vítima só é identificada aquando da chegada do Southern Cross, iate de que é proprietário Sir Walter Lampson, o marido. Todavia, o nome pelo qual era conhecida é falso e a sua verdadeira identidade permanece um mistério. Até que algumas pistas lançam Maigret no encalce de La Providence, uma barcaça onde vive Jean, um homem taciturno cuja solidão encobre um doloroso segredo."

Este livro foi publicado, pela primeira vez, em 1931, e é o primeiro livo de Simenon que leio. Um livro pequeno, simples, mas com uma narrativa mais centrada no pensamento lógico-dedutivo do detective Maigret do que na acção do crime em torno do qual se centra a história.

A história é simples, assim como a linguagem utilizada. Ao longo da narrativa acompanhamos Maigret na procura de um assassino, acompanhando as suas acções, observações e deduções.

Um livro que se lê bem.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

"Sem Sangue" - Alessandro Baricco

SINOPSE

"Quando os seus inimigos finalmente o encontram, Manuel Roca obriga Nina, a sua filha pequena, a meter-se num esconderijo debaixo de um alçapão na despensa, a partir do qual testemunhará o assassinato do seu pai e do seu irmão. Após a matança, Tito, um dos assassinos, encontra o esconderijo de Nina, mas, apiedado da inocência da criança, não diz nada aos seus cúmplices. Décadas mais tarde, Nina é uma intrigante mulher que passeia pela rua quando encontra um já idoso Tito a vender lotaria. Este encontro revelará até que ponto a traumática experiência da sua infância marcou ambas as personagens, e se serão alguma vez capazes de a superar."


Um livro pequeno, que seria apenas de meia dúzia de páginas não fosse o enorme tamanho da letra.

Não irei falar da história, pois isso era contá-la.

Quanto à leitura deste livro, não foi boa nem má, foi uma leitura que quando terminou, terminou. Não deixou nada das suas personagens em mim. É pena, pois considero a escrita do autor muito agradável. No entanto a história, que mais se assemelha a um conto, de tão pequena que é, parece uma história inacabada, um capítulo de uma história maior. Pensando bem, fico com a sensação de que este livro é um epílogo (um pouco extenso) de uma verdadeira história que não foi escrita.

A eternidade efémera

Morreu Michael Jackson, o Rei da música Pop. Tinha 50 anos e uma vida plena de êxitos e escândalos.

A música mundial está de luto.

Nunca fui fã, não tenho nenhum disco dele, mas sem dúvida que era dotado de uma voz inconfundível, capaz de uma melodia envolvente. E se dançava... Enfim , o homem era um espectáculo em palco.

Mas como em todos os comuns mortais (por muito que nos custe acreditar, os ídolos são comuns mortais como todos nós), a vida não é só coisas boas e a sua foi plena de escândalos e até de alguma bizarria (direi eu).

Mas o mundo vai para sempre lembrar o Mickael Jackson cantor, encantador de multidões.

E a música perde mais um dos ícones inigualáveis.

Deixo aqui algumas fotos, do artista que procurava a perfeição e que se utilizou a si próprio como um palco.






quinta-feira, 25 de junho de 2009

"Chegou a Tua Hora" - Karen Rose

SINOPSE:

"Nunca, ao longo da sua experiência na Brigada de Incêndios de Chicago, o tenente Reed Solliday viu tantos e tão devastadores incêndios domésticos, e, para ajudar ao seu desconcerto, a sua nova e arrogante parceira, a detective Mia Mitchell, conduz o caso de uma forma com a qual ele não concorda. Os instintos de Mia dizem-lhe que o incendiário tem razões pessoais contra os dois investigadores, dado que os rostos torturados que encontram nos edifícios em chamas são das pessoas que Mia e Reed mais amam. A ânsia do monstro por morte e destruição é inextinguível... e Mia será a sua próxima vítima!"


Comecei a ler este livro sem saber o que me esperava. A autora é nova em Portugal (editada em exclusivo, pela primeira vez pelo Círculo de Leitores), este é o primeiro livro da autora, e nunca tinha ouvido falar no seu nome.

Foi uma boa escolha e provavelmente irei comprar os outros títulos que o Círculo de Leitores irá publicar.

É uma história policial, condimentada com romance e thriller psicológico. Mia Mitchell é detective da Brigada de Homicídios e Reed Solliday tenente na Brigada de Incêndios. As suas vidas cruzam-se no seio de uma investigação a um incêndio numa casa de habitação, onde aparece o corpo carbonizado de uma rapariga. Mas a morte não foi causada pelo fogo. A rapariga fora violada e morta com um tiro. Os incêndios repetem-se e com eles as vítimas multiplicam-se, Quem será aquele cruel assassino?

Quando a professora Brooke é retirada das chamas ainda com vida, uma nova esperança surge nos detectives. No entanto, Brooke não sobrevive, mas antes de morrer repete as palavras do seu assassino: "Conta até dez e vai para o inferno". Qual seria o significado destas palavras? Mia e Solliday vêem-se então no centro de uma escalada de mortes, arquitectadas por uma mente que anseia por vingança. E no Centro de Reabilitação de Jovens onde a professora Brooke leccionava, são mais as dúvidas e suspeitas que surgem, do que respostas para o caso.

Enquanto a investigação avança, Mia e Reed são confrontados com os seus medos mais profundos, com os sentimentos que os assustam, com o homem e a mulher que são quando deixam de ser a detective e o tenente. O seu passado assombra o presente que vivem, e por vezes parece cruzar-se com o assassino.

Uma história absorvente, com personagens tão bem desenvolvidas que até poderiam ser reais. A escrita prende-nos até à última página. A descrição das personagens e dos seus sentimentos está tão bem conseguida que damos por nós a falar com elas, a viver com elas as suas emoções.

Um bom livro, com uma boa história. Uma autora que promete!


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Abelha Maia e La Fontaine

"Lá num país cheio de cor, nasceu um dia uma abelha"... assim começava o genérico desta série que tanto me encantou. E aqui esta a caderneta de cromos! Uma relíquia!

E quem se lembra das fábulas de La Fontaine, sempre com uma lição no final?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Em câmera lenta...

Muito obrigada à Marta do "Chuva de Livros" por este selo.


As regras são:


Escolher 5 situações da vida para passar em câmera lenta;
Em segundo lugar, passar o desafio e o prêmio a 12 blogues e avisá-los.
Então vamos a eles:


Escolher momentos da minha vida para passar em câmera lenta é para mim muito difícil, pois gosto de viver a vida à velocidade que ela se apresenta. Todos os momentos da minha vida foram vividos com a intensidade que tinha de ser, rápida ou lenta, mas têm a importância que têm por terem sido vividos da forma que foram. Podia escolher os momentos "cliché" - quando conheci o meu marido, a defesa da minha tese, o primeiro concerto dos Xutos - mas na verdade não é de os passar em câmera lenta que eu gostaria. O que eu gosto mesmo, é de os recordar, à velocidade com que foram vividos, e assim sentir as emoções sentidas.


E agora, os doze escolhidos:

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A minha vida dava um livro...


Todos nós temos momentos da nossa vida, que se fossem bem descritos davam um livro... ou pelo menos, um capítulo! E isso já é possível, já está ao alcance de todos ter a sua própria biografia.


A empresa "O Livro da Minha Vida" proporciona a todos os que queiram, a elaboração de uma biografia. Em cerca de seis meses de existência esta empresa já "publicou" cerca de 30 obras e angariou entre 200 a 300 clientes. O projecto implica cerca de três meses e o trabalho é realizado tendo por base a gravação de cerca de seis horas de conversas, seguido de um mês de escrita da obra. Antes de ser imprimida, a obra é revista pelo cliente e depois de aprovada é enviada para paginação e encadernação. Apesar de a gráfica ter de parar todo o seu trabalho para a realização de 2 ou 3 livros por encomenda (a excepção são as tiragens para distribuir em casamentos, por exemplo) o preço não é nada de exorbitante - o orçamento pode ir dos 3 aos 200 euros por livro, dependendo da tiragem, tamanho, tipo de capa, cores e inclusão ou não de fotografias.


À frente deste projecto está Marina Oliveira, editora que deixou a ASA para se dedicar a "O Livro da Minha Vida".


terça-feira, 16 de junho de 2009

Um prémio "Intradutível"

Mais uma vez o Conta-me Histórias foi premiado. Um muito obrigada à Isabel Maia do Na Companhia dos Livros por este miminho, que desde já te retribuo.

Regras:
  1. Linkar a pessoa que te indicou.
  2. Escrever as regras do mesmo em seu blog.
  3. Contar seis coisas aleatórias sobre ti.
  4. Indicar outro seis blogs para receber

Ora... seis coisas sobre mim (para além de adorar livros, pois isso já não é novidade nenhuma para vós):
  1. Adoro Filosofia
  2. Li a Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant (completa!)
  3. Adoro um bom chocolate
  4. Não sou grande adepta de desporto, mas adoro andar de bicicleta
  5. O meu restaurante preferido, em Lisboa, é Os Tibetanos
  6. Adoro roupa indiana (saris, babouchas, djhelabas,...)
E agora, os seis "Intradutíveis":

"Comboio Nocturno para Lisboa" - Pascal Mercier

Sinopse:

"Numa manhã chuvosa, uma mulher prepara-se para saltar de uma ponte, em Berna. Raimund convence-a a não fazê-lo, e consegue, mas depois a mulher desaparece. Tudo o que sabe é que é portuguesa. De tarde, entra numa livraria e, por acaso, descobre um livro de um autor português, Amadeu de Prado, que foi médico, poeta e resistente durante o salazarismo.

Raimund é, desde há muito tempo, professor de latim e grego, o que já o entusiasma tão pouco como o seu casamento, já em estado de desagregação. Aprende português e, uma noite, mete-se num comboio para Lisboa, uma cidade que irá ser o local de todas as revelações: dos mistérios da vida humana, da coragem, do amor e da morte.

Um livro que apetece reler lentamente, mal se acaba de ler."

Quando Raimund Gregorius encontra uma rapariga portuguesa prestes a saltar da ponte de Kirchenfeld, desconhece ainda o significado daquele encontro na sua vida.

Gregorius é filólogo clássico e dedicou toda a sua vida às palavras, ao Grego, ao Latim, ao Persa, ao Hebraico, ... A sua vida é monótona, como se fosse um ciclo diário de rotinas mecanizadas. Vive sózinho, e a mais pequena alteração nas suas rotinas provoca um abalo semelhante a um terramoto na sua vida. Tal como naquele dia em que a ponte estava vedada ao trânsito e ele cometeu um erro na aula de Grego. Ele tinha errado! Era algo impensável para o Mundus, alcunha por era conhecido no meio dos seus alunos.

Mas naquele dia de manhã, enquanto cumpria o ritual de se dirigir para a escola, encontrou aquela jovem que se preparava para saltar da ponte... Impelido na sua direcção, impediu o trágico acontecimento. Mas nesse dia a sua vida mudou... Ao ouvir a palavra "português" pronunciada pela jovem, sentiu-se como que enebriado pela sua sonoridade. Abandonou as aulas a meio, entrou num alfarrabista e encontrou um livro português, do autor Amadeu de Prado. Comprou um curso de português, para principiantes, e foi para casa, aprender a língua que até agora lhe era desconhecida e que entrara na sua vida de forma apaixonada, como nunca algo acontecera.

Gregorius, cuja vida sempre fora planeada não deixando espaço para os acasos, deixa-se agora invadir pela força da vontade quase irracional, e parte de comboio para Lisboa.

Em Lisboa, procura Amadeu de Prado e a sua vida. Encontra os seus amigos e familiares e reconstrói a vida do escritor a partir das vidas daqueles que o rodearam, desde a infância até à resistência anti-fascista. Percorre os caminhos de uma vida sofrida, pelas ruas de Lisboa, pelas ruas onde se desenrolou a vida de Amadeu de Prado, um jovem só, sofredor da sua solidão, que escrevia sobre os sentimentos de uma forma tão clara, crua e profunda, que as suas palavras se imprimiam na vida de quem as lia; um jovem e, mais tarde, um adulto, cuja imensidão de sentimentos, cuja profundeza sofrida do ser abarcava tudo e todos para uma sensação de nostalgia opressiva, ao mesmo tempo que os conduzia a uma necessidade de grito libertador.

Este é um romance pleno de personagens fortes, sentidas, com vivências sofredoras e sofridas. Não é um romance fácil, alternando entre a história que narra e as páginas do livro de Amadeu de Prado, mas é um livro que cativa desde o princípio. Não é uma história de aventura, mas no entanto é a aventura de Gregorius. É um livro profundo, um tratado existencialista e filosófico sobre a vida, o que fazemos dos momentos que vivemos e a liberdade que temos de a viver, apesar de ser sempre uma vida onde se reflectem as impressões dos sentimentos que os outros sentem por nós e nós pelos outros.

Gostei deste livro. Fez-me voltar às leituras mais filosóficas e existencialistas, de que tanto gosto!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Nova aquisição

E com este livro, completo a colecção de Robert Wilson, autor que conheci através de uma troca de livros. Agora só é preciso tempo para ler este e todos os outros que aguardam por sair das prateleiras.


sábado, 13 de junho de 2009

Parabéns Fernando Pessoa - 121 anos
























Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir.me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é vivida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.



Comemora-se hoje o 121º aniversário do nascimento de Fernando Pessoa, o grande poeta português, nascido em Lisboa em 1888.

A língua portuguesa está de parabéns!

domingo, 7 de junho de 2009

Foi há 20 anos...


A semana que passou foi bastante complicada em termos laborais, pelo que estive ausente deste espaço.

E no dia 4, quando acordei, lembrei-me que já passaram 20 anos sobre o massacre de Tiananmen, situação que na altura acompanhei através dos meios de comunicação. Tinha 15 anos...

Tiananmen significa Porta da Paz Celestial, mas naquele dia foi o cenário de uma descida ao inferno...

Deixo aqui uma entrevista que merece ser ouvida e um livro, que li em 1997 - "A Porta da Paz Celeste" de Shan Sa.














SINOPSE:

"Zhao, o soldado, e Ayamei, correm pelas ruas de Pequim. A Praça da Paz Celeste - Tiananmen - está coberta do sangue de estudantes, esses filhos modernos da China criados no meio de uma ideologia sufocante. Ayamei sai de Pequim, percorre milhares de quilómetros, foge para a montanha. Obstinado, crente no regime, Zhao persegue-a. No final da perseguição, Zhao, o autodidacta inflexível, será sensíbvel à nova dimensão existencial que Ayamei está prestes a descobrir? Onde acaba a China ancestral e começa a China moderna?"


A AUTORA:

Shan Sa nasceu em 1973, em Pequim. Filha de professores universitários, frequentou a Universidade de Pequim e viveu intensamente os acontecimentos de Tiananmen, em 1989. Um ano mais tarde, tendo obtido uma bolsa do governo francês, exilou-se em Paris onde estudou filosofia e sociologis. No Verão de 1993 mudou-se para a Suíça para secretariar o pintor Balthus; dois anos depois regressou a Pequim apenas para visitar uma exposição dos seus trabalhos. Antes de A Porta da Paz Celeste, (Prémio Goncourt 1998 - Primeiro Romance), tinha já publicado várias obras de poesia e um livro infantil.

Shan Sa é um pseudónimo que a autora utiliza para evitar qualquer tipo de complicação com as autoridades de Pequim. Shan significa montanha e Sa é o vento que agita as folhas.

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