quinta-feira, 22 de maio de 2008

"A Loja dos Suicídios" - Jean Teulé


"A loja dos suicídios " é um romance escrito por Jean Teulé. É uma comédia futurista, carregada de humor negro.


A sua vida foi um fracasso? Connosco, a sua morte será um sucesso! Este é o lema da Casa Tuvache. A casa Tuvache, ou melhor A Loja dos Suicídios, "é uma lojinha onde nunca entra um raio de Sol". Nesta loja, os potenciais suicidas poderão encontrar todo um manancial para levarem àvante os seus intentos - cordas, pistolas, facas, venenos, quimonos e espadas para a prática do hara-kiri. É uma loja de família, onde nunca se diz "até à próxima" aos clientes.


As personagens que compõem a família Tuvache, são cinco elementos atípicos: o pai e a mãe, comerciantes, tomam conta da loja e fabricam eles próprios muitos dos produtos que se vendem na loja, tais como as pedras para afogamento e defenestração ou os venenos; o primogénito, deprimido crónico, anoréctico, que usa ligaduras a envolverem a cabeça, pois sofre de enxaquecas permanentes; a irmã, adolescente indaptada, que esconde o seu corpo sob roupas largas e disformes; e o irmão mais novo, fruto de uma experiência que os pais tiveram utilizando um preservativo furado "daqueles que vendemos para quem quer morrer com uma doença sexualmente transmissível", e que é um grão de areia na engrenagem deste comércio lúgubre - sorri, é optimista, simpático, mostra aos clientes o lado bom da vida e dissuade-os dos seus intentos.


Será que esta família poderá mudar?


Uma óptima leitura para descontrair, uma história com muita imaginação, cheia de graça e humor negro, que nos leva a sorrir com as ironias da vida.



domingo, 18 de maio de 2008

Da Morte

Então, Al-Mithra falou e disse: Gostaríamos de te interrogar agora sobre a morte.
E ele respondeu:
Gostaríeis de conhecer o segredo da morte.
Mas como o encontrareis, se não o procurardes no coração da vida?
O mocho de olhos destinados à noite, e que o dia torna cego, não pode descobrir o mistério da luz.
Se quereis verdadeiramente contemplar o espírito da morte, abri de par em par o vosso coração à substância da vida;
pois a vida e a morte são uma só coisa, como uma só coisa são também o rio e o mar.

Nas profundezas das vossas esperanças e dos vossos desejos repousa o vosso silencioso saber do além.
E, como as sementes que sonham debaixo da neve, o vosso coração sonha com a Primavera.
Tende fé nos sonhos, pois neles se encontra a porta da eternidade.
O vosso temor da morte mais não é que o temor do pastor na presença do rei que se apressa a tocá-lo com a mão para o honrar.
E, apesar desse temor, o pastor não fica feliz por trazer em si a insígnia de honra do rei?
E não ficará ele ainda mais consciente do seu tremor?


Pois o que é morrer se não apresentar-se nú ao vento e dissolver-se ao Sol?
E que é deixar de respirar se não libertar o sopro do seu coração sem repouso a fim de ele poder elevar-se, expandir-se e, liberto, caminhar para Deus?


Somente quando tiverdes bebido do rio do silêncio é que verdadeiramente cantareis.
E quando tiverdes chegado ao cume da montanha é que começareis a escalada.
E quando a terra reclamar os vosso membros, então dançareis.


(Khalil Gibran, "O Profeta)


KHALIL GIBRAN


Khalil Gibran nasceu a 6 de Janeiro de 1883, em Bicharre, Líbano. Ensaísta, filósofo, pensador, conferenciasta e pintor, produziu um extensa obra literária, onde é bem visível e marcante o misticismo oriental, bem como a influência de fontes tão dísoares como a Bíblia, Nietzsche e William Bllake. Os temas principais dos seus escritos são o amor, a amizade, a morte e a natureza.
Em 1895, após a prisão do pai acusado de fuga aos impostos, e por decisão de sua mãe que quer procurar uma vida melhor para os seu quatro filho, emigra para os Estados Unidos da América, onde se instalam na cidade de Boston. O interesse e curiosidade cultural de Khalil Gibran levam-no ao mundo do testro, da ópera e às galerias de arte de Boston. Os seus desenhos despertam o interesse dos seus professores.
Em 1989 regressa ao Líbano para completar os seus estudos árabes, no Colégio da Sabedoria, em Beirute. Regressa a Boston em 1902, onde escreve poemas e pensamentos paro o jornal árabe Al-Muhajer (O Emigrante). O mundo árabe descobre-o através do seu estilo, muito pessoal, de escrever. Mas não é só a escrita que o fascina - a pintura é outro mundo onde dá provas do seu talento. Desenha e pinta, numa arte mística muito própria. É através da pintura, numa exposição dos seus primeiros quadros, que desperta a atenção e interesse de Mary Huskell, directora de uma escola americana, que se oferece para lhe custear os estudos artísticos em Paris.
De 1908 a 1910 vive em Paris, onde conhece Rodin e estuda na Académie Julien. Em 1910 regressa a Boston e muda-se, nesse mesmo ano, para Nova Iorque, onde permanece até ao seus últimos dias.
Entre 1905 e 1920 Gibram escreve exclusivamente em árabe, tendo em 1918, a pouco e pouco, começao a aescrever em inglês.
Morreu a 10 de Abril de 1931, no Hoapital São Vicente, em Nova Iorque, com uma crise pulmonar.
Alguns livros editados em Portugal:
  • O Profeta
  • O Louco
  • O Vagabundo
  • Entre a Noite e a Manhã
  • Segredos do Coração
  • Espelhos da Alma
  • A Voz do Mestre
  • O Jardim do Profeta
  • Espírito Rebelde
  • Asas Quebradas
  • Lágrimas e Risos
  • Cartas de Amor do Profeta

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Recordações

Hoje apeteceu-me recordar algumas coisas que marcaram a minha infância e juventude.

E vejam só o que eu encontrei! Alguém se lembra?

Jovens Heróis de Shaolin - série de televisão, da qual eu não perdia um episódio (já na altura o Oriente tinha a ver comigo!)




Kung-Fu - série de televisão da qual ainda hoje lembro ensinamentos como este.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

SHANTARAM - um dos livros da minha vida

"Levou-me muito tempo e precisei de atravessar grande parte do mundo para aprender o que sei sobre oamor e o destino e sobre as escolhas que faze-mos, mas a resposta a tudo isto atingiu-me num momento, quando estava acorrentado a uma parede e a ser torturado. Percebi, através dos gritos, que mesmo naquela impotência algemada e ensanguentada, eu ainda era livre: livre para odiar os homens que me torturavam ou para os perdoar. Não parece grande coisa, eu sei, mas no medo e na opressão de cárcere, quando estes sentimentos são tudo o que se tem, aquela liberdade é um universo de possibilidades. E a escolha que se faz, entre odiar e perdoar, pode tornar-se a história de uma vida.
No meu caso, é uma história longa e povoada de personagens. Eu era um revolucionário que perdera os ideais em heroína, um filósofo que perdera a integridade no crime e um poeta que perdera a alma numa prisão de alta segurança. Quando fiugi, saltando o muro, entre as duas torres de vigia, transformei-me no homem mais procurado do meu país. A sorte acompanhou-me e voou comigo através do mundo para a Índia, onde me juntei à máfia de Bombaim. Trabalhei como traficante de armas, contrabandista e falsário. Fui preso em três continentes , sovado, apunhalado e passei fome. Fui para a guerra . Enfrentei as armas inimigas. E sobrevivi, enquanto outros, em meu redor, morriam. Eram melhores que eu, na sua maioria: homens melhores cujas vidas foram destruídas por enganos desperdiçadas pelo momento errado do ódio, do amoor ou da indiferença de alguém. E enterrei muitos desses homens, enterrei-os e lamentei as suas vidas, como se da minha se tratasse."


É assim que começa este livro. Com as palavras do próprio autor, que escreve a sua história na primeira pessoa. Confesso que me rendi desde as primeiras páginas. Terminei de o ler ontem, e ainda hoje tenho bem presentes as palavras que li. Sinto alguma dificuldade em escrever sobre o livro e a sua história, pois a forma como me "tocou" foi demasido profunda, e por vezes é difícil transmitir o que se sente. Mais que uma leitura, foi uma experiência de vida, de sentimentos e de espiritualidade.


O autor, fugitivo de uma prisão de alta segurança na Austrália, trnsporta consigo um passado em que era viciado em heroína e fazia assaltos à mão armada para conseguir sustentar o vício que o fazia desejar a morte. Foge para Bombaim onde, à saída do avião, conhece Prabaker, um indiano, guia turístico, com um sorriso irresistível e um coração do tamanho do mundo. Gregory David Roberts viaja com um passaporte falso, onde consta o nome de Lindsay - rapidamente, Prabaker o apelida de Linbaba e passa a ser conhecido por Lin. Mais tarde, recebe o nome de Shantaram, que significa " homem de paz" ou "homem de paz de deus"


Entre paixões e amizades vividas e partilhadas no café Leopold's, os negócios no mercado negro, a máfia de Bombaim e recaídas na heroína, o autor conta-nos uma história onde o lado mais negro e obscuro dos Homens se cruza com sentimentos tão profundos como a lealdade, a amizade, o amor ou a cumplicidade.


Shantaram é a história de um Homem que procura por si próprio, nas ruas de Bombaim. É a história de um Homem, que apesar de cometer crimes, descobre no mais fundo de si os sentimentos mais nobres e profundos que os homens podem sentir, que aprende a disfrutar de um sorriso e que descobre que a beleza e a felicidade estão nas coisas mais simples da vida.


E tal como o próprio escreve:
"O único reino que faz de qualquer homem um rei é o reino da sua própria alma. O único poder que tem qualquer verdadeiro significado é o poder para melhorar o mundo" (pág. 863)


Duas certezas eu tenho: este é já um dos livros da minha vida e sei que o vou voltar a ler!

domingo, 11 de maio de 2008

Endometriose - a dor que nos consome


Hoje vou escrever sobre um problema que afecta mutas mulheres, e que me afecta a mim - a Endometriose. Após alguns anos de muitas dores, foi-me diagnosticada esta doença, que a cada ciclo menstrual me fazia chorar de dores, passar noites sem dormir, sentindo a minha barriga com que a rasgar-se por dentro, onde os simples movimentos intestinais se tornavam numa tortura dolorosa, com diarreias intermináveis seguidas de prisão de ventre insuportável.

A informação contida neste texto foi retirada do site da Associação Portuguesa de Endometriose: http://www.aspoendo.org/

O revestimento interno do útero contém sangue e tecidos. Durante o ciclo menstrual, as paredes do útero - o endométrio - crescem, numa preparação parauma eventual gravidez. Quando a gravidez não ocorre, esse tecido desprende-se e ocorre o período mentrual.

A endometriose é uma doença crónica caracterizada pelo crescimento das placas de tecido endometrial, fora do útero.

Durante o período menstrual, este tecido endometrial que cresce fora do útero e que tem actividade hormonal, desenvolve-se e sangra exactamente do mesmo modo que o tecido do útero. Este sangramento interno, que não é período menstrual, não sai do corpo, provocando inflamação, dor e tecido cicatricial.

A endometriose pode ser encontrada na bexiga, nos ureteres, intestino delgado e intestino grosso, ou no revestimento da parede torácica (pleura).

A causa ainda é desconhecida, mas existem várias teorias.
  • Menstruação retrógrada
  • Linfático ou circulatório
  • Predisposição genética
  • Disfunção imunológica
  • Causas do ambiente – como exposição a dioxina


Os SINTOMAS mais comuns da endometriose incluem:

  • Dor e / ou períodos abundantes
  • Dor durante as relações sexuais
  • Dor a urinar (especialmente quando está com o período)
  • Infertilidade
  • Fadiga

Associados a estes sintomas, as mulheres ainda se queixam de:

DOR

  • Períodos menstruais dolorosos
  • Dor antes e depois dos períodos menstruais
  • Dor durante ou depois de ter relações sexuais
  • Dor durante a ovulação
  • Dor na examinação interna

SANGRAR

  • Períodos menstruais abundantes com / sem coágulos
  • Períodos menstruais longos
  • Perdas antes da menstruação
  • Períodos irregulares
  • Perda de cor negra ou sangue velho antes ou no fim do período

SINTOMAS DO INTESTINO E BEXIGA

  • Dor no movimento do intestino
  • Dor antes ou depois de defecar
  • Sangrar pelo recto
  • Irritação intestinal – diarreia, cólicas, prisão de ventre
  • Dor durante a micção
  • Dor antes ou depois de urinar

OUTROS SINTOMAS

  • Letargia
  • Cansaço extremo

Neste momento ainda me encontro a fazer alguns exames que ajudarão a definir o tratamento mais adequado. Para já, e de forma a diminuir bastante as dores, a terapêutica passa pela inibição do ciclo menstrual. O que virá a seguir, ainda não sei, mas será sempre bem vindo desde que me devolva alguma qualidade de vida, diminuindo o síndrome doloroso.

sábado, 10 de maio de 2008

António Andrade de Albuquerque / Dick Haskins

Uma leitora do "Conta-me Histórias" fez-me um pedido: publicar uma foto de António Andrade Albuquerque.

Querida Ana, as fotos que aqui publico, são as que se encontram nas contra-capas das edições mais antigas dos livros de Dick Haskins (pseudónimo do autor).


Aqui poderá encontrar uma foto mais recente, bem como um pouco da sua história: http://dn.sapo.pt/2007/06/23/dngente/na_casa_sr_policial.html



terça-feira, 6 de maio de 2008

domingo, 4 de maio de 2008

Relíquias Literárias

Hoje, ao arrumar alguns livros antigos, encontrei este : "Poesias Selectas para Leitura, Recitação e Analyse dos Poetas Portuguezes", um livro de 1888.


Deixo aqui duas páginas deste livro, onde se pode ver como se escrevia na época.



LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin