quinta-feira, 16 de abril de 2009

"Vates A.G.B." - Ana Margarida Oliveira

Sinopse:
"Em Janeiro de 1608, em pleno reinado de D.Filipe II, a nau Santo Agostinho sai de Goa para mais uma viagem de volta do reino.

Dentro desta nau estão as enigmáticas Trovas do Bandarra. Ao saber-se da sua existência, as mortes, os ardis e as traições sucedem-se, procurando desvendar-se o misterioso segredo que poderá mudar o curso da História de Portugal.

No século XXI, uma jornalista, ao preparar um artigo sobre Fernando Pessoa, apercebe-se que algo de estranho se passa com as Trovas do Bandarra.

A investigação leva-a à Ilha Terceira, onde a descoberta de uma das três figuras de marfim indo-português que viajam na Santo Agostinho a precipita numa sucessão perigosa de acontecimentos.

Entre as dificuldades da viagem na nau do século XVII e as descobertas arqueológicas do século XXI, desenrolam-se duas fascinantes e tumultuosas histórias de amor e ainda a perigosa tarefa de decifrar as Trovas do Bandarra."

Brilhante!!! Adorei este livro. Se fosse de um autor estrangeiro tenho a certeza que seria um best-seller, mas assim pouco se ouve falar dele (eu tive conhecimento deste livro através de uma pergunta do programa "Um Contra Todos" em que participei).

Obrigada Ricardo pelo empréstimo!

Teresa e Luís são dois colegas de escola que se reencontram ao fim de muitos anos sem nada saberem um do outro. Teresa é jornalista e Luís engenheiro, no século XXI.

Isabel e Manuel viajam na nau Santo Agostinho, proveniente de Goa e com rumo a Lisboa, no ano de 1608. Isabel é filha de D. Jorge Tello Mayor, e Manuel o comandante da nau.

Duas histórias que se cruzam apesar dos séculos que as separam, narradas de uma forma brilhante, apaixonante, que prende o leitor e o arrebata numa leitura difícil de deixar antes do fim.

Em torno do mistério que envolve as Trovas do Bandarra , a história das personagens desenrola-se de forma cadenciada: ora estamos no século XXI onde Teresa e Luís vivem uma paixão proibida enquanto investigam o mistério das Trovas nos Açores, ora estamos a bordo da Santo Agostinho, em pleno mar e vivemos com Isabel e Manuel um amor condenado enquanto tentam proteger as Trovas do Bandarra, que encerram o futuro de Portugal.

Neste romance temos um misto de história, aventura, policial e espionagem. A forma como a autora interliga as duas histórias é brilhante, e para mim, um dos grandes pontos fortes deste livro. O leitor vive as duas histórias em simultâneo mas sem que as mesmas se "baralhem".

Ficamos a conhecer as condições sub-humanas em que eram realizadas as viagens a bordo das naus da Carreira da Índia, mas também somos presenteados com uma viagem submarina aos destroços dessas mesmas naus, naufragadas ao largo da Ilha Terceira, nos Açores.

Ao longo de toda a história, passado e presente cruzam-se, tendo o mar como cenário.

Para além da excelente leitura, este livro despertou-me a curiosidade sobre as Trovas de Bandarra e o seu autor. Já as tenho, mas ainda não as li porque estão escritas em português do século XVI, e é assim que as quero ler, pelo que demorarei ainda algum tempo. Mas prometo que aqui voltarei a escrever sobre elas e o seu autor. Deixo aqui dois links para os interessados:

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