quarta-feira, 10 de setembro de 2008

"A mulher da minha vida" - António Garcia Barreto

"A mulher da minha vida" é um romance brilhante. Adorei! Uma escrita simples mas cuidada e uma história envolvente são os ingredientes principais desta obra. E, confesso, adoro a capa!

Eneias Trindade é polícia de investigação criminal, na Lisboa dos anos 30, onde despertam os temores das perseguições políticas e da Polícia de Informação.
Aos 35 anos, é um homem solitário, que apesar da relação que mantém com Gina, funcionária dos Armazéns do Chiado, continua apaixonado por Rosarinho, "a mulher da sua vida". É um polícia dedicado, de fortes convicções e com um elevado sentido de justiça e rectidão, que não se vende aos interesses alheios.

A sua forte personalidade vai contrastar com os interesses do seu chefe, o inspector Semedo, quando lhe é entregue o caso da queda de um aeroplano em Sintra. À medida que avança na investigação, vai descobrindo indícios que o levam no caminho do crime e não de um acidente. No entanto, o mesmo chefe que lhe distribuiu o caso, ordena-lhe para que pare com as investigações, ordem a que Eneias Trindade não obedece. Como consequência vê-se perseguido, os seus amigos e familiares são incomodados pela Polícia de Informação, acabando por se demitir da Polícia evitando ser "transferido" para África. Inicia então, uma nova fase da sua vida, começando a trabalhar como detective privado, e podendo assim, dar continuidade às suas investigações sobre o caso do aeroplano.

Será que a sua persistência dará frutos? Poderá a mulher da sua vida alguma vez voltar?
Considero que a personagem de Eneias Trindade está muito bem conseguida, tendo força suficiente para dar continuidade às suas histórias, noutros romances.

Ao autor, António Garcia Barreto, dou os meus parabéns pela obra, que não me desiludiu, bem pelo contrário!

Deixo aqui a sinopse deste livro:

"Eneias Trindade, chefe de brigada da Polícia Criminal, é nomeado para investigar as causas da queda de um aeroplano numas arribas a norte das Azenhas do Mar. Um caso que irá mudar para sempre a sua vida.

Após um artigo do Repórter X, no Heraldo de Lisboa, que levantava suspeitas sobre a queda do avião, o que parecia ser um acidente aeronáutco sem história acaba por se tornar um complicado caso de polícia.

Decidido a descobrir a verdade, Eneias Trindade vê-se envolvido em perigosos jogos de poder e perseguições políticas, manobradas pela hierarquia da Polícia. Após várias tentativas de se silenciar o caso, Eneias passa por uma série de atribulações que o levam a demitir-se da Polícia. Decide mudar de vida tornando-se detective privado. Mas não se afasta do mistério que envolve a queda do avião e da esperança de reencontrar o grande amor da sua vida.

O retrato de uma Lisboa popular e boémia à beira de se tornar uma cidade dominada pelo medo. A instalação da ditadura, as pereguições políticas e o conservadorismo de sacristia mudam as cores da capital.

Um mistério por resolver, um amor perdido e a mudança de vida de um homem num período de transição política da nossa História.

Haverá lugar para um final feliz?"

5 comentários:

flicka disse...

Bem, ao principio, o livro pareceu-me interessante, também gosto da capa, agora com a tua opinião excelente, gostava de o ler... talvez o peça emprestado a alguém =)

Anónimo disse...

Ainda bem que gostou do romance. Muito obrigado pelos seus comentários.

Garcia disse...

Em nome da literatura contemporânea e, já agora, em nome da família, obrigado pelo post.

Rock In The Attic disse...

Flicka, é mesmo um bom livro.

António Barreto, não é necessário agradecer os meus comentários. O gosto pela leitura é algo que deve ser partilhado e uma das formas de o fazer é falar dos livros cuja leitura nos dá prazer.

João Barreto, presumo que seja filho do autor. Infelismente, a literatura portuguesa não é tratada com a seriedade nem com o destaque que merece. Pela minha parte, dedicarei sempre espaço no meu blogue para os autores nacionais de quem gosto. E o António Garcia Barreto já ganhou espaço na minha estante.

Garcia disse...

Caro Homem do Leme:

Não sou filho... sou sobrinho... Continuação do bom trabalho na divulgação da cultura...

Um abraço

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