Autor: Tiago Rebelo
Editora: Edições ASA
Edição: Março 2010 (1.º edição)
Páginas: 470
Sinopse:
"No pátio de um prédio, num pacífico bairro de Lisboa, uma criança é atacada por três homens e deixada em coma.
Ao investigar o que inicialmente se supõe ser um mero acto de cobardia de um grupo de cabeças rapadas, as autoridades descobrem uma sombria conspiração que prova que, nunca como hoje, a democracia e o estado de direito estiveram tão ameaçados em Portugal.
Neste surpreendente romance, Tiago Rebelo abre-nos a porta dos fundos do lado mais obscuro da política nacional dos nossos dias, onde nada é o que parece ser e onde se desenrolam acontecimentos extraordinários que colocam em perigo a sociedade, sem que esta se aperceba do que está realmente a acontecer.
Negócios duvidosos, violência extrema, espionagem, tudo vale numa guerra secreta entre um implacável exército da extrema-direita e grupos de agitadores anarquistas de esquerda mais radical.
Os dois lados tecem as suas teias globais, que se confrontam, desde as revoltas nas ruas da Grécia aos bairros problemáticos dos arredores de Lisboa.
Numa narrativa vertiginosa que, a cada página, é uma bola de neve de acontecimentos cada vez mais inesperados, o autor apresenta-nos personagens inesquecíveis, como o Caveira, um sinistro gigante que chefia as tropas de choque de um partido neonaziliderado pelo seu irmão, um homem sem escrúpulos e de invulgar inteligência, que tem o sonho de repetir em Portugal o projecto de Hitler.
Contra estes impiedosos irmãos, o inspector-chefe, António Gaspar, da PJ, leva a cabo uma investigação, que ameaça a sua vida e a da mulher que ama, a ex-namorada que procura recuperar no desvario dos dias perigosos que põem em risco a nação."
Opinião:
Gostei muito deste livro. Uma escrita simples, despretenciosa, mas de um poder cativante desde a primeira página.
Gosto destes temas sociais, organização de grupos, neste caso de estrema-direita. A vilência de que as pessoas são capazes quando inseridas num grupo coeso, de forte identificação e onde o indic«vidual e o grupal se fundem em rituais de iniciação e de entrada no grupo.
Neste livro, o ponto de partida é uma brutal agressão de um grupo de cabeças-rapadas a um menimo de 7 anos de idade, que fica em coma sem que se possa saber nada da sua agressão. A partir daqui, a PJ investiga a agressão e vai desenrolando um novelo cada vez mais apertado, de grupos de extrema-direita, partidos políticos, advogados de renome e advogados que não têm assim tanto nome...
Um policial "à portuguesa" que me surpreendeu pela positiva por marcar a diferença nos policiais portugueses. É um livro maduro, que relata uma história sem lamechices nem pieguices, às vezes até com uma certa frieza e bastante realidade.
Gostei particularmente das personagens que estão muito bem construídas e quase nos fazem tratá-las por tu, tal é o sentimento de proximidade que criam connosco. Conseguimos ver cada uma delas em personagens bem reais do dia-a-dia.
Foi uma excelente leitura e recomendo, em especial a quem se interessar por estes temas.
Prós: O estudo que o autor fez sobre o tema para a escrita do livro é bem patente ao longo das suas páginas. A escrita cativante e a acção da história. As personagens bem contruídas.
Contras: Não encontro.
1 comentário:
Confesso que não é o tipo de livro que me cative, mas com estes elogios, até me sinto tentada a dar uma vista de olhos
Tenho um selo para vocês no meu blog: http://florestadelivros.blogspot.com/2010/03/selos.html
Enviar um comentário