sábado, 19 de novembro de 2011

"Marina" - Carlos Ruiz Zafón

Título: Marina
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Tradutor: Maria do Carmo Abreu
Editora: Planeta
Edição: 4.ª Edição
Páginas:260

Sinope:

"«Quinze anos mais tarde, a memória daquele dia voltou até mim. Vi aquele rapaz a vaguear poe ente as brumas da estação da Francia  e o nome de Marina tornou-se de novo incandescente como uma ferida fresca.

Todos temos um segredo fechado à chave nas águas-furtadas sa alma. Este é o meu».

Na Barcelona de 1980, Óscar Drai sonha acordado, deslumbrado pelos palacetes modernistas próximos do internato onde estuda. Numa das escapadelas nocturnas conhece Marina, uma rapariga audaz e misteriosa que irá viver com Óscar a aventura de penetrar num enigma doloroso do passado da cidade e de um segredo de família obscuro. Uma misteriosa personagem do pós-guerra propôs a si mesmo o maior desafio imaginável, mas a sua ambição arrastou-o por veredas sinistras cujas consequências alguém deve pagar ainda hoje."


Opinião:

Carlos Ruiz Zafón é um autor indescritível, e com este seu livro estabeleci uma relação muito afectiva.

O livro é pequeno, lê-se rapidamente, mas deixa no leitor a sua marca para todo o sempre! É impossível não ficar emocionalmente ligado às personagens, de tão fortes que são e da forma como conseguem entrar no mais íntimo de nós. Uma história de dois adolescentes, que se cruzam com uma realidade obscura, ou será, que se cruzam com os seus medos mais íntimos?

A história é bela, as personagens apaixonantes, a escrita fantástica. Enfim, é Carlos Ruiz Zafón!

Não vou contar a história, pois tem mesmo de ser lida para ser compreendida e, o mais importante, para ser sentida!

Sem dúvida, um dos melhores livros deste ano!

Prós: Tudo.

Contras: Nada.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

"O Palestiniano" - Antonio Salas

Título: O Palestiniano
Autor: Antonio Salas
Tradutor: António Carlos Carvalho
Editora: Planeta
Edição: 1.ª Edição Novembro 2010
Páginas: 662


Sinopse:

"«... Tive sorte. Vladimir Ramírez marcou-me encontro muito perto da mesquita de Caracas, à qual ia todas as sextas-feiras para rezar. E em plena gravação fomos interrompidos pelo telefone. Era o irmão dele... Carlos, o Chacal. Passou-me o telefone para que eu o cumprimentasse, e a nossa primeira conversa começou em árabe... Mais tarde, depois do meu adestramento paramilitar, co contacto com a ETA e as FARC na Venezuela, e dos contactos com o Hizbullah no Líbano e com o Hamas na Palestina, o Chacal iria converter-se no meu mentor e iria ligar-me directamente todas as semanas para me dar instruções...»

Depois de seis anos infiltrado sob a identidade fictícia de Muhammad Abdallah em diversas organizações terroristas surge O Palestiniano, uma crónica surpreendente em que o conhecido jornalista de investigação Antonio Salas nos relata este tempo vivido até ao limite, para tentar revelar aos leitores o que existe de verdadeiro ou de falso nas aterradoras notícias que nos atingem todos os dias acerca da escalada da violência no mundo.

Espanha, Palestina, Israel, Marrocos, Tunísia, Síria, Mauritânia, Venezuela, Egipto, Suécia, Líbano... são os cenários desta investigação sem precedentes, tão valiosa que ultrapassa as fronteiras do papel. Antonio Salas desenhou uma revolucionária página web, de consulta complementar à leitura do livro, com material inédito que ajudará a compreender melhor o gigantesco puzzle do terrorismo internacional.

O Palestiniano é uma nova forma de entender o jornalismo de investigação"


Opinião:

Adoro Antonio Salas. Confesso que sou sua fã, da sua coragem, da sua humildade e até, de certa forma, da sua inocência (no sentido de que as suas investigações não têm segundas intenções, para além de conhecer e dar a conhecer a verdade).

Este é o terceiro livro do autor, e é o terceiro livro que leio. Tal como os outros dois, "Diário de um Skin" e "Um ano no tráfico de mulheres", "O Palestiniano" não é uma história bonita, apesar de em alguns momentos o autor nos conseguir arrancar um sorriso ou até um riso mais alargado, com a sua ironia ou golpes de "protecção de Allah".

Desde os checkpoints israelitas, às FARC, à ETA, ao Hamas ou ao Hizbullah, António Salas conta-nos uma verdade da qual só sabemos pequenas partes (ou nem isso!). O terror, o medo, o desespero, estão presentes ao longo das mais de seiscentas páginas que relatam seis anos de investigação.

É precisa muita coragem para que ao longo de seis anos se viva uma personagem criada, uma religião que nos era estranha, hábitos alimentares e de vida que são opostos ao que até aqui tínhamos. Se dúvidas existirem sobre a coragem de Antonio Salas, talvez o facto de se ter circunsisado para que a sua identidade fosse credível retire as dúvidas.

A crónica destes seis anos de infiltração nas redes de terrorismo mais temidas e ainda activas no nosso mundo actual é aterradora.

O Palestiniano é um livro obrigatório para se conhecer o mundo em que vivemos, onde o Oriente, o Islão e o Islamismo já não são assim tão distantes.

Mais uma vez o autor se expõe aos leitores, nas suas fraquezas e medos através das suas confissões, algumas delas que quase nos levam a querer confortá-lo de tão intensa é a sua vivência.

Podia estar aqui horas a escrever sobre este livro, mas termino apenas com o aleya do Sagrado Alcorão que está na contracapa do livro:
"Nenhum ser sabe com quem se vai deparar amanhã, 
nem ser algum sabe em que terra vai morrer..."
Sagrado Alcorão, 31, 34

Prós: Tudo. A escrita do autor, que se desenrola como se estivesse a conversar connosco numa tranquila espalanada. As vivências que nos transmite, os conhecimentos, a intensidade.

Contras: Neste livro apenas encontro um contra, que pode ter sido a garantia de sobrevivência do autor - a infiltração acaba sem um fim planeado. Mas no rumo que tomava, o fim podia ser fatal.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

"A Morte Oportuna" - Jacques Pohier

Título: A Morte Oportuna

Autor: Jacques Pohier

Tradutor: Gemeniano Cascais Franco

Editora: Editorial Notícias

Edição: 1.ª Edição - Julho de 1999

Páginas: 320


Sinopse:

"Poderá haver uma "morte oportuna"? A morte não é sempre, por definição, inoportuna? Na sua advertência ao leitor, Jacques Pohier refere aqueles que, marcados por uma doença invencível, se encontram sujeitos a violentíssimos sofrimentos, chegando ao ponto de "deseehar que a morte ponha cobro às suas provocações". O objectivo deste livro é discutir o nosso próprio olhar sobre a morte, ou melhor, sobre uma vida que passou a considerar a morte, não como uma entidade exterior, mas sim como uma componente interior. O autor manifesta-se contra a dependência terapêutic ou contra as decisões sobre tratamentos tomadas por outros: segundo ele, cada um deve ter o direito de poder decidir a data e a forma da sua própria morte. Para que isso se torne possível, será necessário alterar a legislação vigente"



Opinião:

Um livro fantástico!!! Para quem gostar de er sobre estes assuntos, recomendo vivamente. O autor foi dominicano entre 1949 e 1989. Entre as suas obras destaca-se o livro "Quand je dis Dieu", livro que originou a sua exoneração da igreja católica. Depois de ser ver privado da sua licença de teólogo, trabalhou para a Associação para o Direito de Morrer com Dignidade, da qual foi secretário-geral e por fim presidente. É com base nessa sua experiência que surge este livro, uma profunda reflexão sobre o direito de cada um poder escolher o momento da sua morte. Não é uma apologia ao suicídio, mas antes uma defesa de uma vida digna, optando por uma morte consciente e "oportuna".

Um livro que fala da morte com um extremo carinho e respeito pela vida.

Um livro que apesar de ir ao encontro de muitas das ideias que professo, me fez reflectir de forma profunda sobre estas questões. Adorei!!!

Prós: O tema, muito bem desenvolvido, sem juízos de valor ou moralidades. A seriedade e respeito com que o tema é abordado.

Contras: Não é bem um contra, pois sabemos que o autor se baseia na sua vivência, mas as partes em que a legislação é analisada pode tornar-se mais abstrato por não ser a nossa realidade legislativa.

domingo, 21 de agosto de 2011

"Ilusão Fatal " - Frank Tallis

Título: Ilusão Fatal
Autor: Frank Tallis
Tradutor: Ana Figueira
Editora: Civilização Editora
Edição: 2006
Páginas: 380

Sinopse:

"Estamos em Viena, em 1902, e na cidade imperial florescem as artes, a filosofia, a música e a ciência. Mas uma presença sinistra projecta uma sombra sobre este sumptuoso cenário. Uma bela médium é encontrada morta e o Dr. Max Liebermann, um jovem discípulo de Sigmund Freud, é convocado para ajudar o seu grande amigo, o detective inspector Oskar Rheinhardt, as investigar as misteriosas circunstâncias que rodeiam a sua morte. A sala onde foi encontrado o corpo estava trancada por dentro e um bilhete críptico sugere a intervenção de um poder sobrenatural malévolo.

Utilizando a nova ciência da psicanálise, Liebermann sonda as mentes dos suspeitos de Rheinhardt numa tentativa de resolver este crime intrigante. Mas nem todos partilham a sua paixão pelo funcionamento do inconsciente e, à medida que Liebermann se envolve mais profundamente na investigação, as suas crenças são postas à prova. Entretanto, o seu encontro com uma jovem preceptora inglesa que sofre de histeria, mas dona de uma notável inteligência, lança uma nova luz sobre o caso e sobre o próprio futuro de Liebemann..."

Opinião:

Um livro que junta policial e psicanálise é mesmo o livro ideal para mim. Quando comprei este livro, numa Feira do Livro de um hipermercado, não sabia nada sobre ele, apenas li a sinopse e despertou a minha curiosidade. E mais uma vez, um livro desconhecido e barato, revelou ser uma agradável surpresa.

Nesta história, o autor faz quase que uma apresentação dos primórdios da psicanálise, descrevendo os tratamentos por choques eléctricos à histeria e as desconfianças acerca da nova abordagem de Freud. Tal como tudo o que é novo e diferente, a psicanálise teve de enfrentar bastantes críticas e reprovãções, mas também teve os seus seguidores fiéis desde o início. Lieebermann é um desses seguidores, que junto com o seu amigo inspector Oskar Rheinhardt, pretende desvendar os mistérios do assassínio de uma bela médium. O crime está envolto numa aura de mistério que facilmente conduz para o campo do sobrenatural. Mas os homens da ciência e da lei não acreditam no sobrenatural, e creêm que todo o mistério tem a sua explicação.

Na sua busca pelo sucedido, os dois amigos enfrentam situações divertidas, de perigo e totalmente inesperadas.

Num musto de Sherlock Holmes e Sigmund Freud, a história vai-se desenrolando a um ritmo que não nos deixa parar de ler, com a curiosidade de saber o que vem a seguir.

Gostei bastante.

Prós:
A história da psicanálise que está implícita em todo o desenrolar da história policial.

Contras:
Nada a assinalar

sexta-feira, 10 de junho de 2011

"A Rainha no Palácio das Correntes de Ar" - Stieg Larsson

Título: A Rainha do Palácio das Correntes de Ar
Autor: Stieg Larsson
Tradutor: Mário Dias Correia
Editora: Oceanos
Edição: 2.ª Edição
Páginas: 715

Sinopse:

"Lisbeth Salander sobreviveu aos ferimentos de que foi vítima, mas não tem razões para sorrir: o seu estado de saúde inspira cuidados e terá de permanecer várias semanas no hospital, completamente impossibilitada de se movimentar e agir. As acusações que recaem sobre ela levaram a polícia a mantê-la incontactável. Lisbeth sente-se sitiada e, como se isto não bastasse, vê-se ainda confrontada com outro problema: o pai, que a odeia e que ela feriu à machadada, encontra-se no mesmo hospital com ferimentos menos graves e intenções mais maquiavélicas…
Entretanto, mantêm-se as movimentações secretas de alguns elementos da Säpo, a polícia de segurança sueca. Para se manter incógnita, esta gente que actua na sombra está determinada a eliminar todos os que se atravessam no seu caminho.Mas nem tudo podia ser mau: Lisbeth pode contar com Mikael Blomkvist que, para a ilibar, prepara um artigo sobre a conspiração que visa silenciá-la para sempre. E Mikael Blomkvist também não está sozinho nesta cruzada: Dragan Armanskij, o inspector Bublanski, Anika Gianini, entre outros, unem esforços para que se faça justiça. E Erika Berger? Será que Mikael pode contar com a sua ajuda, agora que também ela está a ser ameaçada? E quem é Rosa Figuerola, a bela mulher que seduz Mikael Blomkvist?"



Opinião:

Neste terceiro e último livro da Colecção Millennium, Lisbeth Salander assume o papel central da história, e há medida que esta se vai revelando, o título do livro desvenda-se. Lisbeth é a Rainha num sistema que parece perfeito, mas que na realidade está repleto de falhas: um Palácio com muitas correntes de ar...

Lisbeth Salander, a hacker, a mulher que parece uma adolescente, que tem dificuldades de relacionamento interpessoal, é acusada de um triplo homicídio. Mikael Blomkvist e Dragan Armanskij parecem ser os únicos a acreditar na sua inocência e unem esforços para o provar.

Enquanto a prova de inocência de Lisbeth se constrói, vamos conhecendo uma outra mulher. Uma mulher que foi menina e que é perseguida por tentar  fazer justiça.

Afinal, quem é Lisbeth Salander? Só ficará a saber com a leitura deste livro, que recomendo.

Prós: A escrita cativante, a construção psicológica da personagem Lisbeth Salander e o ritmo da história.

Contras:  A personagem de Lisbeth Salander assume por vezes características que a fazem assemelhar a uma herína de banda desenhada. 


quarta-feira, 25 de maio de 2011

"A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo" - Stieg Larsson

Título: "A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo"
Autor: Stieg Larsson
Tradutor: Mário Dias Correia
Editora: Oceanos
Edição: 3.ª Edição
Páginas: 611


Sinopse:

"Depois de uma longa estada no estrangeiro, Lisbeth Salander regressa à Suécia, cede o pequeno apartamento onde vivia à sua amiga Miriam Wu, e instala-se luxuosamente numa zona nobre da cidade. Pela primeira vez na vida é economicamente independente, mas cedo percebe que o dinheiro não é tudo: não tem amigos nem família e está só. Mikael Blomkvist, que tenta contactar Lisbeth Salander durante meses, sem sucesso, desiste e concentra-se no trabalho. À Millennium chegou material para uma notícia explosiva: o jornalista Dag Svensson e a sua companheira Mia Johansson entregam na editora dois documentos  que provam o envolvimento de personalidades importantes numa rede de tráfico de mulheres para exploração sexual. Quando Dag e Mia são brutalmente assassinados, todos os indícios recolhidos no local do crime apontam um suspeito: Lisbeth Salander. O seu passado sombrio e pouco convencional não abona a favor da sua imagem e a polícia move-lhe uma implacável perseguição. Lisbeth Salander, que está disposta a romper de vez com o passado e a punir aqueles que a prjudicaram, tem agora de provar a sua inocência e só uma pessoas parece disposta a ajudá-la: Mikael Blomkvist que, apesar de todas as evidências, se recusa a acreditar na sua culpabilidade."

Opinião:

Se no primeiro livro de Stieg Larsson, fiquei um pouco desiludida, com este segundo fiquei bastante agradada.

A história centra-se em Lisbeth Salander, que ao longo do livro nos vai dando a conhecer a sua história, fazendo com que o leitor simpatize e empatize com a personagem. 

Acusada de um triplo homicídio, Lisbeth é obrigada a viajar ao seu passado e a enfrentar os fantasmas que a perseguem. Só Mikael Blomkvist, com quem ela cortara o contacto há um ano, se recusa a aceitar a sua culpabilidade, e continua a procurar o seu paradeiro. Quando descobre o local onde Lisbeth tem vivido, ela já desaparecera. Será tarde de mais?

Prós: A escrita e o desenrolar dos acontecimentos fazem com que o leitor se envolva na narrativa.

Contras: A personagem de Lisbeth, é uma personagem cativante, mas em determinados momentos assume características de quase super herói, pouco convincentes e realistas.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Campeonato Europeu de Patinagem Artística - Gondomar 2011

O que hoje me traz aqui não são os livros. É o Campeonato Europeu de Show e Precisão em Patinagem Artística, que decorreu nos dias 5, 6 e 7 de Maio no Pavilhão Multiusos, em Gondomar.

Tive a sorte de poder ver todo o Campeonato (treinos incluídos) graças a ter sido convidada para estar presente na Feira de Artesanato a decorrer no evento.

Gosto muito de patinagem artística e ter o privilégio de assistir a um espectáculo como aquele que aconteceu, é algo que só acontece uma vez na vida.

Mas se fiquei maravilhada com o espectáculo das equipas, em especial da Royal Eagles (em Quarteto Sénior e Grandes Grupos) e da Rolar Matosinhos (em Quarteto Sénior), do qual fazia parte o nosso Bicampeão Mundial de Solo Dance em Patinagem Artística, Hugo Chapouto, também fiquei muito triste com o país que temos (o que já vem sendo um lugar comum...)

Temos um Bicampeão Mundial e tenho quase a certeza que a maioria dos que estão a ler este post não sabiam. Decorreu no nosso país o Campeonato Europeu de Patinagem Artística, e as claques estrangeiras (em especial a francesa e a italiana) eram bem mais que os portugueses presentes. Nenhuma divulgação televisiva foi feita do evento e nenhuma cobertura televisiva foi efectuada, pelos grandes canais nacionais. O evento foi transmitido em directo pela internet, pelo canal  plurisports.

E, para ajudar à vergonha nacional, a cerimónia de abertura (onde se apresentam e desfilam as equipas participantes dos diferentes países e se canta o hino do país anfitrião - neste caso Portugal), que eu julgava ocorrer no início a julgar pelo nome "Cerimónia de Abertura", ocorreu ao final da tarde do primeiro dia, já depois de várias actuações, de várias votações e de já todos nós sabermos quem era quem. Enfim, parece que o Major Valentim Loureiro teve um "ligeiro" atraso e a cerimónia também... Enfim, estamos em Portugal, onde tudo, mas tudo mesmo pode acontecer, e onde ninguém se justifica nem se responsabiliza, ou pede desculpas.

Confesso que fico triste, em certos momentos (que cada vez vão sendo mais) em ter o país que tenho!!!

Mas também fico orgulhosa em saber que existem portugueses como o Hugo Chapouto, que sem apoios e a ser praticamente desconhecido no seu país, foi aplaudido com o seu grupo, de pé. Todo o pavilhão se levantou para aplaudir a prestação excepcional deste nosso atleta, que aos 25 anos de idade, e depois de se ter consagrado Bicampeão Mundial de Solo Dance em Patinagem Artística (MUNDIAL, leram bem???), abandonou a modalidade por falta de apoios.

Será que é preciso esta modalidade (e tantas outras) começarem a contratar um bando de holligans que se ataquem no início, no meio e no fim, que façam do espectáculo um campo de batalha, que se comportem como autênticos selvagens, para que os seus atletas consigam apoios, sejam conhecidos e reconhecidos e possam dedicar a sua vida ao que gostam e tão bem fazem? A mim parece-me que sim... e desta vez não é o meu mau feitio a falar, mas sim a revolta!!!

Tive o privilégio de ver os treinos deste grupo, de ver a sua actuação e de os felicitar pessoalmente. A todos um muito obrigada pelo bom momento que nos dedicaram.

Deixo aqui o vídeo deste Campeonato e mais alguns, onde podem ver as brilhantes prestações que este país não apoia.

Se quiserem ver mais fotos e vídeos deste Campeonato, cliquem aqui: http://www.facebook.com/CasadaBijutaria










segunda-feira, 25 de abril de 2011

Porque hoje é 25 de Abril...


Salgueiro Maia, um Homem íntegro, que não se deixou corromper pelo poder, que foi esquecido pelo seu país, abandonado pela Democracia que ajudou a nascer... Um Homem esquecido pelas gerações passadas, desconhecido das gerações presente e futura...

Para mim serás sempre um exemplo!!!


"Assassinos Escondidos" - Robert Wilson

Título: Assassinos Escondidos
Autor: Robert Wilson
Tradução: Certas Palavras, Lda.
Editora: Dom Quixote
Páginas: 417

Sinopse:

"Enquanto o inspector Javier Falcón investiga um cadáver mutilado e sem rosto, horrendo, encontrado numa lixeira municipal, a encantadora cidade de Sevilha é abalada por uma explosão enorme, que tem efeitos devastadores num prédio de apartamentos e também num jardim de infância vizinho. Descobre-se, depois, que na cave do prédio existia uma mesquita, e claro que todos se sentem apavorados com a ideia de uma ameaça terrorista.

O calor denso do Verão sevilhano está no seu auge. O terror invade a vida quotidiana, mas, numa cidade em alerta vermelho, Falcón percebe que nem tudo é o que parece. E, quando sabe que lhe falta muito pouco para resolver aquele caso, é confrontado com uma descoberta realmente assustadora.

É que talvez não vá a tempo de evitar uma catástrofe gigante, que ultrapassa as fronteiras de Espanha."

Opinião:

Estou, decididamente , fã de Robert Wilson!!! A sua escrita é absorvente, contagiante e as suas personagens tão reais que podem ser qualquer pessoa com quem nos cruzamos na rua ou nos transportes.

"Assassinos Escondidos" tem por base o terrorismo e os medos dos espanhóis após o 11 de Março.  

Javier Falcón, inspector da Brigada de Homicídios, investiga o assassínio de um homem, encontrado numa lixeira, sem mãos, com o rosto desfigurado por ácido e sem escalpe. A causa da morte parece ter sido envenenamento por cianeto. Mas o mais estranho é que parece ter existido algum respeito pelo corpo, que foi envolto numa espécie de sudário. Mas, durante esta investigação, Sevilha é abalada por uma forte explosão. Um bloco de apartamentos é devastado e um jardim infantil afectado pela explosão. Morreram crianças, mulheres, pessoas que passavam na rua, homens que estava a sair de casa para o trabalho,... 

As dúvidas sobre a origem da explosão depressa de desfazem, quando se torna conhecida a existência de uma mesquita na cave de um dos prédios afectados. Aliás, esse prédio foi o epicentro da explosão. Daqui em diante, os investigadores vêm-se envolvidos numa investigação sem precedentes. Brigada de Homicídios, Anti-Terrorismo, Serviços de Informação, Secretas, o partido político Fuerza Andalucía, todos estão envolvidos, e alguns talvez estejam demasiado envolvidos. 

Enquanto a investigação se desenvolve, Falcón tem ainda de lidar com o seu passado, e com a morte da sua ex-mulher, vítima de maus tratos infligidos pelo seu actual companheiro, que é o juiz que se encontra à frente de toda a investigação.

Numa história em que tudo se interliga, a realidade nem sempre é o que nos parece mais óbvio.

Prós: A escrita, a história as personagens, que nos prendem desde o início e se desenvolvem de forma que nos parece estar a acontecer ao nosso lado.

Contras: Talvez o final, que surge de forma um pouco abrupta.

domingo, 27 de março de 2011

" Deus das Moscas" - William Golding

Título: "O Deus das Moscas"
Autor: William Golding
Tradutor: Luís de Sousa Rebelo
Editora: Público - Colecção Mil Folhas
Edição: Maio 2002
Páginas: 222

Sinopse:

"Com 14 milhões de cópias vendidas só nos países de língua inglesa, O Deus das Moscas toma lugar de pleno direito no círculo restrito das obras da grande literatura que conseguem realizar tiragens de bestseller de enorme consumo.  Romance de estreia do então pouco conhecido William Golding, o livro foi publicado em Inglaterra, em 1954, graças ao caloroso apoio de T. S. Elliot, mas o grande sucesso chega com a edição económica publicada nos Estados Unidos em 1959, que se torna um verdadeiro objecto de culto, sobretudo junto do público jovem.

Ainda que de cativante haja bem pouco no romance: na sequência de um desastre aéreo ocorrido durante um conflito planetário, um grupo de meninos e rapazes encontra-se numa ilha deserta sem qualquer adulto. Pareceria a situação ideal para experimentar uma organização social fundada na liberdade natural, mas a pouco e pouco o grupo é invadido pelos medos e pelas inseguranças dos seus vários elementos, que afrouxam o controlo racional e deixam vir à tona um instinto agressivo e selvagem: um instinto capaz de destruir qualquer forma de colaboração ou solidariedade e que conduz a um desfecho trágico que, a partir de um certo momento, parece ser verdadeiramente inevitável.

Romance de tese sobre a naturalidade do mal, O Deus das Moscas é todavia toda uma perfeita máquina narrativa, na qual as dinâmicas incansáveis do entrecho se fundem com uma subtil e aturada análise da psicologia infantil e com uma profunda mas desolada reflexão sobre os fundamentos antropológicos da violência e da ânsia de poder."

Opinião:

Já há muito que tinha curiosidade em ler este livro. E não me arrependo nada de o ter lido. O Deus das Moscas, não é um livro doce, sobre um grupo de crianças numa ilha deserta e a sua luta pela sobrevivência. É sim, um livro duro e cruel sobre um grupo de crianças que sobrevive numa ilha ilha deserta e as suas dicotomias entre sobrevivência, salvamento, poder e liderança.

Rafael é eleito o chefe, e a sua preocupação é manter uma fogueira acesa para que o fumo possa ser visto ao largo da ilha pelos barcos que possam passar e assim, serem salvos. Jack, chefe de um grupo de miúdos que faziam parte de um coro, é um outro elemento que se destaca, cuja preocupação é caçar os porcos da ilha para se alimentarem. 

Rafael e Jack, dois líderes no mesmo espaço, dois interesses de sobrevivência: alimentação e salvamento. 

Rafael tenta organizar todo o grupo, de forma a construir abrigos e manter a fogueira acesa dia e noite. É seguido por Bucha, miúdo que pela sua aparência física (gordo e míope) sempre foi alvo do gozo dos outros, pelo que é inseguro e pouco confiante.

O grupo acaba por se dividir, de um lado Rafael, de outro Jack. Quem irá realmente sobreviver? Na luta pela sobrevivência, fogo e mortes marcarão a vida destes miúdos, para além da fera que alguns dizem ver. 

Uma história fria, cruel e que nos faz pensar na origem da mal.

Adorei!!!

Prós: A história, diferente de tudo e o estudo sociológico que a mesma contém sob a forma de romance.

Contras: sem dúvida, a tradução.

"Águas Calmas" - Tami Hoag

Título:  "Águas Calmas"
Autor: Tami Hoag
Tradutor: Maria Filomena Duarte
Editora: Temas e Debates
Edição: 1.ª Edição
Páginas: 448

Sinopse:

"Quando o cadáver de um homem assassinado cai literalmente aos pés de Elisabeth Stuart, ela consegue limpar o sangue mas não afstar o terror. Ela e o filho adolescente e problemático, recém-chegados a Still Creek, são tratados com desconfiança pela gente local, incluindo o xerife. Todavia, nada irá impedi-la de procurar a verdade... excepto o assassino. Fugindo de um divórcio atribulado, Elizabeth estava convencida de que poderia iniciar uma nova vida junto do filho numa pequena cidade de província. Mas a idílica Still Creek, encaixada no coração das searas luxuriantes dos Amish, esconde segredos suficientemente perigosos para levar alguém a cometer um crime. Agora, Elizabeth tem de arriscar tudo para desmascarar o assassino... antes que a corrente do mal que atravessa Still Creek a arraste para o fundo"

Opinião:

Já não é novidade para ninguém que sou fã da Tami Hoag, da trama das suas histórias e das suas personagens. E este livro é mais um a confirmar aquilo que gosto na sua esrita: as personagens são tão bem desenvolvidas, que ao fim de algumas páginas, a leitura torna-se um diálogo entre o leitor e as personagens da história, que passam a fazer parte do nosso imaginário de uma forma tão real que parece que as conhecemos.

A história circula em torno de um homem assassinado e da mulher que descobre o corpo: Elizabeth Stuart. Elizabeth é uma estranha na cidade, mas ela e o seu filho adolescente são olhados como se fossem a encarnação do mal. Ela, divorciada duas vezes, é vista como uma pecadora, mulher fácil e caprichosa, que usa os homens apenas para conseguir luxos. O seu filho adolescente, problemático, é o alvo perfeito para tudo o que acontece de errado na cidade.

Ao longo da história, a vida de Elizabeth cruza-se com o xerife, ex-estrela de futebol, divorciado, com uma filha adolescente e fantasmas do passado por resolver.

Uma história que é mais romance que policial, mas que cativa o leitor desde a primeira página.

Brilhante!!!

Prós: a escrita cativante de Tami Hoag e as personagens apaixonantes e tão reais.

Contras: apenas o facto de o lado policial da história ser absorvido pelo lado mais "romance"

domingo, 27 de fevereiro de 2011

"As Regras de Moscovo" - Daniel Silva

Título: As Regras de Moscovo
Autor: Daniel Silva
Tradutor: Vasco Teles de Menezes
Editora: Círculo de Leitores
Edição: Janeiro 2010
Páginas: 441

Sinopse:

"A morte de um jornalista leva Allon à Rússia, onde descobre que, no que diz respeito à arte da espionagem, até ele tem alguma coisa a aprender. Agora, está a jogar segundo as regras de Moscovo. E na cidade existe uma nova geração de estalinistas que conspiram para reivindicar um império perdido e desafiar o domínio global de um velho inimigo: os Estados Unidos da América. Um desses homens é Ivan Kharkov, um antigo coronel do KGB que construiu um império de investimento global sobre os escombros da União Soviética. No entanto, no interior desse império existe um negócio lucrativo de armas, e Kharkov está prestes a entregar as mais sofisticadas da Rússia à al-Qaeda."


Opinião.

Daniel Silva tem o dom de escrever de forma a agarrar o leitor desde a primeira página. "As Regras de Moscovo" é uma história de espionagem que foca factos da actualidade e se baseia nos medos contemporâneos da humanidade, medos esses que despertaram na nossa consciência após o 11 de Setembro.

As personagens já fazem parte do nosso círculo de "amigos literários" e foi bom reencontrá-los ao fim de algum tempo (o último livro de Daniel Silva que li já foi há mais de um ano).

Gostei da história, apesar de não ser nada de "espectacular", e faz um bom retrato da Rússia actual, um país que vive em busca de uma identidade, depois de ter perdido a identidade "grandiosa" com que sempre viveu.

Um bom livro.

Prós: O retrato histórico da Rússia. A escrita que prende o leitor.

Contras: Esperava mais desenvolvimento sobre o tráfico de armas e as ligações do KGB à al-Qaeda.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"Não há palavras" - Zhang Jie

Título: Não há palavras
Autor: Zhang Jie
Tradutor: José Colaço Barreiros (a partir da versão italiana de Maria Gottardo e Monica Morzenti)
Editora: Gradiva
Edição: 1ª edição
Páginas: 290 (incluindo glossário)

Sinopse:

"Não há palavras para exprimir a força de um sentimento que arrasta consigo a alma e muitas vezes a seca ao ponto de a tornar para sempre árida, ou que, pelo contrário, a enche ao ponto de extravasar, apagando a razão.

Esse amor inexprimível está aqui, nas páginas deste romance:  homens e mulheres à mercê dos sentimentos, que vivem as suas vidas unidos e separados por vicissitudes e paixões - tendo como fundo um país imenso, antiquíssimo, de civilização rica e complexa, que mudou com inaudita rapidez e violência no breve espaço de um século.

Não Há Palavras tem a respiração profunda da época que narra - o século XX - e o sabor do quotidiano nas suas personagens grandes e pequenas, mesquinhas e verdadeiras, com fraquezas mas também capazes de um extraordinário heroísmo."


Opinião:

Tal como quase todos os livros chineses, este livro retrata de uma forma muito real e sem floreados, a vida de duas mulheres - Wu Wei e Bai Fan  - e de um homem - Hu Bingchen.

A vida destas três personagens entrelaça-se numa trama de marido, mulher e amante, onde os sentimentos são vivios de forma magnífica. Não é uma história de amor, é mais uma história de sofrimento, egoísmo, de sobrevivência, mas não deixa de ser uma história brilhante.

Acompanhamos as personagens ao seu passado e compreendemos a dor do seu presente, enquanto, sem máscaras, a história nos vai mostrando uma China que vive procurando o equilíbrio entre o seu passado rural e o presente ocidentalizado.

Um bom livro, que não se devora, mas que nos obriga a saborear...

Prós: Para além da escrita magnífica, o facto de fazer um retrato de uma China em transição.

Contras: Não é um contra do livro, mas como não estamos habituados aos nomes chineses, no início torna-se difícil distinguir as personagens femininas das masculinas

Ontem comprei um livro...

Ontem, enquanto esperava pela hora de mais uma consulta médica, fui ver as promoções de livros que estão no Hipermercado Jumbo. No meio de muitos livros que não me estavam a despertar qualquer interesse, encontrei este, que apelou à minha curiosidade quando saiu, em 2009. E, por apenas 5 € trouxe-o comigo. Apesar de ter chegado a casa toda molhada (sim, aqui no norte ontem parecia o dilúvio!), cheguei contente. Um dia em que se compra um livro (e ainda por cima a tão bom preço) é sempre um bom dia!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Últimas aquisições

Estes foram os últimos livros que adquiri, no final do ano de 2010 e início de 2011. Estou também a fazer a colecção "História da Vida Privada em Portugal", sob a direcção de José Mattoso, do Círculo de Leitores. São 4 volumes e quando os tiver todos mostro a colecção completa (já tenho dois).



Mais um livro da Tami, desta vez em primeira mão, pelo Círculo de Leitores.


Já andava para comprar este livro há algum tempo, e adquiri-o a um preço fantástico (5€), novo, numa feira de livros.


Mais um volume da Karen Rose (já tenho 6 volumes: 2 lidos e 4 para ler).


Em edição de bolso, que sai sempre mais económica, mais um livro de Daniel Silva.


Este livro, já não consegui encontrar no Círculo de Leitores (pela altura do Natal), mas encontrei mais tarde, na FNAC. 

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin