terça-feira, 17 de julho de 2007

Natascha Kampusch - A rapariga da cave






No dia 23 de Agosto de 2006, o Mundo falava de Natascha Kampusch. A menina que tinha sido raptada aos 10 anos, a caminho da escola e de quem nunca mais se conheceu o rasto. A jovem que aos 18 anos fugiu do seu raptor para dar a conhecer a sua história de 8 anos de cativeiro.

Natascha Kampusch fugiu do seu raptor enquanto lhe lavava e aspirava o carro. O telemóvel dele tocou e os breves momentos de distração com a conversa foram suficientes para permitir a Natascha terminar com o seu cativeiro. Durante 8 anos vivera numa cave, num único quarto, de dimensões muito reduzidas, com uma única pessoa - o seu raptor, que se suicidou poucas horas após a fuga do seu "troféu".

Alguns dias depois, Natascha dá uma entrevista à televisão austríaca, onde a sua imagem perante o público é bastante alterada - a vítima que todos esperavam ver, as histórias horrendas que todos esperavam ouvir não correspondem ao que se passa diante dos seus olhos, no écran da televisão. Natascha Kampusch recusa-se a falar de pormenores sobre a sua vida, ao longo dos 8 anos em que viveu confinada. Quando lhe perguntam se foi vítima de abusos sexuais refere que não vai responder a questões que só pertencem à sua intimidade e que tudo o que aconteceu entre ela e o Sr. Priklopil (o seu raptor) implicou sempre consentimento.

O Mundo questionava: quem era afinal aquela jovem, que chorava a morte do seu carcereiro, querendo preservar a sua imagem dos olhares indiscretos?

Muitas questões surgiram; falou-se do seu papel dominador na relação com o raptor, na possibilidade de o rapto ter sido algo mais que isso, falou-se da possível cumplicidade de familiares de Natascha, principalmente da sua mãe.

Sobre todas estas hipóteses, os jornalistas Allan Hall e Michael Leidig, escreveram o livro intitulado "Natascha Kampusch - A rapariga da cave". Não pretende responder às questões por nós colocadas, mas sim dar a conhecer o resultado de uma investigação jornalística séria, tentando desvelar algumas questões sobre a vida de Natascha antes, durante e após o seu rapto.

Não condena nem iliba ninguém, relata os factos apurados, revelando ao longo das suas páginas o perfil de raptor e raptada.

Um livro bem escrito, que em vez de respostas, levanta questões, num caso real com tanto ainda por revelar. E será que deverá ser revelado, ou tal como diz Natascha Kampusch, pertence a uma esfera pessoal?

Leiam e tiram as vossas conclusões.

A editora é a DIFEL, de cujo site retirei a foto da capa do livro (www.difel.pt)

Sem comentários:

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin