domingo, 26 de julho de 2009

"Pecados na Noite" - Tami Hoag

SINOPSE:

"Numa pequena cidade do Minesotta, onde as pessoas conhecem os vizinhos e o crime só ocorre no noticiário, desaparece uma criança. A única coisa que a Polícia encontra é um saco de ginástica com um bilhete: «Ignorância não é inocência, mas PECADO»... Existem medos que escondemos no nosso íntimo, onde o mundo real não deveria chegar. À noite, estes medos podem levar-nos a cometer os pecados mais horrendos. Tami Hoag conhece estes segredos e fez com eles um thriller que somos incapazes de abandonar antes do fim."

Mais um brilhante livro desta Senhora do crime. Tami Hoag descreve as personagens com uma intensidade e realismo que é impossível não nos vermos envolvidos emocionalmente com elas, odiar os assassinos, empatizar com os polícias e sentir o medo e a dor das vítimas.

Josh Kirkwood é raptado enquanto espera que a mãe o vá buscar ao rinque de patinagem. Enquanto Josh espera, a mãe, Hannah, médica e directora do serviço de urgências do Hospital local, está a tentar salvar uma vítima de paragem cardíaca que acabará por lhe morrer nas mãos. Josh, perante o atraso da mãe, telefona para o escritório de contabilidade do pai a pedir que o vá buscar. Mas Paul não ouve o telefonea do filho; não está na sua sala...

Enquanto toda a comunidade se envolve nas buscas do pequeno Josh, vamos conhecendo os segredos de alguns, os medos de outros...

Mitch Holt, chefe do departamento da Polícia, recebe pela primeira vez uma mulher na sua equipa - Megan O'Malley, uma agente do BCA, a primeira mulher com trabalho no terreno. Megan é impulsiva, decidida, e obstinada e sabe que não pode falhar na sua missão. É uma mulher num território de homens. Vive sózinha com os seus dois gatos. A relação com o pai, também polícia, é complicada; com o irmão ainda mais complicada é, e com a mãe... bem, com a mãe não existe relação desde que esta abandonou a família era Megan ainda criança.

Mitch Holt tem uma filha pequena e vive dilacerado pela culpa da morte da mulher e do filho. Viúvo há dois anos, ainda usa a aliança, como se fosse a expiação da culpa que sente.

Durante a investigação Mitch e Megan envolvem-se numa relação que ambos querem sem compromissos, mas que os vai fazer viver os seus medos e desejos, lutando com os fantasmas que os atormentam.

O raptor enceta um jogo com as forças policiais, denunciando uma mente perversa. Simultaneamente, enquanto as buscas não produzem resultados, a comunidade de Deer Lake conhece uma realidade que até aí era negada: o contínuo do ringue de patinagem tem um passado de pedofilia, o ajudante do padre encobre um crime horrendo, Paul Kirkwood carrega uma culpa que só ele conhece...

Uma brilhante teia de vidas, que Tami Hoag vai desfazendo com mestria e personagens tão fascinantes que nos é difícil esquecer, mesmo depois de acabar a leitura.

O final fica em aberto, pois esta história não acaba neste livro, continuando em "A Mão do Pecado".

Recomendo vivamente!

Mais um livro de Dick Haskins

Já me faltam poucos títulos para ter esta colecção completa!

Esta colecção da ASA é a última edição dos títulos do escritor Dick Haskins e como já não estão à venda (tal como acontece com todos os outros livros do autor) estou a completar a colecção adquirindo os livros que me faltam em leilões na internet.

A última aquisição foi esta, vinda da ilha da Madeira. Já tenho este livro, numa edição antiga e já aqui o tinha comentado.

Aos poucos, e com persistência, completo as duas colecções deste autor: a última edição da ASA e as edições antigas da Colecção Enigma.

sábado, 18 de julho de 2009

Círculo de Leitores com nova imagem

O Círculo de Leitores tem um novo site. Está mais bonito, mais moderno e com mais informação. Está semelhante ao site da Bertrand (ou não pertencessem os dois ao mesmo Grupo -o DirectGroup Bertelsmann).

Apesar de ter mudado para melhor, o processo de mudança não foi bem gerido para quem queria consultar o site: apresentava a informação desactualizada, pois a nova revista já tinha sido publicada e o site ainda publicitava a revista anterior e não informava quem o consultava que estava em actualização (cheguei a contactar a empresa dando conta desta situação, e foi quando me informaram que estariam a proceder a alterações).

Parece-me que os sócios, leitores ou simples visitantes do site mereciam maior atenção por parte da empresa e um simples "Site em Remodelação" já seria melhor que nada. Claro que o ideal seria "Estamos a remodelar este espaço para melhor o servir. Visite-nos a partir de .... em ....".

Digo eu e o meu mau feitio...

Visite aqui o novo "Círculo de Leitores" on-line

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Selo "Masterblog"

Obrigada à Paula do Viajar pela Leitura por este selo!

As regras são:

Indicar cinco características minhas:
  1. Impulsiva
  2. Concentrada
  3. Organizada
  4. Frontal
  5. Realista

Nomear cinco blogues:

terça-feira, 14 de julho de 2009

"Terra de Neve" - Yasunari Kawabata

Sinopse:

"Shimamura viaja de comboio para um balneário das regiões montanhosas do norte do Japão. Fica cativado por uma voz feminina que ressoa no comboio. A nulher, Yoko, acompanha um homem, Yukio, filho de uma professora de música que vive na vila para onde se dirige Shimamura. Este tem a intenção de se reencontrar ali com uma geisha, Komako, que conheceu numa viagem anterior, quando ela ainda não se dedicava profissionalmente a esses mesteres. Está embelezado com a delicadeza dela, mas resolve ficar unicamente pela amizade, contemplando a possibilidade de futuras visitas. O sugestivo decorrer das estações influirá nestas relações humanas."

Yasunari Kawabata foi o primeiro escritor japonês galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, em 1968. Este é o primeiro livro que leio do autor e decerto não será o último.

A história retrata a relação que se estabelece entre Shimamura, visitante de umas termas numa região montanhosa conhecida como Terra de Neve e a geisha Komako. Ao longo do tempo, sincronizado pelas estações, Shimamura e Komako estabelecem uma relação profunda, assente no carácter impetuoso de Komako e na passividade de Shimamura. Esta relação assume características de dependência por parte de ambos, sendo explorada pelo autor de uma forma tão intensa que envolve o leitor não o deixando ser um mero espectador mas fazendo parte da narrativa, enquanto sente o que as personagens procuram transmitir.

A linguagem poética, tão característica dos autores japoneses, é, mais uma vez, um dos pontos fortes deste livro, aliada aos sentimentos intensos e suas manifestações tão bem explorados pelo autor na personagem maravilhosa de uma geisha.

E não posso esquecer a capa lindíssima que esta edição (da Biblioteca Sábado) tem.

O correio de hoje

Já há algum tempo que procurava este livro. Até tinha feito aqui um "apelo". Pois bem, também coloquei no BookCrossing a minha intenção em comprar este livro a quem o tivesse disponível, e a Elsita respondeu, oferecendo-me o tão desejado! Muito obrigada!

E hoje, ao abrir a caixa do correio ei-lo. Que grande alegria um envelope pode trazer!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Não consegui resistir...

Está decidido! Não me posso aproximar de locais com livros à venda e muito menos com livros em promoção, descontos, saldos e afins, pois o meu bom comportamento e contenção económica perdem-se, evaporam-se, dissipam-se à velocidade da luz. Foi o que aconteceu hoje... Eu já sabia que esta a Feira do Livro no Jumbo (aqui divulgada) ia dar mau resultado. E depois, esta crítica da Márcia, do Planeta Márcia também não ajudou à minha tentativa de contenção literária. E aqui estou eu a mostrar o resultado, que nem foi muito desastroso do ponto de vista económico: "O Último Cabalista de Lisboa" estava com 20% de desconto e "O Leitor" com 30%.

Fiquei com vontade de trazer mais alguns, mas como a promoção só termina a 21 de Julho...





sábado, 11 de julho de 2009

"Equinócio" - Michael White

SINOPSE:

"Na cidade de Oxford, uma jovem é brutalmente assassinada e, em lugar do coração, o assassino deixa uma moeda de ouro antiga. Vinte e quatro horas depois, outra jovem é morta e encontrada uma moeda de prata no crânio vazio.

Laura, uma jornalista especializada na cobertura de crimes, e Philip, fotógrafo da polícia e pai da sua filha, envolvem-se na investigação destes crimes. Juntos descobrem que estes assassinatos são parte de um ritual que remonta ao século XVII e que envolve personalidades distintas, como Sir Isaac Newton, em busca da Pedra Filosofal.

Numa luta desesperada contra o tempo, Laura e Philip tentam evitar que o crimonoso complete a série de assassinatos rituais, sem saberem que o último alvo pode estar demasiado próximo...

Equinócio é um thriller fascinante que atravessa séculos, desvenda mistérios da alquimia e da astrologia e aborda a demanda pela Pedro Filosofal."

Quando comprei este livro nada sabia sobre ele. Mas gostei da sinopse e como estava muito barato, comprei-o. E agora terminei de o ler, com um sentimento de satisfação. Na verdade, foi uma boa aquisição!

Laura regressa a Oxford, para desenvolver a ideia de um novo livro que está a escrever. Como era habitual nos últimos 20 anos, sempre que ela viajava até Oxford ou Philip até Nova Iorque, visitavam-se. Tinham namorado enquanto eram estudantes universitários, e da sua relação nascera Jo, a filha de ambos. Apesar de se terem separado nessa altura, mantiveram sempre uma relação de amizade.

Durante o jantar com Laura e Jo, Philip recebe um telefonema da Polícia: houve um assassinato e é necessário que ele fotografe tudo. Sem tempo para deixar Laura em casa, leva-a consigo. Aí deparam-se com um cenário macabro. A vítima é uma rapariga, jovem, a quem fora retirado o coração e no seu local deixada uma moeda de ouro antiga.

Vinte e quatro horas depois, uma outra jovem é assassinada. Desta vez a moeda deixada é de prata, e o orgão retirado foi o cérebro.

Laura e Philip, movidos pela curiosidade envolvem-se numa missão que os conduzirá a segredos com 300 anos. Alquimia, astrologia e a demanda pela Pedra Filosofal, conduzi-los-ão à descoberta de uma Oxford desconhecida, de sociedades secretas e relações místicas, onde o passado e o presente se cruzam numa busca comum.

Um livro pleno de acção, que nos prende desde o início. A vertente policial e mística entrecruzam-se de forma a manter o suspense e a acção, culminando num final muito bem construido.


quarta-feira, 8 de julho de 2009

Novas aquisições

Eu tenho estado a conseguir resistir à tentação e não tenho comprado livros. Tenho dois escolhidos no Círculo de Leitores e mais nada. Mas hoje fiz uma aquisição, ou melhor 2 em 1! Mas hoje merecia... após ter tido ontem um dia de trabalho que começou às 08h30 da manhã e acabou já hoje às 03h30 da madrugada. É verdade, hoje mereci este miminho, este acto de liberdade cultural que é a escolha e a compra de um livro... sempre ajuda a esquecer a "escravatura"!

A escolha de hoje deve-se a três factores:

Primeiro: Gosto de literatura japonesa, com todos os seus aspectos surreais, fantasmagóricos que nos transportam ao íntimo do ser humano, aos receios e medos profundos do Homem. é uma literatura mais intimista, reflexiva, existencial;

Segundo: li há uns tempos no blogue À Margem a crítica a este livro e desde então que fiquei com vontade de o ler;

Terceiro: o preço. Dois livros por 5,00 € (e como sou aderente FNAC paguei 4,50 €).

E eis as aquisições:





sábado, 4 de julho de 2009

"Hotel Lusitano" - Rui Zink

SINOPSE:

"Ficámos instalados no Hotel Lusitano, uma espelunca de quatro andares situada nas traseiras do Hotel Mundial, onde entráramos primeiro a ver os preços, mas do qual desistimos por razões óbvias. De qualquer modo, estávamos ao pé do centro da cidade, e isso era o mais importante. Em menos de um minuto púnhamo-nos no Rossio, a praça central. Aliás, o próprio Hotel Mundial ficava por detrás da Praça da Figueira, que por sua vez ficava atrás do Rossio. Que era, como foi dito, a praça central, isto é, o centro. À primeira vista, parece complicado, mas in loco vê-se que é fácil. Acreditem. Se não acreditarem, vão comer sabão.

O quarto não era a oitava maravilha do mundo - as paredes cobertas de um papel berrante tipo mata-moscas, por exemplo, estavam a cair. Mas as camas eram minimamente confortáveis, e mais não se podia pedir quando se ia para a selva não é? L'aventure c'est l'aventure. E aquele quarto até tinha duche, só que (descobri-o dolorosamente) a água quente não era propriamente a mais assídua das visitas. Mas não nos importámos. Tínhamos de ser enérgicos, decidíramos. Desporto. Exercício. Desporto. Exercício. Um, dois, um, dois."

"Dois americanos vêm a Lisboa, ao engano. Que lhes pode acontecer? Sexo, aventura, morte. Muita acção, sangue q.b., duas lágrimas de mar salgado, três de humor, tudo frito em lume brando, como de costume.

Finalmente, em livro, a história em que Gene Kelly se inspirou para filmar Um Americano em Paris."

Este é o primeiro livro de Rui Zink que li e confesso que me surpreendeu. Gostei bastante. A história retrata as vivências de dois americanos (um pintor e um escritor) em Lisboa. A viagem começa por ser uma total incógnita, pois nenhum deles sabe mais de Portugal do que o que leram num guia turístico. O destino fora escolhido ao assistirem à vitória de Carlos Lopes na Maratona dos Jogos Olímpicos, pela televisão. Nada sabiam do país, apenas que era barato. E era disso que precisavam: de um país barato!

Ao chegarem a Lisboa iniciam o seu conhecimento da cidade e da sua gente, ajudados por Mário, um pintor que conhecem numa exposição. Entre paixões, aventuras e até uma prisão, Rui Zink faz um retrato de Portugal e da sua gente, com um humor brilhante.

Deixo aqui dois excertos:

"A multidão que percorria o Chiado - a Tifany's Street de Lisboa - era, como é natural, constituída pelos mais diversos tipos fisiológicos, mas o modelo predominante era indubitavelmente o atarracado-baixote, tanto nos homens como nas mulheres. Roupagens escuras, pretas, cinzentas, castanhas, estados de espírito da mesma cor estampadas no rosto, com ou sem sacos de plástico numa mão e malinha na outra, era um divertido espectáculo vê-los a andar de um lado para o outro, como carrinhos de choque numa feira de província."

"Esta gente tem algo de medieval. Por exemplo não têm grande noção do que é um espaço próprio, individual. Na rua andam todos aos encontrões, ninguém se desvia, cospem para o chão. No autocarro, eu, que tenho quase o dobro do tamanho da maioria deles, é que sou obrigado a encolher-me para que um qualquer pequenitates de pernas arqueadas ocupe dois terços do banco. Na rua, em horas de ponta, tenho de andar como por entre a chuva, de lado, a contorcer-me, para não chocar com esta velhota, aquele gajo, esta mãe com os seus dois filhos. Merda, acaba por irritar."

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