terça-feira, 14 de julho de 2009

"Terra de Neve" - Yasunari Kawabata

Sinopse:

"Shimamura viaja de comboio para um balneário das regiões montanhosas do norte do Japão. Fica cativado por uma voz feminina que ressoa no comboio. A nulher, Yoko, acompanha um homem, Yukio, filho de uma professora de música que vive na vila para onde se dirige Shimamura. Este tem a intenção de se reencontrar ali com uma geisha, Komako, que conheceu numa viagem anterior, quando ela ainda não se dedicava profissionalmente a esses mesteres. Está embelezado com a delicadeza dela, mas resolve ficar unicamente pela amizade, contemplando a possibilidade de futuras visitas. O sugestivo decorrer das estações influirá nestas relações humanas."

Yasunari Kawabata foi o primeiro escritor japonês galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, em 1968. Este é o primeiro livro que leio do autor e decerto não será o último.

A história retrata a relação que se estabelece entre Shimamura, visitante de umas termas numa região montanhosa conhecida como Terra de Neve e a geisha Komako. Ao longo do tempo, sincronizado pelas estações, Shimamura e Komako estabelecem uma relação profunda, assente no carácter impetuoso de Komako e na passividade de Shimamura. Esta relação assume características de dependência por parte de ambos, sendo explorada pelo autor de uma forma tão intensa que envolve o leitor não o deixando ser um mero espectador mas fazendo parte da narrativa, enquanto sente o que as personagens procuram transmitir.

A linguagem poética, tão característica dos autores japoneses, é, mais uma vez, um dos pontos fortes deste livro, aliada aos sentimentos intensos e suas manifestações tão bem explorados pelo autor na personagem maravilhosa de uma geisha.

E não posso esquecer a capa lindíssima que esta edição (da Biblioteca Sábado) tem.

4 comentários:

Paula disse...

Tenho este livro.
Qualquer dia tenho de o ler.
Estou passando, também para dizer, que tens um selo no viajar pela leitura. O selo "Master Blog"
Parabéns!!
Abraços

Anónimo disse...

A capa é linda, sim...mas o conteúdo, sinceramente desiludiu-me muito - repetitivo, desconexo e sem nada que realmente me motive a ler este autor de novo.
Acho que a encadernação é muito mais sensual do que a descrição fuida, mas monótona das árvores, montanhas, moitas, pedras, casas, telhados...enfim, um vómito.

Rock In The Attic disse...

Paula,
obrigada pelo selo!

Anónimo,
não achei nada repetitivo. Considero o discurso bastante poético (aliás, essa é uma característica da literatura japonesa). Mas gostos não se discutem, respeitam-se e eu respeito a sua opinião, apesar de não ser nada coincidente com a minha.

Anónimo disse...

Olá,

ao fim de tanto tempo, arranjei tempo de ler o seu comentário ao meu comentário, e gostaria, se me permite, fazer um outro.

Talvez tenha sido um pouco ácido, mas fiquei mesmo desapontado com aquilo que me pareceu um "oco enorme" dentro dum conteúdo que foi ficando cada vez mais vazio. Não consigo. Não consigo falar deste livro sem me irritar. Que fim foi aquele? Tantas pinceladas descritivas, tantas promessas e depois...depois foi a sede que ficou por saciar.

Repare, quando li "The dogs of Babel", (ou Lorelei's secret)de Carolyn Pankhurst, comecei também a sentir-me defraudado a certo ponto. No entanto, mesmo sendo uma ficção, (chamemos-lhe implausível) tinha algo de coerente e condutor ao longo da história.

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