quarta-feira, 29 de outubro de 2008

"POST-MORTEM" - Patricia D. Cornwell

Este foi o primeiro livro que recebi através do BookCrossing. E gostei. É um policial ao meu estilo, com descrições pormenorizadas dos crimes e que à medida que a história se desenvolve nos vai revelando a personalidade do assassino.

Patricia Cornwell faz parte daquelas escritoras que desenvolve uma personagem comum aos seus romances e com a qual o leitor estabelece uma relação de cumplicidade. No seu caso, a personagem é a médica legista Kay Scarpetta, uma mulher profissional, mas que num meio de homens ainda é vista como o elo mais fraco.

A história deste livro gira em torno do assassínio de cinco mulheres que aparentemente nada tinham em comum, para além de terem encontrado a morte prematura e sadicamente nas mãos e fantasias de um assassino cruel.

Deixo aqui a sinopse:

«"Mas estas mulheres assassinadas eram as colegas do lado de quem nos sentamos no trabalho, a amiga que se convida para ir às compras ou para vir tomar uma bebida. Eram vizinhas de alguém, irmãs de alguém, filhas de alguém, amantes de alguém." Atrozmente violentadas, num espasmo de horror sádico, perverso, em seus próprios quartos. Ele parece atacar ao acaso, sempre nas primeiras horas das manhãs de sábado, com uma crueldade que se torna, a cada novo crime, mais abjecta; sem um modelo definido que ajude Kay Scarpetta, detectice, ligada ao FBI, a reunir as provas forenses de que necessita para ajudar a polícia. A realidade crua da investigação policial exposta perante o leitor, numa descrição de irrepreensível rigor técnico, que não se compadece com paliativos, que é estrangeira à morbidez frívola e bacoca. Um primeiro romance, fascinante, diabolicamente inteligente, agitado pelas ondas convulsivas de um suspense que se contrai numa tensão quase hipnótica. Post-Mortem, que inicia uma série de romances policiais que se tornaram bestsellers internacionais, foi o único a receber num só ano os prémios Edgar, Anthony e MacAvity, o Crime Writer's Association John Creasey 1990 e ainda o Prix du Roman d'Aventures 1992. Muito aclamada pelo público e pela crítica, Patricia Cornwell é, sem dúvida, uma das mais bem sucedidas escritoras de thrillers do mundo.»


domingo, 19 de outubro de 2008

"O Caso da Rua Direita" - Carlos Ademar

Sinopse:

"Em Lisboa, pela calada da noite, um carro com sangue é encontrado abandonado junto a um café. À mesma hora, no Hospital de Santa Maria entra um cadáver. As marcas do crime não deixam dúvidas. Quem matou o capitão Matias? A personalidade do defunto lançava a suspeita sobre muita gente: um marido enganado; uma mulher humilhada; uma loura vistosa; ligações a uma organização criminosa...

Uma brigada dos Homicídios embarca na aventura de tentar obter resposta.

Um livro que é um retrato fiel do quotidiano dos investigadores, das tensões vividas entre si, das paixões geradas, das frustrações e das suas dúvidas.

Mas que nos dá também a conhecer os métodos seguidos, as estratégias adoptadas, os meios utilizados, os desafios a vencer.

E, por fim, a resposta?"

Este foi o primeiro livro de Carlos Ademar que li, e foi o que me fez comprar as outras três obras do autor. É, talvez, de todos o mais simples, quer na história, quer na escrita. A história relata a investigação do caso da morte do capitão Matias, um homem simples e discreto, mas que à medida que a investigação avança se vai revelando não tão discreto e simples como nos parecia.

Um livro que retrata de forma muito fiável o quotidiano das brigadas de Homicídios da Polícia Judiciária, as suas lutas, vitórias, enganos e desenganos.

Um policial passado em Lisboa e escrito por quem tão bem conhece esta cidade e os seus segredos.

sábado, 18 de outubro de 2008

"Memórias de um Assassino Romântico" - Carlos Ademar

Sinopse:

"Depois de vários anos a trabalhar na Polícia Judiciária, ao receber uma herança Xavier decide abandonar a carreira e tornar-se detective privado. A sua experiência revelara-lhe que a Justiça tem dois pesos e duas medidas e que interesses pouco claros impedem, a maior parte das vezes, a condenação dos culpados.

Um dia entra no seu escritório a mulher de um gerente bancário, humilhada pelo marido, pedidndo-lhe ajuda no sentido de conseguir um divórcio financeiramente vantajoso. O que inicialmente parecia constituir uma simples operação de rotina viria a transformar-se numa enorme missão solitária, acabando por envolver Xavier numa luta desigual, marcada pela protecção dos fracos e pela punição dos responsáveis pelo sofrimento humano.

Mas se todas as missões têm um fim em nome de uma "justiça natural", quem é que se consegue salvar?"

Gostei bastante deste livro. Escrito na primeira pessoa, em jeito de diário, descreve a vida e os crimes de um serial killer português. Para além da história, que nos prende desde o início, é verdadeiramente fascinante a forma como o autor descreve e caracteriza psicologicamente a ascensão e declínio de uma mente tão perturbada como a da personagem.

Xavier começa por ter uma vida simples, equilibrada (tanto quanto nos parece), apenas pautada pelos desafios da sua profissão pouco convencional: detective privado. Um dia, aceita o caso de Iva, uma mulher que o procura para conseguir um divórcio vantajoso. E é assim que Xavier inicia a sua missiva, a qual denomina de "Justiça Natural".

À medida que vai executando a "justiça natural" com o apoio das sua "Consciência" (nome que atribui à arma que utiliza) vai conquistando espaço e tempo na comunicação social, que lhe alimenta o ego ao designá-lo por "O Sniper".

A ascenção da sua loucura é muito bem descrita pelo autor, que optando pelo discurso na primeira pessoa consegue desenvolver no leitor uma empatia única com a personagem. Ao longo das páginas do "diário" de Xavier percorremos os caminhos de uma mente perturbada e solitária, e de um corpo que deixa de existir subjugando-se à vontade única de uma obsessão; assistimos ao declínio físico e psicológico da personagem, partilhando da sua alienação.

Brilhante!!!

A compra de hoje


Eu e a minha mania de comprar as edições antigas... Encontrei esta na Livraria Latina, no Porto.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Nobel da Literatura 2008


O escritor francês Jean-Marie Le Clézio, premiado com o Nobel da Literatura, tem traduzidos em Portugal os seguintes títulos: "O Processo de Adão Pollo", "O caçador de tesouros", "Deserto" (considerado a sua obra-prima), "Estrela errante", "Diego e Frida", "Índio branco" A sua obra ultrapassa os 50 títulos.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O Romance de Genji - II volume

Já saiu o segundo volume do Romance de Genji. Este é bem mais fininho que o primeiro volume - só tem 424 páginas. A editora é a Relógio d'Água. Escusado será dizer que vai para a minha lista de livros a comprar.

domingo, 5 de outubro de 2008

"O Clube de Macau" - Pedro G. Rosado

"Macau, 1984: um juiz (o futuro procurador-geral da República), três polícias, um médico e um apresentador da televisão formam um bordel secreto a que chamam Clube de Macau, recorrendo a adolescentes chinesas dispostas a pagar o preço mais elevado para fugirem da China para o Ocidente. Quando uma delas é assassinada, o Clube de Macau dissolve-se.

Mas vinte anos mais tarde, em Lisboa, os antigos membros voltam a encontrar-se quando o procurador-geral pretende candidatar-se à Presidência da República. A ambição cruza-se então com o escândalo de pedofilia, e, desta vez, não é o prazer que espera os antigos membros do Clube de Macau, mas uma guerra sem tréguas.

Inspirado pelo Processo Casa Pia, O Clube de Macau é o terceiro romance de Pedro G. Rosado sobre os submundos da realidade portuguesa, depois de Crimes Solitários e de Ulianov e o Diabo, completando a trilogia O Estado do Crime."

Este é o terceiro livro de Pedro Rosado que leio e foi o que mais me impressionou. Não que contenha descrições impressionantes ou chocantes, mas sim pela história que conta.

Tudo começa em Macau, onde um grupo de amigos (um juiz, três polícias, um médico e um apresentador de televisão) decidem criar o seu próprio bordel, a que chamam Clube de Macau. Para "abastecerem" o bordel, recorrem a um traficante de armas, droga e mulheres, que lhes traz as raparigas, todas menores, a troco de promessas de uma vida no Ocidente.

Um dos fundadores do Clube, o então polícia Carlos Vasques, estabelece uma relação mais próxima com uma dessas raparigas, Li Huei, e esta afasta-se do Clube. No entanto, Carlos Vasques permite que ela continue a receber um outro membro do Clube, apesar de saber que o filho de Li Huei é também seu filho. Esta relação entre o português e a menor chinesa incomoda os outros membros do Clube de Macau pois trai a sua base.

Um dia Li Huei aparece morta, assassinada. Carlos Vasques encontra o seu corpo, sem vida, na casa onde a visita e sai, levando consigo o seu filho. A partir desse dia, todos os membros do Clube de Macau regressam a Portugal, deixando para trás o passado e muitas dúvidas.

Vinte anos depois, o Clube de Macau parece ressuscitar na memória daqueles que o queriam esquecer. Carlos Vasques é dono de uma empresa de segurança, tendo como principal actividade a segurança pessoal de empresários. Um dos seus clientes, contacta-o, oferecendo-lhe bastante dinheiro pelo trabalho que lhe propõe: o procurador-geral da República é candidato à Presidência da República e Vasques terá de impedir a sua candidatura. Para convencer Carlos a aceitar o trabalho, o seu cliente entrega-lhe duas fotografias que o fazem reviver fantasmas que há muito tenta esquecer. Nessas fotografias está Carlos de Sousa Ribeiro (o procurador-geral e fundador do Clube de Macau) em actos sexuais explícitos com um rapaz, que aparenta ser menor de idade. Mas não é o acto que a fotografia revela que mais enfurece Carlos Vasques, mas sim o rosto do rapaz, que lhe faz lembrar o de Li Huei. Poderá ser o seu filho? O filho que ele deixou à porta do Colégio da Beneficiência, colégio que mais tarde viria a ser o centro do escândalo de pedofilia que originou o tão conhecido "Processo da Beneficiência", conduzido de forma exemplar pelo procurador-geral da República Carlos de Sousa Ribeiro?

E assim começa uma cruzada de vingança, em que o passado se transporta para o presente e onde não há inocentes.

A história relatada no livro é assustadora, e deixa-nos a pensar sobre a forma como interesses tão horripilantes são camuflados à sombra daqueles que os deviam denunciar e lutar pela condenação dos envolvidos. Mas quererá alguém lutar pela sua própria condenação?

Uma história que nos arrepia, principalmente quando pensamos que um caso semelhante, e que inspirou o autor, ainda está por resolver.

Alterações dos preços FNAC - II



Como não gosto de ficar com dúvidas e me parecia existir alguma discrepância entre o publicado na comunicação social e o praticado nas livrarias FNAC, hoje dirigi-me a uma das suas lojas, colocando as minhas questões.

A situação dos preços FNAC é a seguinte:

  • a nova política de preços só entra em vigor no mês de Novembro. Durante o mês de Outubro tudo se mantém inalterado.
  • a partir de Novembro o preço FNAC (com 10% de desconto sobre o preço de editor) passa a ser válido apenas para aderentes do Cartão FNAC. Com isto, a FNAC pretende beneficiar os aderentes de cartão, independentemente da forma de pagamento, ou seja, beneficia do desconto quem seja titular do cartão FNAC, mesmo que não efectue o pagamento com ele (desde que o apresente no acto da compra). De acordo com a funcionária que me prestou este esclarecimento, o desconto pretende beneficiar o portador do cartão e não a compra com o cartão, ou seja o crédito. Parece-me bem.

Assim, quem não é aderente, aproveite este mês de Outubro para fazer algumas compras (quem sabe, comprar já algumas das prendas de Natal?!), ou então, aderir ao cartão para continuar a beneficiar dos 10% de desconto.

Na verdade, também alguns hipermercados, apresentam o desconto de "10% sobre o preço de capa", mas também é verdade que não têm a diversidade da FNAC (apesar de serem livros com grande rotação, não se pode comparar uma FNAC ao espaço de livraria dos hipermercados). E, a meu ver, existe uma outra vantagem das livrarias FNAC, que é a possibilidade de ler, mexer, folhear os livros. E acreditem, é um bom incentivo à compra.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Dinis Machado 1930 - 2008

Acontece, não raras vezes, ouvir-se falar das pessoas quando estas estão no final da sua vida. Parece ter sido o que aconteceu com Dinis Machado (para muitos conhecido, por muito tempo, apenas pelo pseudónimo Dennis McShade), autor de vários livros entre os quais se destaca "O que diz Molero" e os policiais "Mão direita do Diabo", "Requiem para D. Quixote" e "Mulher e Arma com Guitarra Espanhola" que estão agora a ser reeditados pela Assírio & Alvim.

Faleceu hoje, aos 78 anos de idade.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Alterações dos preços FNAC


A partir de hoje, os livros na FNAC estão mais caros. Quer dizer, estão mais caros para quem não tem Cartão FNAC. Eu explico: a FNAC passa, desde hoje, a aplicar os 10% de desconto apenas a aderentes do cartão FNAC e não a todos os livros vendidos, como até agora. Assim, falar em preço FNAC já não tem sentido. Ainda bem que sou aderente do Cartão!


Veja a notícia aqui

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin