Já há bastante tempo que tinha uma curiosidade enorme em ler algo de Robert Wilson e este livro em particular. Graças a uma troca de livros, tive a oportunidade de o ler e posso dizer que o mesmo se revelou bastante interessante.
É um trhiller psicológico intenso, emotivo, forte e até, por vezes, cruel. Tudo começa quando Javier Falcón, inspector jefe del Grupo de Homicidos de Sevilla, começa a investigar o assassínio de um homem de negócios, Raúl Giménez. Com mais de vinte anos de serviço, habituado a ver pessoas mortas, assassinadas, nada previa que aquilo que ia ver seria responsável por uma dolorosa e inquietante descoberta pessoal.
Ao ver o rosto do homem, completamente desfigurado, auto-mutilado e sem pálpebras, Javier Fálcon sentiu um impacto que quase o derrubava e que o surpreendeu: não conhecia a vítima, era apenas mais um caso para investigar. Seria? Mas foi quando descobriu uma foto do seu pai, o pintor Francisco Fálcon, entre os pertences da vítima, que Javier Fálcon iniciou uma penosa descoberta de si próprio através dos segredos bem guardados nos diários do seu falecido pai.
Paralelamente à investigação criminal Javier Fálcon investiga um passado do qual tem apenas imagens difusas e recordações sensoriais - a sensação de ser elevado no ar por alguém de quem não recorda o rosto, os passos da sua madrasta (a quem chama segunda mãe) a afastarem-se para sempre, o cheiro a leite de amêndoas que o faz, ainda hoje, não suportar sequer a visão de produtos lácteos.
A caminhada iniciada por este homem habituado a ser duro, racional e pouco impressionável vai ser bastante dolorosa, chegando a ser questionada a sanidade mental do seu autor, pois as revelações que o seu pai faz através dos seus diários coloca em questão toda uma existência.
Um livro muito bem escrito, uma história fascinante, onde várias vidas se cruzam para revelar uma vida que esteve muito para além do que os olhos podiam alcançar, muito para lá dos quadros do artista.
4 comentários:
Também o li não há muito tempo e gostei. O final deixou-me um bocado a desejar, mas mesmo assim acho que a leitura vale a pena :)
Sendo policial, tendo a deixar de lado... Mas Robert Wilson tem um par de obras que me atrai, pelo que quem sabe...
eu gostei :)
Li este livro em 2005, naquela que foi a primeira apariçao do detective javier Falcon que transita para as mãos desaparecidas, assassinos escondosos e por fim aquela que será a ultima, a ignorância do sangue. de todos estes com javier falcón este cego de sevilha e definitivamente o melhor, visto que wilson se mantém fiel a si mesmo, na forma de escrever, em que mantem ao fim e ao cabo 2 histórias pararelas, que se acabam por fundir. mas de facto é um bom livro, mas sem o brilho de o último acto em lisbos ou a companhia de estranhos
um abraço. nuno chaves
Enviar um comentário