«encontrei conforto na ideia ridícula de que tinha um Destino. E comecei a viajar no espaço e no tempo dos livros, para os procurar».
"Nascido na cave de Pembroke Books, uma livraria de Boston dos anos 60, Firmin aprendeu a ler devorando as páginas de um livro. Mas uma ratazana culta é uma ratazana solitária. Marginalizada pela família, procura a amizade do seu herói, o livreiro, e de um escritor fracassado. À medida que Firmin desenvolve uma fome insaciável pelos livros, a sua emoção e os seus medos tornam-se humanos. É uma alma delicada presa num corpo de ratazana e essa é a sua tragédia.
Num estilo ora sarcástico ora enternecedor, Firmin é uma história sobre a condição humana em que a paixão pela literatura, a solidão e a amizade, a imaginação e a realidade, fazem parte de um mundo que acarinhava os seus cinemas de reprise, os seus personagens únicos e a glória amarelada das suas livrarias. Firmin é divertido e trágico. Como todos nós."
Firmin é uma história encantadora.
O patinho feio da família, é como se pode descrever a personagem. É o 13.º filho de uma ratazana gorda e com hábitos alcoólicos. Como a mãe só tem 12 tetas, Firmin fica sempre para o fim das refeições, mamando apenas os restos do leite que os seus irmãos, bem mais robustos, deixaram. Mas até aí, Fírmin vê uma vantagem - apesar de ter de se contentar com restos que apenas enganam a fome que sente, já não mama leite com teor alcoólico.
Para se alimentar Firmin começa por roer os bordos do seu ninho, feito de papel... páginas arrancadas dos livros da livraria onde nasceu. E assim nasce a sua paixão pelos livros. Um dia, enquanto procurava alimento por entre as várias estantes da livraria, começou a ler... e nunca mais parou. A sua paixão cresceu tanto que já não comia as páginas dos livros, ou melhor, já não as comia todas. Deixava as partes impressas intactas, roendo apenas as margens brancas.
Através de Firmin o autor faz uma reflexão sobre a condição humana, a solidão, a necessidade de cada um ser aceite na sua diferença. Firmin, uma ratazana que procura nos livros a companhia da sua solidão, a compreensão de si própria é uma metáfora do ser humano, que se procura a si próprio nos outros.
É um livro pleno de emoções e que somos levados um sentimento profundo de empatia por um animal que normalmente nos desperta repulsa - uma ratazana. Ao longo da história quase que nos apetece dizer: Firmin, eu gosto de ti!
Irónico, sensível, emocional, sarcástico, este é sem dúvida, um livro para todos os amantes dos livros, para todos os "ratos de biblioteca".
3 comentários:
Cada vez mais fico curiosa para ler este livro!
Fico ansiosamente à espera da tua opinião sobre o "Armadilha" porque também o tenho na estante para ler...
Também gostei muito deste livro e somos todos um pouco Ratos de biblioteca... certo? não é!
Miar à chuva,
acredita que vale mesmo a pena ler o Firmin. Quanto a "Armadilha", depois conto...
Cristina,
é bem verdade, somos todos um pouco (ou muito) ratos de biblioteca.
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